Campanha contra poluição será lançada dia 18 de novembro
Novo Hamburgo vai liderar um grande mutirão em favor da conservação da vida na Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos e Gravataí. A dimensão da tragédia que resultou na mortandade de milhares de peixes no Arroio Portão mobilizou a comunidade para mais um trabalho de conscientização, em continuidade às ações que vêm sendo realizadas. O SOS Rio dos Sinos promoveu uma reunião na segunda-feira, 30, no gabinete da presidência da Câmara, para tratar do assunto. <br />PARTICIPANTES<br />Participaram da reunião, além do presidente Teo Reichert, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara de NH e representantes das secretarias municipais do Meio Ambiente, de Serviços Urbanos, de Cultura e Turismo, Saúde, Educação e COMUSA - Companhia Municipal de Saneamento. Também estiveram presentes a Câmara Júnior de NH, Henrique Prieto, do Instituto Martim Pescador e Dione Moraes, do SOS Rio dos Sinos, que coordenou o encontro. Ela ressaltou que o projeto se destina à comunidade e não às empresas.<br />CAMPANHA EMERGENCIAL<br />A primeira proposta é a realização de uma campanha emergencial de sustentabilidade dos recursos hídricos. O SOS Rio dos Sinos apresentou ao grupo, para análise, um plano estratégico que envolve várias atividades, propostas e o envolvimento da população e dos órgãos públicos. O lançamento dessa campanha se dará no próximo dia 18 de novembro, na Praça do Imigrante, pela manhã. O SOS Rio dos Sinos também apresentou informações técnicas obtidas junto à FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental e à SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente.<br />Esta mesma campanha será lançada no dia 10 de novembro em Sapucaia do Sul e Esteio. São Leopoldo e Nova Hartz também se integrarão à campanha, mas o lançamento ainda não tem data definida. <br />USO RACIONAL<br />Além do plano emergencial, Dione apresentou um anteprojeto de decreto a ser assinado pelo prefeito Jair Foscarini. O texto prevê a proibição do uso de água tratada para lavagem de calçadas, automóveis, prédios, etc., a obrigatoriedade de armazenamento da água da chuva para reaproveitamento no uso diário, além de penalidades aos infratores. A proposta original prevê corte de água por um dia ou mais, mas a sugestão de Armando Marco, da SECULT, é que haja uma majoração na tarifa quando houver excesso de consumo.<br />A proposta do grupo é aumentar o leque de participação, atuando na educação, conscientização e na construção de novos hábitos. Também serão contempladas as ações de fiscalização e busca de recursos financeiros para obras de saneamento. <br />ESGOTO<br />Delcio Altmann, representando a COMUSA, relatou que a projeção meteorológica para o verão que se aproxima é de estiagem. Novo Hamburgo depende 100% do Rio dos Sinos, lembrou, informando que apenas 2,4% do esgoto cloacal recebe tratamento. O restante do esgoto nas habitações regulares é recolhido em fossas com filtro. A expectativa é que num prazo de três a cinco anos, completados os projetos em andamento, o índice de tratamento de esgoto passe para 20%. Dione Moraes citou os casos de Santa Maria e Bagé que devido à falta de recursos hídricos enfrentaram grandes dificuldades de abastecimento.<br />SOBREVIVÊNCIA<br />Diego Martinez, titular da SEMAM, definiu a situação atual como uma crise de cultura e de educação. "Temos que mostrar para a cidade que o problema está acima de partidos políticos. É uma questão de sobrevivência, de cidadania."<br />O vereador Gilberto Koch, presidente da Comissão de Meio Ambiente, juntamente com o vereador Soli Silva, da Comissão de Educação, defenderam a participação da UAC - União das Associações Comunitárias para que seja feito um trabalho de conscientização nos bairros e nas escolas.<br />Luiz Carlos Schenlrte, titular da SEMSU, defendeu o diálogo e ressaltou que é preciso levar soluções às empresas poluidoras, antes de multá-las ou fechá-las. Precisamos preservar a indústria e os empregos, completou. Diego Martinez reforçou esse ponto-de-vista, relatando que as vezes o diálogo entre as partes é mais produtivo. Citou o exemplo de uma empresa da Rua Manágua, no Bairro Santo Afonso, cujo barulho era insuportável. Após uma negociação de seis meses, a empresa mudou-se de local, resolvendo a situação e preservando os empregos.<br />Ana B. Wittmann, da SMED, sugeriu o investimento na educação ambiental e um trabalho integrado com os agentes de saúde.<br />