Novo bispo traz mensagem de fé aos cristãos
O novo Bispo da diocese de Novo Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel, assumiu seu cargo no último dia 29 de abril, em substituição a Dom Osvino Both, transferido para Brasília e que durante 10 anos comandou a diocese local. <br />Dom Zeno compareceu à Câmara Municipal a convite do vereador Gerson Peteffi (PSDB) e, da Tribuna Popular na sessão desta quinta-feira, 24, saudou a comunidade hamburguense. Desejou um bom trabalho aos vereadores, destacou a participação da Câmara nas tratativas que envolvem a vinda do Trensurb para NH, afirmando que apóia a implantação do trem na região e revelando a sua preocupação com o trânsito de veículos na BR-116.<br />Dom Zeno Hastenteufel é natural de Montenegro, sendo o mais velho de oito filhos de pequenos agricultores. Foi ordenado padre em 1972, tendo trabalhado em Porto Alegre por 29 anos, onde acompanhou de perto a formação e a criação da diocese de NH, em 1980. Em Porto Alegre acumulou o trabalho na paróquia com a atividade docente na PUC, interrompendo essa atividade por três anos, quando fez seu doutorado em Roma em História da Igreja, na Universidade Gregoriana.<br />BEATIFICAÇÃO<br />Há cinco anos foi nomeado Bispo de Frederico Westphalen, acompanhando o êxodo rural daquela região em direção ao Vale do Sinos. Manteve forte atuação nas emissoras de rádio locais, com programas diários na Rádio Luz e na Rádio Alegria. Empenhou-se na beatificação de dois mártires da região do Alto Uruguai, o padre Manoel Gomes Gonzáles e o coroinha Adílio Daronch, cuja beatificação deve ocorrer no dia 21 de outubro deste ano. O martírio ocorreu em 1924, em Três Passos.<br />PROJETOS<br />Em março deste ano Dom Zeno recebeu a notícia que o Papa havia lhe transferido para NH. Da tribuna, explicou ao plenário que o cargo não é eletivo, mas que é uma nomeação honrosa. O Bispo coordena a vida da diocese que tem sede em Novo Hamburgo, abrange 23 municípios, reúne 45 paróquias, 80 padres e 43 seminaristas maiores, dos quais 12 serão ordenados padres entre 2007/8.<br />O plano de trabalho do novo bispo é de trabalhar com os padres, apoiar os projetos pastorais da diocese, inteirar-se da realidade local, com as suas mais diferentes exigências e, no futuro, organizar um plano de pastoral, circulando nos 23 municípios que integram a diocese. "Acima de tudo, explicou, desejo ser uma presença de animação dos nossos padres, dos agentes de pastoral e de todas as comunidades católicas da diocese". O Bispo afirmou, ainda, que traz "o desejo de acertar e de trabalhar com afinco, fazendo com que o povo entenda melhor a sua posição na fé e na vida cristã".<br />JOVENS<br />O vereador Jesus Maciel Martins (PTB) elogiou o espírito de doação e a simplicidade de Dom Zeno, questionando-lhe sobre os planos para aproximar os jovens da Igreja. Dom Zeno recordou que a CNBB aprovou documento da Pastoral da Juventude, elaborado nos últimos quatro anos com diretrizes claras e precisas. Encontra-se em fase de análise para aprovação em Roma e deverá ser publicado no Brasil ainda neste semestre. Informou também que há 33 anos fundou um grupo para jovens e que a juventude é uma das suas prioridades.<br />PAPA<br />O vereador Gerson Peteffi (PSDB) abordou a vinda do Papa Bento XVI ao Brasil, perguntando ao Bispo qual foi o maior ensinamento deixado pelo Papa. Dom Zeno respondeu que o Papa trouxe uma imagem positiva e que veio falar de Jesus e não da temática política ou social, "o que ele deixou claro logo de saída", como frisou. A mensagem do Papa é para os que "crêem em Jesus e para estes há uma série de valores a serem vividos, desde a concepção até a morte natural". <br />Na avaliação do Bispo, o Papa mostrou-se simpático, comunicativo, sorridente e alegre, surpreendendo o Brasil, mas não os bispos, que já o conhecem melhor, como explicou. Também falou da sua visita aos drogados, lembrando que a igreja Católica desenvolve intenso trabalho nessa área.<br />PADRE REUS<br />O vereador Cleonir Bassani (PSDB) perguntou sobre o andamento do processo de santificação do Padre Réus, em São Leopoldo-RS. Dom Zeno esclareceu que há necessidade de cumprir três etapas no processo, a saber: 1º) Ser reconhecido pela população da sua época como santo; 2º) Ter comprovada virtude; 3º) Ter feitos milagres, promovido fatos extraordinários com documentação que os comprove. O primeiro processo foi encaminhado em 1961, quando para comprovar a sua virtude foi trazido o exemplo dos êxtases vividos pelo Padre Réus. "Hoje, como informou Dom Zeno, os êxtases não são mais um sinal de santidade e a virtude se comprova com a vivência diária junto aos mais simples". Para sanar essas lacunas, um novo processo foi remetido ao Vaticano há dois anos, como informou.<br />