09/09/2010 - Clarita apresenta dados e responde a questionamentos
- Clarita apresenta dados e responde a questionamentos
Clarita foi convidada pelas Comissão de Saúde para participar de sessão
A
secretária municipal de Saúde, Clarita Souza, participou da sessão
desta quinta-feira, 9, a convite da Comissão de Saúde, composta por
Raul Cassel (presidente), Gerson Peteffi (secretário) e Ito Luciano
(relator). Cassel (PMDB) justificou o convite: "Temos alguns
questionamentos. Gostaríamos de repassar algumas queixas relativas à
saúde que recebemos constantemente aqui na Casa. Fizemos um apanhado
dessas situações. Por isso, esse momento é tão importante."
Unidades Básicas de Saúde
A
secretária apresentou, em telão instalado no plenário, diversos dados
relativos à saúde em Novo Hamburgo. Segundo ela, há apenas 15 unidades
básicas de saúde na cidade, que tem 257 mil habitantes. "Não é o
bastante", afirmou. Clarita destacou que o SUS atende cerca de 70% da
população, ou seja, 180 mil pessoas.
Para resolver esse
problema, novos postos estão sendo construídos – três devem ficar
prontos até o final do ano, disse. E os existentes devem ser
reformados. Clarita lembrou ainda que Unidade de Pronto Atendimento de
Canudos, que logo deve ficar pronta, terá condições de receber até 130
mil pessoas. "O Hospital Municipal também é pequeno. Ele tem as portas
sempre abertas e é 100% SUS. Mas a superlotação deve ser resolvida em
breve."
Outros problemas e soluções
Clarita citou
outros problemas enfrentados em Novo Hamburgo, como a ausência de ações
voltadas à saúde da família. "Estamos formando as primeiras equipes. O
concurso já foi feito. Uma das dificuldades é o pouco número de
profissionais dessa especialidade."
A mortalidade infantil
também foi reduzida. "É um dos indicadores mais importantes. Quando é
muito elevado, mostra que a qualidade de vida dos cidadãos deixa a
desejar. Novo Hamburgo é o 5º PIB do Rio Grande do Sul. Mas a
mortalidade infantil era de 16,42 por 1.000, maior do que a média do
Estado. Um trabalho foi desenvolvido com vários segmentos da
comunidade, e em 2009 a redução foi de 50%: 8.88 por 1.000 crianças
nascidas vivas morreram."
Clarita destacou que a cobertura
vacinal também é insatisfatória e que a realização de exames
preventivos de câncer para mulheres é baixa. "Hoje ainda há fila para
consulta especializada e alguns exames, mas já foi reduzida."
Iniciativas que deram certo
O
home care, ou o cuidado de pacientes em suas próprias casas, reduziu o
número de internações longas. "São cerca de 30 pessoas sendo atendidas
em casa por mês. As visitas são diárias ou de dois em dois dias",
explicou.
Mutirões para mamografias e raio-X, quando os
procedimentos foram realizados à noite, aos sábado e aos domingos,
também reduziram bastante o tamanho das filas. "O esforço dos
profissionais foi grande", comemorou Clarita.
Força de trabalho
A
questão das terceirizações também foi abordada. "A força de trabalho
estava precária. Havia muitas terceirizações. Agora, estão ocorrendo
mudanças: os terceirizados estão saindo e os concursados, entrando. É
um momento delicado", frisou Clarita.
Contratualização
A
contratualização dos serviços do Hospital Muncipal significou maior
investimento da União na cidade. "A prefeitura, antes, aplicava dois
terços dos recursos. Isso foi invertido. Agora a prefeitura aporta até
R$ 1 milhão ao mês e o Governo Federal, R$ 2,3 milhões ao mês." A
secretária lembrou que o HM não é só para hamburguenses. "A UTI
neonatal, por exemplo, recebe crianças de todo o Rio Grande do Sul"
Número de consultas
Segundo
padrão estabelecido pelo Ministério da Saúde, apontou Clarita, Novo
Hamburgo oferece um número suficiente de consultas. "Cerca de 70% da
população é atendida pelo SUS. Ou seja, 180 mil. O número indicado de
consultas são duas por pessoas. Isso significa 360 mil. Em 2009, porém,
foram 398 mil consultas."
Se do ponto de vista dos números não
há problema, porém, a secretária apontou que ainda existem falhas na
parte da prevenção. "A saúde da família vem para resolver isso."
Especialidades e cirurgias eletivas
"Faltam
condições para realização de cirurgias eletivas", disse a secretária.
"E para algumas especialidades, há filas. Um exemplo é a reumatologia."
Em certos casos, afirmou, NH não tem profissionais, e as consultas são
feitas em Porto Alegre.
Questionamentos
Ito Luciano
(PMDB) perguntou sobre a situação da Emergência do Hospital Municipal.
De acordo com Clarita, quando os 60 novos leitos forem inaugurados, a
Emergência sofrerá alterações. "Haverá diferentes locais para
diferentes riscos. Quem não está muito mal não será afetado por quem
está."
Gerson Peteffi (PSDB) pediu mais atenção para as cirugias
eletivas. Cassel apontou que ainda ocorrem compras de lugares nas filas
dos postos, e também quis saber sobre planos de capacitação dos
profissionais. Vladi Lourenço (PP) disse que recebe muitas reclamações
sobre o posto de Canudos, e Luiz Carlos Schenlrte (PMDB) pediu
esclarecimentos sobre o transporte para a Capital. "Também gostaria de
saber se terá médico para os novos postos."
Clarita disse
acreditar que o problema das eletivas tem solução. Já sobre a venda de
lugares nas filas, salientou que essa é uma situação difícil de
constatar. "A pessoa diz que está na fila porque precisa de consulta, e
acaba consultando mesmo." Sobre os postos e o transporte, o Município
busca prestar o serviço necessário. E que, caso não seja possível
contratar médicos especializados em saúde da família, serão aceitos de
outras especialidades.
Os vereadores fizeram ainda várias
outras perguntas, algumas sobre questões pontuais. A secretária
procurou responder a cada uma delas.
09/09/2010