Sindicato não descarta greve no transporte coletivo
Em depoimento à CPI dos Transportes na tarde desta segunda-feira, 28, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário de Novo Hamburgo, Lauri Finotti, afirmou que uma greve no transporte coletivo pode ser a opção contra o alto índice de assaltos à ônibus em Novo Hamburgo.<br />Além da segurança, Finotti falou sobre fretamento e condições de trabalho de motoristas e cobradores.<br />DEPOIMENTO<br />Segundo o presidente da CPI, Ralfe Cardoso (PSOL), o depoimento do presidente do Sindicato traz uma abordagem diferenciada do transporte coletivo, que permite uma análise das condições de trabalho de motoristas e cobradores. "A própria comissão aguarda cópias de boletins de ocorrências para poder fazer apontamentos aos órgãos de segurança".<br />FRETAMENTO<br />Finotti, que é funcionário da empresa Hamburguesa há 29 anos e presidente do Sindicato desde 2004, disse que o fretamento já foi bem maior. "Caiu bastante nos últimos tempos. Antigamente, a empresa mantinha ônibus específicos para transportar trabalhadores, e eram dirigidos por motoristas da manutenção".<br />INSEGURANÇA<br />O assunto principal do depoimento de Finotti foi a insegurança. O alto índice de assaltos que vem sendo registrados pelas empresas, segundo ele, preocupa o Sindicato. <br />"Um dos problemas é que os cobradores que são assaltados têm que repor do seu bolso o que passar de R$ 50,00. Eles têm que ir colocando o dinheiro no cofre que fica junto à roleta, mas se colocam tudo e ficam sem troco, o problema é deles. Do que for levado do cobrador, a empresa cobre até R$ 50,00", conta Finotti. <br />A preocupação aumenta, segundo ele, quando esse cobrador é, também o motorista. "Ele tem que estar atento a tudo, no trânsito, nos fiscais, no tempo, no limite do dinheiro, na passagem".<br />Segundo ele, são passadas muito poucas orientações aos cobradores e motoristas sobre assaltos. "Não se sabe bem qual o caminho. Acredito que nem estão fazendo ocorrências", diz, lembrando que existem casos de pedido de demissão por conta do medo dos assaltos.<br />MAPEAMENTO<br />Segundo Ralfe, um pedido foi feito às empresas para que seja realizado repasse de cópias de ocorrências dos assaltos. O objetivo é mapear as áreas de risco nos itinerários.<br />Conforme Finotti, a paralisação do transporte coletivo pode ser uma opção para tentar chamar a atenção dos segmentos de segurança para o problema dos assaltos.<br />CPI<br />Nesta terça-feira, 29, a CPI dos Transportes completa 90 dias desde a instalação, e tem 30 dias até o final do prazo de funcionamento. Segundo o Regimento Interno, os 120 dias da CPI podem ser prorrogados mediante pedido fundamentado e aprovado em plenário. <br />Integram a comissão os vereadores Ralfe Cardoso, Antonio Lucas, Cleonir Bassani, João Marcos, Volnei Campagnoni, Lorena Mayer e Anita Lucas de Oliveira.<br />