Homenagem aos surdos foi traduzida em Libras

por admin última modificação 16/10/2020 19h55
Inclusão social foi tema dominante nas manifestações
Por iniciativa da vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT), parte do expediente da sessão desta última terça-feira, 25, foi reservada para registrar o Dia Nacional do Surdo, comemorado no dia 26 de setembro. A sessão plenária, desde a abertura até o final da homenagem, foi traduzida na Língua Brasileira de Sinais - Libras pela professora e diretora da Escola Estadual Keli Meise Machado, Ana Paula Jung. Alunos da escola acompanharam a sessão da Câmara.
A vereadora Anita falou da dificuldade em entender o mundo dos que não falam e não ouvem e defendeu a necessidade de uma profunda reflexão para que essas pessoas "que parecem não existir", sejam incluídas na sociedade. Sugeriu a adoção de políticas públicas para que esse processo se concretize, ao invés de programas passageiros. Cada vez mais, explicou, temos a obrigação de nos preocupar com todos os segmentos sociais e lutar por políticas capazes de eliminar a exclusão.
A vereadora Anita lembrou a luta pela implantação de rampas para cadeirantes e disse que os avanços são sempre demorados. Relatou as dificuldades enfrentadas por ela, como médica, no atendimento a pacientes com deficiência auditiva e saudou o trabalho dos professores que atuam nessa área. Em Novo Hamburgo, a Escola Estadual Keli Meise Machado atende 91 crianças com deficiência auditiva e é a única, em cerca de 70 municípios que integram a segunda coordenadoria de ensino, que mantém ensino especializado para surdos.
AGRADECIMENTOS
Rogério Rios de Maré, professor de Libras da Feevale e da Escola Conquistadora, falando na linguagem de sinais com tradução simultânea pela professora Ana Paula Jung, lamentou que em Novo Hamburgo seja difícil trabalhar porque as pessoas não aceitam que o surdo tenha a mesma capacidade das outras pessoas.
Agradeceu o interesse da Câmara Municipal e falou da importância de se conhecer as formas de expressão dos deficientes auditivos.
Carine Mendes Diesel, professora da Escola Keli Meise Machado, também falou em linguagem de sinais. Expressando grande alegria e entusiasmo, definiu o momento como de muita felicidade. Agradeceu o esforço da professora Ana Paula em divulgar a causa dos deficientes e falou da sua própria experiência como deficiente, ao lado da família que sempre a apoiou. Revelou que por muito tempo não conseguia entender muitas coisas, mas que esse mundo desconhecido passou a ser descoberto quando ingressou na Escola Keli Meise Machado. A escola, disse Carine, me deu uma nova vida. Tive acesso a coisas diferentes, que não entendia. Minha alma e meu coração se abriram, concluiu.
A professora Helena, representando a secretária de Educação Maristela Guasseli, parabenizou a iniciativa da Câmara.
POEMA
Ao final da homenagem, a menina Fabiane Nicollloti, 11 anos, aluna da 5ª série da Escola Keli Meise Machado, declamou o poema "Ora direis ouvir estrelas", de Olavo Bilac, traduzido pela professora Ana Paula.
LINGUAGEM DE SINAIS
A Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS, foi instituída pela Lei Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002, assinada pelo presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. A lei estabelece os sinais como meio legal de comunicação entre surdos. A Lei enfatiza a necessidade de que a Língua Brasileira de Sinais - Libras seja objeto de uso corrente nas comunidades surdas; procura assegurar a presença de profissionais intérpretes nos espaços formais e instituições, como na administração pública direta e indireta e a inclusão do ensino da Libras nos cursos de formação de Educação Especial, Fonoaudiologia e Magistério e profissionais intérpretes, sendo optativo para o aluno e obrigatório para a instituição de ensino.