Projeto Quizomba Cidadania atende mais de 100 crianças
Mauro Silva, coordenador do Comitê Pró-Ações Afirmativas, ocupou a Tribuna Popular, a pedido do vereador Ralfe Cardoso, para convidar a população a participar da apresentação dos resultados obtidos com a primeira fase do projeto Quizomba da Cidadania. A atividade será desenvolvida no dia 25 de agosto, na Praça do Imigrante, das 9h às 12h.<br />O projeto acontece nas quadras das escolas de samba dos bairros Rondônia, Boa Saúde, Primavera e São Jorge, agregando mais de 100 crianças. A Feevale participa com apoio pedagógico. O Quizomba descobre e valoriza talentos, despertando a auto-estima de crianças e jovens através de atividades variadas.<br />Mauro Silva reclamou que não há uma política pública da administração municipal para a questão étnica. Frisou que é necessário o apoio do Poder Público e que se este não sabe o que fazer, o Comitê e várias outras entidades podem assessorá-lo na execução de projetos. O Quizomba, como informou, tem servido de exemplo para cidades vizinhas.<br />VIOLÊNCIA<br />Para Mauro Silva, no Brasil o racismo se constrói socialmente, com a divisão da sociedade. "Buscar a igualdade é uma luta difícil. É muito mais do que lutar contra o preconceito, mas lutar principalmente contra uma visão distorcida da sociedade".<br />Na sua avaliação, até mesmo os índices sociais e econômicos demonstram o quanto existe desta divisão, pois entre os mais pobres estão sempre os negros, excluídos do processo que faculta a ascensão de outras classes sociais. Da tribuna, considerou que "postergar o enfrentamento desse problema é jogar para baixo do tapete um problema que não queremos ver". Citou o exemplo da violência no Rio de Janeiro, explicando: "É só ver quem são as pessoas em situação de marginalidade? São os negros. A população do Rio está sendo assassinada pelo Estado porque nas favelas e morros não moram somente traficantes de drogas. A questão da violência tem, portanto, um componente étnico. Para muitos, enquanto morrerem os negros não há problema. A sociedade só se compadece quando a violência chega à classe média. Quando a violência atinge pobres e negros não se dá a devida importância", concluiu.<br /><br /><br />