12/07/2011 - Câmara Atuante se mobiliza por recuperação de drogados

O Legislativo tem atendido a uma série de demandas da comunidade através do projeto Câmara Atuante. Para marcar a Semana Municipal de Prevenção às Drogas, um grupo de vereadores se reuniu para visitar o Centro de Recuperação Nova Vida, na tarde desta terça, 12, e verificar as dificuldades relatadas pelo diretor da entidade Luiz Henrique Maia, o Índio, quando participou da sessão plenária em 16 de junho. Estiveram no encontro os vereadores Ricardo Ritter – Ica (PDT), Raul Cassel, Sergio Hanich e Luiz Carlos Schenlrte (PMDB) Jesus Maciel (PTB), o presidente Leonardo Hoff (PP), o 2º vice-presidente da União das Comunidades terapêuticas do Vale dos Sinos, Aldemir de Zorzi, e Ozéas de Medeiros, que atua como voluntário.

Criado há oito anos, o centro Nova Vida localiza-se em uma área de cerca de um hectare, na Vila Kephas. Atualmente tem 19 internos, mas já chegou a atender 40 usuários de uma só vez. "Já perdi as contas de quantas pessoas ajudamos a recuperar", revelou Índio. O diretor explicou que o tempo médio de internação é de 9 meses, mas existem residentes que estão há dois ou três anos, pois não têm condições de voltar ao convívio social. "Muitos não têm família, por isso preferem continuar aqui".

Segundo Maia, os próprios internos são responsáveis pela manutenção e higiene do local. Eles também cuidam da alimentação e de uma horta. Como a maioria dispõem de pouco ou nenhum recurso, nada é cobrado das famílias. Índio relatou os inúmeros problemas enfrentados pelos internos, como falta de estrutura física para alimentação, alojamento e para outras atividades. Falou também sobre a inexistência de médicos, psicólogos e assistentes sociais. Outra questão refere-se ao terreno onde está situado o centro Nova Vida. Por não ser regularizado, a entidade não possui garantias de que poderá ficar no local. Além disso, a instituição não cumpre ainda os requisitos para recebimento de verbas públicas.

Para Índio, apesar de todas essas dificuldades o que mais preocupa é a falta de compreensão e de apoio da sociedade aos dependentes químicos. "Recorri aos vereadores porque sei que estão trabalhando muito nessa área".

O ex-dependente Claudenir Moreira visita com frequência o Centro Nova Vida. O local, segundo ele, foi essencial para que houvesse uma mudança em sua vida, deixando de consumir diversos tipos de drogas e álcool. "Foi uma benção! Hoje trabalho, tenho a minha família, mas não deixo de apoiar aqueles que estão se recuperando", contou.

Mobilização da Câmara
O presidente da Comissão de Saúde da Casa, vereador Raul Cassel, ressaltou que o grupo participou das discussões junto ao Conselho Municipal de Entorpecentes - Comen sobre a nova legislação referente a fazendas ou comunidades terapêuticas dedicadas à recuperação de dependentes químicos. Ele explicou que as fazendas terapêuticas não podem ser comparadas às clínicas médicas, pois cada um desenvolve trabalho com características próprias. Cassel esteve reunido também com representantes do Executivo, responsável pela fiscalização, solicitando que houvesse um tempo maior para a adaptação das entidades às novas regras. Há de se ter tolerância, segundo o parlamentar, pois centros como o Nova Vida suprem uma carência que não é atendida pelo Poder Público. Carlinhos Schenlrte frisou a necessidade de se arrecadar alimentos, roupas de cama e produtos de higiene pessoal.

O presidente Leonardo Hoff ressaltou a importância de um projeto para a regularizar a entidade. Por isso, comprometeu-se a verificar a documentação e os procedimentos necessários. "Só assim, poderemos viabilizar a destinação de recursos públicos". Os vereadores irão trabalhar também para a regulamentação da área. "Precisamos descobrir quem são os proprietários para solicitar uma doação ou, se for do Município, fazer um comodato". Com a toda a documentação em mãos, os vereadores poderão conceder a utilidade pública do Nova Vida e até incluir emenda no Orçamento 2012.

12/07/2011

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