Lomba Grande: Jair anuncia decisão para 3 de outubro

por admin última modificação 16/10/2020 19h55
Situação das escolas será estudada pela Prefeitura

A Câmara Municipal realizou uma audiência pública na noite de terça-feira, 4, na sede da Sociedade Atiradores em Lomba Grande. A reunião foi presidida pelo vereador Ito Luciano. O agendamento foi feito pela Comissão de Educação da Câmara, em reunião com membros da comunidade em agosto último. <br />A audiência foi promovida para ouvir a população que protesta contra o fechamento de quatro escolas em Lomba Grande para a construção de uma nova unidade, localizada na área central do bairro.<br />Após ouvir o depoimento dos representantes do bairro, o prefeito Jair Foscarini anunciou que divulgará sua decisão no dia três de outubro, na Sessão Comunitária que a Câmara Municipal promoverá no mesmo local. Jair explicou que pretende estudar o assunto em conjunto com os secretários municipais e que vai consultar o Conselho Municipal de Educação e a secretária municipal de Educação, Maristela Guasseli.<br />Jair Foscarini explicou ao público que lotou a sede da Sociedade Atiradores que o administrador precisa escolher aonde aplicar os recursos, beneficiando sempre o maior número de pessoas pois, apesar das necessidades serem ilimitadas, os recursos não o são.<br />PREFEITO CONFIRMA NOVA ESCOLA<br />"Há muitos anos, lembrou, Lomba Grande sonha com uma escola municipal na área central. Temos uma escola boa, estadual, mas várias turmas não têm professores, o que não ocorre nas unidades do município onde não deixamos faltar professores. O ideal seria uma escola ao lado de cada comunidade, mas isto não é possível. Com a nova escola, que deverá estar pronta no início de março/2008, teremos menos alunos transportados". Vamos definir o que fazer racionalmente e não emocionalmente para não criarmos atritos, disse o prefeito, reafirmando que a opção de fazer uma escola é clara e tem que ser feita.<br />FECHAMENTO<br />A construção da nova unidade escolar na área central implicará numa possível desativação das escolas municipais Washington Luis, Tiradentes, Bento Gonçalves e Conde D’Eu, localizadas em pontos distantes do bairro. Segundo a secretária municipal de Educação, Maristela Guasseli, o quadro de alunos nessas unidades é o seguinte:<br />Bento Gonçalves - 43 alunos - todos transportados para a escola<br />Washington Luis - 105 alunos - 85 transportados<br />Conde D’Eu - 100 alunos - 90 transportados<br />Tiradentes - 61 alunos - 54 transportados<br /><br />272 utilizam o transporte, sendo que 37 se deslocam a pé. São utilizados quatro veículos que perfazem um total de 13 mil km/mês.<br /><br />Maristela Guasseli apresentou dados sobre a realidade dessas escolas, afirmando que a proposta da Prefeitura não prevê o fechamento dessas unidades. Recordou que no ano passado iniciou a elaboração do projeto da nova escola e que os diretores, bem como toda a comunidade escolar, tinham conhecimento do mesmo. Entre os argumentos está o longo tempo em que os alunos permanecem sendo transportados e a necessidade de ampliação do currículo com a inclusão de atividades de esporte, dança, música, informática e acesso aos laboratórios, bibliotecas, entre outros. Atualmente, os alunos precisam ser transportados para outro local para realizar atividades mais complexas. Maristela também citou a falta de uma linha telefônica, de rádio-escola e de Internet, fator que limita a atividade pedagógica. Ao concluir, reafirmou que o objetivo maior é buscar o melhor para a comunidade. "Não queremos afrontar ninguém".<br />ESCOLAS<br />Os representantes das quatro escolas defenderam a preservação das raízes culturais de Lomba Grande, lembrando a história de cada unidade escolar e os fortes vínculos dos alunos com a agricultura e a sua própria comunidade escolar. Também declararam que não foram consultados.<br />Roque Melo, representando a Washington Luis e as localidades de Santa Maria do Butiá e São Jacó, afirmou que não é contra a nova escola, mas que é contra o fechamento das demais. Disse que a decisão foi tomada sem consulta prévia à comunidade. "Nunca nos perguntaram nada", concluiu, apresentando um abaixo-assinado com 570 assinaturas pela permanência da escola.<br />Maria Solange, da Tiradentes, da localidade de Morro dos Bois, pediu que o fechamento seja repensado, citando o atendimento odontológico que é feito no local. Disse que se a escola fechar ninguém mais visitará Morro dos Bois e que também não será mais feita a manutenção da estrada e não terá mais ônibus. "Ficaremos esquecidos".<br />Célia Margareth, da Bento Gonçalves, localidade do Taimbé, citou o prejuízo cultural e social, lembrando que a escola é o ponto de referência no atendimento à saúde dos moradores.<br />Lauri, da Conde D’Eu, localidade do Quilombo, enfatizou que os pais querem as crianças pequenas estudando perto de casa, e que a escola tem 59 anos de existência.<br />VEREADORES <br />Compareceram à audiência, além do presidente Ito Luciano, os vereadores Antonio Lucas, vice-presidente da Câmara, os integrantes da Comissão de Educação - Ralfe Cardoso, Soli Silva e Anita Lucas de Oliveira, e os vereadores Jesus Maciel Martins, Renan Schaurich, Teo Reicherrt, Volnei Campagnoni, Gilberto Koch, Gerson Peteffi e Paulo Kopschina. Cleonir Bassani justificou a ausência por estar participando de curso de especialização à distância.<br />Manifestaram-se os vereadores Jesus Maciel Martins, Gilberto Koch, Volnei Campagnoni, Ralfe Cardoso e Teo Reichert.<br />PROGRESSO<br />A presidente do Conselho Municipal de Educação, professora Traude, observou: "Identidade a gente não perde indo de um lugar para outro. A história da escola não acaba. O prédio permanece". Propôs aos pais que não abram mão do progresso, sugerindo que repensem e reflitam.<br />COMUNIDADE<br />Também se manifestaram os representantes da Associação de Moradores de Lomba Grande, do Quilombo, do Sindicato dos Professores, moradores do bairro e o secretário da Agricultura, Roberto Kieling, que defendeu o desenvolvimento sustentável para Lomba Grande.<br />