Ônibus terão campanhas para coibir a violência contra a mulher
Os ônibus de Novo Hamburgo poderão circular com campanhas educativas no intuito de coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. A proposta que autoriza a utilização de espaços publicitários nos veículos é de autoria do vereador Paulo Kopschina (PMDB). O projeto de lei, apreciado em segunda votação nesta quinta, dia 12, provocou debate no Legislativo hamburguense.<br /><br />- O que me motivou a fazer esta proposta foi o último 8 de março nesta Casa. Até então, isso é uma confissão, eu não tinha a dimensão exata do que era e do que é a violência familiar contra a mulher. A partir do que ouvimos da vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT) e de sua convidada naquele dia (advogada especialista em Direito Previdenciário, Marilinda Fernandes), passei a ler mais sobre o assunto. A violência contra a mulher ocorre em todas as camadas sociais - disse o vereador, apelando para que os demais colegas aprovassem a proposta.<br /><br />Em seguida, a vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT), autota de uma emenda ao projeto, ocupou a tribuna para demonstrar apoio ao projeto do líder do governo. A parlamentar disse ser vítima de violência social, assim como as demais mulheres. Anita relatou que, por vezes, é alvo de brincadeiras inclusive dos colegas vereadores. <br /><br />- Espero que o trabalho que será realizado para acabar com a violência doméstica contra a mulher não fique só na propaganda. Nós temos que fazer mais. Temos que implantar políticas que permitam a criação de abrigos, juizados e delegacias capacitadas para atender as mulheres.<br /><br />Ela relatou ter ocupado a tribuna provocada por afirmações do vereador Teo Reichert (PDT) feitas na sessão de terça.<br /><br />O vereador Teo Reichert (PDT) retomou o assunto nesta quinta ao ocupar a tribuna. Ele afirmou que é preciso ter cuidado ao se abordar o assunto nas campanhas publicitárias. Segundo ele, não se pode fazer generalizações, afirmando que todos os homens agridem as mulheres. O parlamentar acrescentou que os homens também são vítimas da violência, mas que não externam o problema.<br /><br />- Não é verdade que só existe violência contra a mulher - declarou o vereador, referindo-se aos casos registrados de falta de segurança nas cidades que atingem os homens.<br /><br />Ralfe Cardoso (PSOL) declarou ter sido provocado pela fala do vereador Teo a ocupar a tribuna. O parlamentar do PSOL disse que não se pode confundir a violência urbana com a violência doméstica sofrida pelas mulheres. Ele defende que as campanhas sejam incisivas contra as agressões, sugeriu inclusive que não se restringissem aos ônibus. <br /><br />Motivado pelo debate que gerou o seu projeto, Paulo Kopschina voltou a ocupar a tribuna:<br /><br />- A violência não é só física, sexual, a violência também é verbal. E essa é constante. Essa é tão perigosa quanto as demais. <br /><br />A vereadora Lorena Mayer (DEM) comentou que algumas mulheres deixam de denunciar os maridos para poupar os filhos e permitir que eles "tenham pelo menos um teto para morar".<br /><br />