Aumento do preço dos calçados exportados não compensa retração no número de pares vendidos
O ano de 2006 foi marcado por uma queda acentuada na produção coureiro-calçadista gaúcha. De acordo com a Fundação de Economia e Estatística (FEE), de janeiro a outubro, a retração foi de 8,3%. No ano anterior, a taxa acumulada do mesmo período (janeiro-outubro 2005) foi de -3,2%. Conforme a Carta de Conjuntura, divulgada no último dia 12, no período janeiro-outubro/05, a elevação do preço dos calçados exportados (24,2%) compensou a retração no número de pares vendidos (-16,2%), mas, em 2006, essa queda foi tão acentuada que a elevação do preço (17%) não conseguiu contrabalançar a redução na quantidade (-17,4%), ocorrendo queda de 3,3% nos valores exportados (US$ 1.054.596). <br /><br />Não é apenas o câmbio valorizado o responsável por esses resultados. Com mão-de-obra barata e custos de transação reduzidos, a China dominou rapidamente os segmentos de calçados de menor preço e, paulatinamente, passou a ocupar faixas de preços mais elevados, deslocando fabricantes gaúchos de mercados tradicionais. Conforme a FEE, exemplo disso é o caso do mercado norte-americano, que já representou 80% das exportações gaúchas e, hoje, absorve menos de 50%.<br />