09/09/2010 - Clarita apresenta dados e responde a questionamentos

por mairakiefer — última modificação 16/10/2020 19h54
Clarita foi convidada pelas Comissão de Saúde para participar de sessão

- Clarita apresenta dados e responde a questionamentos
Clarita foi convidada pelas Comissão de Saúde para participar de sessão


A secretária municipal de Saúde, Clarita Souza, participou da sessão desta quinta-feira, 9, a convite da Comissão de Saúde, composta por Raul Cassel (presidente), Gerson Peteffi (secretário) e Ito Luciano (relator). Cassel (PMDB) justificou o convite: "Temos alguns questionamentos. Gostaríamos de repassar algumas queixas relativas à saúde que recebemos constantemente aqui na Casa. Fizemos um apanhado dessas situações. Por isso, esse momento é tão importante."

Unidades Básicas de Saúde
A secretária apresentou, em telão instalado no plenário, diversos dados relativos à saúde em Novo Hamburgo. Segundo ela, há apenas 15 unidades básicas de saúde na cidade, que tem 257 mil habitantes. "Não é o bastante", afirmou. Clarita destacou que o SUS atende cerca de 70% da população, ou seja, 180 mil pessoas.

Para resolver esse problema, novos postos estão sendo construídos – três devem ficar prontos até o final do ano, disse. E os existentes devem ser reformados. Clarita lembrou ainda que Unidade de Pronto Atendimento de Canudos, que logo deve ficar pronta, terá condições de receber até 130 mil pessoas. "O Hospital Municipal também é pequeno. Ele tem as portas sempre abertas e é 100% SUS. Mas a superlotação deve ser resolvida em breve."

Outros problemas e soluções
Clarita citou outros problemas enfrentados em Novo Hamburgo, como a ausência de ações voltadas à saúde da família. "Estamos formando as primeiras equipes. O concurso já foi feito. Uma das dificuldades é o pouco número de profissionais dessa especialidade."

A mortalidade infantil também foi reduzida. "É um dos indicadores mais importantes. Quando é muito elevado, mostra que a qualidade de vida dos cidadãos deixa a desejar. Novo Hamburgo é o 5º PIB do Rio Grande do Sul. Mas a mortalidade infantil era de 16,42 por 1.000, maior do que a média do Estado. Um trabalho foi desenvolvido com vários segmentos da comunidade, e em 2009 a redução foi de 50%: 8.88 por 1.000 crianças nascidas vivas morreram."

Clarita destacou que a cobertura vacinal também é insatisfatória e que a realização de exames preventivos de câncer para mulheres é baixa. "Hoje ainda há fila para consulta especializada e alguns exames, mas já foi reduzida."

Iniciativas que deram certo
O home care, ou o cuidado de pacientes em suas próprias casas, reduziu o número de internações longas. "São cerca de 30 pessoas sendo atendidas em casa por mês. As visitas são diárias ou de dois em dois dias", explicou.

Mutirões para mamografias e raio-X, quando os procedimentos foram realizados à noite, aos sábado e aos domingos, também reduziram bastante o tamanho das filas. "O esforço dos profissionais foi grande", comemorou Clarita.

Força de trabalho
A questão das terceirizações também foi abordada. "A força de trabalho estava precária. Havia muitas terceirizações. Agora, estão ocorrendo mudanças: os terceirizados estão saindo e os concursados, entrando. É um momento delicado", frisou Clarita.

Contratualização
A contratualização dos serviços do Hospital Muncipal significou maior investimento da União na cidade. "A prefeitura, antes, aplicava dois terços dos recursos. Isso foi invertido. Agora a prefeitura aporta até R$ 1 milhão ao mês e o Governo Federal, R$ 2,3 milhões ao mês." A secretária lembrou que o HM não é só para hamburguenses. "A UTI neonatal, por exemplo, recebe crianças de todo o Rio Grande do Sul"

Número de consultas
Segundo padrão estabelecido pelo Ministério da Saúde, apontou Clarita, Novo Hamburgo oferece um número suficiente de consultas. "Cerca de 70% da população é atendida pelo SUS. Ou seja, 180 mil. O número indicado de consultas são duas por pessoas. Isso significa 360 mil. Em 2009, porém, foram 398 mil consultas."

Se do ponto de vista dos números não há problema, porém, a secretária apontou que ainda existem falhas na parte da prevenção. "A saúde da família vem para resolver isso."

Especialidades e cirurgias eletivas
"Faltam condições para realização de cirurgias eletivas", disse a secretária. "E para algumas especialidades, há filas. Um exemplo é a reumatologia." Em certos casos, afirmou, NH não tem profissionais, e as consultas são feitas em Porto Alegre.

Questionamentos
Ito Luciano (PMDB) perguntou sobre a situação da Emergência do Hospital Municipal. De acordo com Clarita, quando os 60 novos leitos forem inaugurados, a Emergência sofrerá alterações. "Haverá diferentes locais para diferentes riscos. Quem não está muito mal não será afetado por quem está."

Gerson Peteffi (PSDB) pediu mais atenção para as cirugias eletivas. Cassel apontou que ainda ocorrem compras de lugares nas filas dos postos, e também quis saber sobre planos de capacitação dos profissionais. Vladi Lourenço (PP) disse que recebe muitas reclamações sobre o posto de Canudos, e Luiz Carlos Schenlrte (PMDB) pediu esclarecimentos sobre o transporte para a Capital. "Também gostaria de saber se terá médico para os novos postos."

Clarita disse acreditar que o problema das eletivas tem solução. Já sobre a venda de lugares nas filas, salientou que essa é uma situação difícil de constatar. "A pessoa diz que está na fila porque precisa de consulta, e acaba consultando mesmo." Sobre os postos e o transporte, o Município busca prestar o serviço necessário. E que, caso não seja possível contratar médicos especializados em saúde da família, serão aceitos de outras especialidades.

Os vereadores fizeram ainda várias outras perguntas, algumas sobre questões pontuais. A secretária procurou responder a cada uma delas.

09/09/2010