Especialistas pedem legislação contra o tabagismo
por admin
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última modificação
16/10/2020 19h55
Parte da sessão ordinária foi destinada ao tema
Fumar faz mal à saúde. A frase, que serve de alerta, parece não estar surtindo efeito no que diz respeito ao combate ao cigarro, pois o número de fumantes é crescente. Por sugestão do vereador Ralfe Cardoso, destinou-se parte da sessão ordinária desta quinta-feira, 30, para debater a passagem do Dia Nacional do Combate ao Fumo, em 29 de agosto. Na tribuna, especialistas pediaram o apoio dos parlamentares para legislação federal de coibição ao tabagismo.
A data, instituída na lei federal Nº 7.488 de 11/06/1986, tem por objetivo a elaboração de campanhas e a organização de eventos voltados à conscientização sobre os riscos do tabagismo.
O fumo é a principal causa de doenças pulmonares, como a bronquite crônica, o enfisema pulmonar, o câncer de pulmão e está associado ainda a doenças cardiovasculares e diversos tipos de tumores.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), fumar é uma epidemia generalizada e como tal deve ser combatida. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, no Brasil, cerca de 30% da população adulta é fumante. Estima-se que ocorram, por ano, 125 mil mortes no país por doenças associadas ao cigarro. A cada 5 minutos, um brasileiro morre por doença ligada ao tabaco.
Os fumo passivo também causa sérios prejuízos à saúde. A fumaça do cigarro pode ocasionar doenças arteriais, cardíacas, câncer de pulmão e garganta, bronquites, alergias e dores de cabeça. Ela ainda libera a adrenalina e o cortisol, hormônios causadores de estresse àqueles que aspiram o ar poluído pelo cigarro.
Em relação às mulheres, que têm começado a fumar cada vez mais cedo, os malefícios são muitos. Entre eles destacam-se o maior risco de infertilidade, câncer de colo de útero e menopausa precoce. Nas gestantes é maior a ocorrência de complicações durante o parto. Mães fumantes transmitem a nicotina aos bebês através do leite materno.
Tribuna Popular
A explanação sobre os malefícios do tabagismo foi realizada pela médica pneumologista Siegrid Janke e pela psicóloga Valéria Mülling Gomez, coordenadoras do ambulatório municipal de combate ao fumo.
A doutora Siegrid explica que o tabagismo é uma doença crônica curável, cujo principal agravante é a dependência química da substância nicotina. Enquanto começar é simples, parar é um desafio para a grande parte dos fumantes, que necessitam de tratamento especializado e apoio da família em sua decisão de largar o cigarro.
Para Valéria, é fundamental que o Legislativo tenha o propósito de criar leis as quais resultem em mudanças políticas, ambientais e econômicas visando à diminuição do ato de fumar. É preciso também, segundo ela, respaldar as ações que protejam o cidadão da exposição a fatores de risco de câncer, entre elas a restrição do consumo de derivados do tabaco nos diferentes ambientes sociais.
Carmen Gerhardt, Presidente da Liga de Combate ao Câncer de Novo Hamburgo, destacou o trabalho do ambulatório municipal. "Lutar contra o cigarro é essencial para a diminuição dos casos dos mais diversos tipos de câncer", frisou.
O ambulatório de NH
O Ambulatório de Abordagem e Tratamento do Fumante em Novo Hamburgo foi criado há pouco mais de um ano, a partir da realização de atividades pontuais ao dia 31 de Maio em 2006, Dia Mundial Sem Tabaco.
À época, profissionais da Secretaria Municipal de Saúde começaram a construir o projeto baseado na Normatização do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer. A partir da divulgação, as pessoas com o desejo de deixar de fumar procuraram o tratamento. Os tabagistas interessados em participar do programa passam por consulta médica na Unidade Básica de Saúde e posteriormente por avaliação dos profissionais do ambulatório
O programa consiste em quatro sessões semanais no primeiro mês e duas sessões quinzenais de manutenção, nas quais são abordados diversos temas: a dependência, a abstinência, as recaídas, estratégias e qualidade de vida ao parar de fumar. A abordagem cognitiva comportamental é associada àqueles pacientes que necessitam de medicação.
No primeiro ano de existência, dez grupos já foram atendidos. Das 150 pessoas atendidas, cerca de 45% já pararam de fumar. Os demais participantes com consumo de 40 a 60 cigarros por dia, reduziram em mais de 80%. Em alguns grupos o índice de abandono só não foi maior devido à falta de medicação.
O jornalista hamburguense Agnaldo Charoy testemunhou sobre a eficácia do tratamento. Fumante por 30 anos, ele contou que através do programa conseguiu largar o vício que há muito prejudicava sua saúde.
União de esforços
O programa tem por objetivo tratar e apoiar os pacientes na cessação do hábito de fumar e assim resgatar a saúde e promover a qualidade de vida. Para isso são utilizados dois tipos de abordagem: a preventiva e a curativa. A abordagem preventiva realiza atividades em escolas e nas comunidades. Já a curativa envolve programas de auxílio aos dependentes, uma vez que 80% dos fumantes desejam parar de fumar e apenas 3% conseguem a cada ano sem tratamento.
A Lei Federal Nº. 9.294 de 1996 já restringiu as propagandas de cigarro e reduziu os locais permitidos ao consumo. No entanto, é preciso mais.
Segundo as coordenadoras do Ambulatório de Abordagem e Tratamento do Fumante, é preciso a união de esforços e a mobilização de diversos segmentos sociais.
"O controle do tabagismo integrado ao Programa de Saúde Pública se fortalece com apoio de profissionais de saúde, de educação e entidades não-governamentais. Cabe ao Legislativo regulamentar a produção e a comercialização do tabaco, bem como criar matérias para conscientizar a população sobre os maléficos do cigarro".
A data, instituída na lei federal Nº 7.488 de 11/06/1986, tem por objetivo a elaboração de campanhas e a organização de eventos voltados à conscientização sobre os riscos do tabagismo.
O fumo é a principal causa de doenças pulmonares, como a bronquite crônica, o enfisema pulmonar, o câncer de pulmão e está associado ainda a doenças cardiovasculares e diversos tipos de tumores.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), fumar é uma epidemia generalizada e como tal deve ser combatida. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, no Brasil, cerca de 30% da população adulta é fumante. Estima-se que ocorram, por ano, 125 mil mortes no país por doenças associadas ao cigarro. A cada 5 minutos, um brasileiro morre por doença ligada ao tabaco.
Os fumo passivo também causa sérios prejuízos à saúde. A fumaça do cigarro pode ocasionar doenças arteriais, cardíacas, câncer de pulmão e garganta, bronquites, alergias e dores de cabeça. Ela ainda libera a adrenalina e o cortisol, hormônios causadores de estresse àqueles que aspiram o ar poluído pelo cigarro.
Em relação às mulheres, que têm começado a fumar cada vez mais cedo, os malefícios são muitos. Entre eles destacam-se o maior risco de infertilidade, câncer de colo de útero e menopausa precoce. Nas gestantes é maior a ocorrência de complicações durante o parto. Mães fumantes transmitem a nicotina aos bebês através do leite materno.
Tribuna Popular
A explanação sobre os malefícios do tabagismo foi realizada pela médica pneumologista Siegrid Janke e pela psicóloga Valéria Mülling Gomez, coordenadoras do ambulatório municipal de combate ao fumo.
A doutora Siegrid explica que o tabagismo é uma doença crônica curável, cujo principal agravante é a dependência química da substância nicotina. Enquanto começar é simples, parar é um desafio para a grande parte dos fumantes, que necessitam de tratamento especializado e apoio da família em sua decisão de largar o cigarro.
Para Valéria, é fundamental que o Legislativo tenha o propósito de criar leis as quais resultem em mudanças políticas, ambientais e econômicas visando à diminuição do ato de fumar. É preciso também, segundo ela, respaldar as ações que protejam o cidadão da exposição a fatores de risco de câncer, entre elas a restrição do consumo de derivados do tabaco nos diferentes ambientes sociais.
Carmen Gerhardt, Presidente da Liga de Combate ao Câncer de Novo Hamburgo, destacou o trabalho do ambulatório municipal. "Lutar contra o cigarro é essencial para a diminuição dos casos dos mais diversos tipos de câncer", frisou.
O ambulatório de NH
O Ambulatório de Abordagem e Tratamento do Fumante em Novo Hamburgo foi criado há pouco mais de um ano, a partir da realização de atividades pontuais ao dia 31 de Maio em 2006, Dia Mundial Sem Tabaco.
À época, profissionais da Secretaria Municipal de Saúde começaram a construir o projeto baseado na Normatização do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer. A partir da divulgação, as pessoas com o desejo de deixar de fumar procuraram o tratamento. Os tabagistas interessados em participar do programa passam por consulta médica na Unidade Básica de Saúde e posteriormente por avaliação dos profissionais do ambulatório
O programa consiste em quatro sessões semanais no primeiro mês e duas sessões quinzenais de manutenção, nas quais são abordados diversos temas: a dependência, a abstinência, as recaídas, estratégias e qualidade de vida ao parar de fumar. A abordagem cognitiva comportamental é associada àqueles pacientes que necessitam de medicação.
No primeiro ano de existência, dez grupos já foram atendidos. Das 150 pessoas atendidas, cerca de 45% já pararam de fumar. Os demais participantes com consumo de 40 a 60 cigarros por dia, reduziram em mais de 80%. Em alguns grupos o índice de abandono só não foi maior devido à falta de medicação.
O jornalista hamburguense Agnaldo Charoy testemunhou sobre a eficácia do tratamento. Fumante por 30 anos, ele contou que através do programa conseguiu largar o vício que há muito prejudicava sua saúde.
União de esforços
O programa tem por objetivo tratar e apoiar os pacientes na cessação do hábito de fumar e assim resgatar a saúde e promover a qualidade de vida. Para isso são utilizados dois tipos de abordagem: a preventiva e a curativa. A abordagem preventiva realiza atividades em escolas e nas comunidades. Já a curativa envolve programas de auxílio aos dependentes, uma vez que 80% dos fumantes desejam parar de fumar e apenas 3% conseguem a cada ano sem tratamento.
A Lei Federal Nº. 9.294 de 1996 já restringiu as propagandas de cigarro e reduziu os locais permitidos ao consumo. No entanto, é preciso mais.
Segundo as coordenadoras do Ambulatório de Abordagem e Tratamento do Fumante, é preciso a união de esforços e a mobilização de diversos segmentos sociais.
"O controle do tabagismo integrado ao Programa de Saúde Pública se fortalece com apoio de profissionais de saúde, de educação e entidades não-governamentais. Cabe ao Legislativo regulamentar a produção e a comercialização do tabaco, bem como criar matérias para conscientizar a população sobre os maléficos do cigarro".