Projeto Rondon comemora 40 anos
Por iniciativa da Mesa Diretora da Câmara Municipal, parte do expediente da sessão da última terça-feira, 9, registrou os 40 anos de atividades do Projeto Rondon no Brasil. Em nome da Mesa Diretora, o vereador Gerson Peteffi saudou o trabalho dos rondonistas, recordando sua própria experiência como estudante de medicina e rondonista em 1977, em Caxias do Sul. Peteffi ressaltou o grande mérito do projeto, que é o trabalho comunitário aliado à integração entre universitários e sociedade. Na sua avaliação, projetos como o Rondon engrandecem o país e descortinam novos horizontes para todos os seus participantes, além do benefício que trazem às comunidades onde se desenvolvem.<br /><br />O ex-rondonista Airton José Gobbi também relatou sua experiência. Em 1979, como estudante de educação física, participou de um grupo que atuou no distrito de São Vicente, no município de Araruama, no Rio de Janeiro. Apesar da beleza do local, Gobbi relatou que as áreas de pobreza eram muitas e foi justamente aí onde puderam trabalhar.<br /><br />O vice-presidente do Projeto no Rio Grande do Sul, o economista Hipérides Ferreira de Mello, agradeceu o registro da Câmara Municipal. Ele revelou que o Rio Grande do Sul mantém, nos últimos quatro anos, convênio com o governo do Canadá, possibilitando que mais de quatro mil gaúchos e canadenses desenvolvam ações nos setores mais carentes.<br /><br />O Projeto Rondon foi criado em 1966. O objetivo era fazer com que os jovens universitários conhecessem a realidade do Brasil continental, multicultural e multiracial e contribuíssem para o desenvolvimento econômico e social do país.<br /><br />A inspiração veio do primeiro ambientalista brasileiro, Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido com o Marechal Rondon. Sem recursos para estudar e desenvolver uma carreira, Rondon assentou praça no Exército, onde fez carreira e diplomou-se como engenheiro militar e bacharel em matemática e em ciências físicas e naturais. Trabalhou intensamente junto aos índios, desbravando sertões, divulgando, ensinando a preservando a nossa cultura.<br /><br />O Projeto Rondon teve duração de 22 anos, envolvendo 350 mil universitários e 10 mil professores que conheceram a realidade dos povoados ribeirinhos da Amazônia, do sertão nordestino e das vilas pobres próximas das grandes capitais. Hoje, como destacou Hipérides Ferreira de Mello, esses estudantes estão presentes na sociedade brasileira como empresários, médicos, advogados, engenheiros, pois todos transformaram-se em lideranças nas suas cidades de origem. Mesmo extinto, como relatou Hipérides, a chama não se apagou. Uma solicitação ao presidente da República em 2003, permitiu que o Projeto renascesse. Em 2004 foi retomado por um grupo de trabalho interministerial, que estabeleceu as novas diretrizes para sua execução, relançando-o em janeiro de 2005, em Tabatinga, no Amazonas, em estreita parceria com o Ministério da Educação e da Defesa e com o apoio das Forças Armadas.<br />