Sociedade Fraternal comemora 90 anos

por admin última modificação 16/10/2020 19h55
Oradores destacaram a preservação da família e da amizade

Por iniciativa do vereador Paulo Kospchina (PMDB), parte do Expediente da sessão desta quinta-feira, 19, registrou os 90 anos de existência da Sociedade de Canto União Fraternal. Diretores e sócios da Sociedade acompanharam a homenagem, que foi encerrada com a apresentação do Coral Municipal de Novo Hamburgo, sob a regência de Liris Neumnann. <br />A Sociedade Fraternal foi criada com o objetivo de formar o canto coral, destacando-se também no esporte, nas atividades culturais, sociais e na preservação dos valores familiares. A fundação ocorreu em janeiro de 1917 por iniciativa de Bertholdo Müller, Pedro José Treis, Victor Schultz e mais 24 associados. Venceu vários campeonatos e torneios de bolão e bocha e em 1958, com o grupo América, conquistou o campeonato estadual feminino de bolão. Em 1975 passou a ocupar a nova sede na Avenida Pedro Adams Filho, no Bairro Pátria Nova.<br />O vereador Paulo Kopschina revelou todo o seu envolvimento emocional com "O Fraternal", como todos se referem à Sociedade. "Passei minha infância e minha adolescência no Bairro Pátria Nova e me criei ao redor do Fraternal, da Padaria Brasil, da fábrica de alumínio. Pelo menos três gerações viveram essa experiência". <br />ESPORTE<br />Kopschina recordou que o Ipiranga Futebol Clube nasceu dentro do Fraternal e que o seu primeiro campo localizava-se onde hoje está situada a sede do Fraternal. Falou dos grandes times de futebol da época que, com muita "galhardia", enfrentavam e venciam os clubes das cidades vizinhas. Lembrou os grupos de bolão que marcaram a vida da cidade pela sua competência, citando os grupos mula-manca e o amigo da onça, que teve origem num ato de rebeldia da juventude do Fraternal, que não conseguia espaço no bolão. O grupo conquistou o campeonato e a juventude do Fraternal foi enfim reconhecida. <br />BLOCOS DE SALÃO<br />Do Fraternal nasceram dois blocos humorísticos: "Papai é o maior" e "Saímos de qualquer jeito". Eram blocos de salão e, guardadas as proporções, equivaliam às escolas de samba da atualidade, como explicou. "Ali se criou a Escola de Samba Embaixadores do Ritmo". Também falou dos bailes, das grandes orquestras nacionais e internacionais que animaram grandes festas, lembrando com carinho da figura do "mestre de sala", que cuidava os casais para que não dançassem de rosto colado. O mestre eram sempre um senhor de mais idade. Durante o baile ele caminhava ao redor do salão, observando a movimentação. Quando detectava uma "irregularidade", colocava um bilhetinho no bolso do casaco do rapaz avisando que ele "estava avançando o sinal".<br />O vereador Paulo Kopschina ainda falou das quermesses, das festas de São João e concluiu: "Éramos jovens, fazíamos nossas traquinagens, mas todos éramos pessoas comprometidas com a verdade e com a lealdade. Que bom ter nascido ao redor do Fraternal. Que bom ter passado ali a minha juventude e como foi bom ter um clube nosso".<br />FONTE DE ÁGUA<br />O vereador Ricardo Ritter, que também é diretor social do Fraternal, chamou a atenção para o fato de que o clube é 10 anos mais velho do que Novo Hamburgo, que neste ano comemora 80 anos de emancipação política. Disse que o clube também lhe traz lembranças da sua infância, especialmente do seu pai. Falou dos fins de tarde, quando a reunião das 18h é ponto obrigatório para todos e elogiou as instalações do clube e a fonte de água com carpas, que na sua avaliação é um dos recantos mais bonitos do local.<br />O vereador Cleonir Bassani ressaltou que em Novo Hamburgo são muitas as sociedades que somam vários anos de atividades. O Fraternal mostra a preocupação dos cidadãos que desbravaram a cidade e a sua preocupação com a vida em sociedade. Hoje, explicou Bassani, quando vemos crimes como o que ocorreu recentemente nos Estados Unidos, resultado de um ato de alguém que não se adaptava à vida em sociedade, vemos como é importante uma sociedade que preserva a convivência e a fraternidade.<br />José Elói Pacheco, atual presidente, agradeceu a homenagem e convidou a comunidade a conhecer a Sociedade. José Elói veio para Novo Hamburgo em 1980 e em 86 já era sócio do Fraternal. "Somos praticamente uma família e conseguimos trazer as famílias dos sócios para dentro da Sociedade", divulgando o almoço que é feito aos sábados, e que é sempre muito concorrido. A Sociedade tem dois mil metros quadrados, 40 contribuintes e 80 sócios patrimoniais, não tem dívidas e ainda colabora com a cedência de espaços para a comunidade. Oferece academia de dança, ginásio, cancha de bocha e espaço para festas e prática de esportes. "O forte da casa é a humildade e a boa comida", concluiu.<br />