Sindipolo alerta sobre desemprego na região
A compra do Grupo Ipiranga pela Petrobras, Braskem e Grupo Ultra desencadeou uma série de debates sobre qual será o futuro do Pólo Petroquímico do Rio Grande do Sul. As possíveis conseqüências do negócio, que envolveu um montante de cerca de R$ 8,3 bilhões, foram abordadas pelo representante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo/RS (Sindipolo), Carlos Eitor Machado Rodrigues, durante a sessão desta terça, dia 10. Ele manifestou-se na Tribuna Popular.<br /><br />- Por que trazer essa discussão para Novo Hamburgo? - perguntou Rodrigues ao plenário. <br /><br />Segundo ele, porque se trata de uma empresa pública e porque o resultado dessa negociação terá enorme efeito sobre o setor petroquímico. A Petrobrás aumentará a sua participação no setor, possibilitando que a Braskem controle o pólo petroquímico baiano e também o do Rio Grande do Sul.<br /><br />O Pólo de Triunfo conta hoje com nove empresas. As cinco maiores se transformarão em uma única empresa. Isso trará maior controle sobre vários produtos, permitindo que a distribuidora dite as regras para o mercado. Essa iniciativa afetará diretamente as empresas situadas, por exemplo, no Vale do Sinos que utilizam tintas, solventes, borrachas e resinas. A previsão do Sindicato é que haja desemprego, afetando diretamente a cidade de Novo Hamburgo e o Vale do Sinos, onde residem grande parte dos trabalhadores que, direta ou indiretamente atuam no Pólo de Triunfo.<br /><br />- O objetivo é trazer a discussão. O pólo gaúcho é o mais rentável e competitivo do país. Ela vai ficar na mão deste grupo econômico, isso terá impacto no ICMS do Estado, além da possibilidade concreta de trabalhadores perderem o emprego ou de terem seus direitos suprimidos. <br /><br />De acordo com ele, quando a Braskem assumiu o controle do pólo baiano de Camaçari provocou a demissão de dois mil trabalhadores, além da retirada da previdência complementar. <br /><br />Após a exposição de Rodrigues, o vereador do P-Sol, Ralfe Cardoso, fez críticas ao modo como ocorreu a aquisição do Grupo Ipiranga. Ele concordou que o negócio irá gerar desemprego.<br /><br />- Este tipo de negociação beira a negociata do ponto de vista político. Foi pura enganação não fazer o negócio antes da eleição.<br /><br />O parlamentar Jesus Maciel (PTB), que tomou posse nesta terça, declarou preocupar-se com a concentração de renda provocada pelo negócio anunciado no dia 19 de março. <br /><br />- Me preocupo com a concentração de renda. Isso vai dificultar a todos nós.<br /><br />O representante do Sindipolo destacou que essa aquisição no Rio Grande de Sul irá concentrar nas mãos do grupo Odebrecht, controlador da Braskem, o setor petroquímico do país.