Secretária diz que Fepam está analisando projeto para reparos no aterro na Roselândia

por admin última modificação 16/10/2020 19h54
Lixo foi tema da Tribuna Popular

Por solicitação da Comissão de Meio Ambiente -Gilberto Koch e Anita Lucas de Oliveira (PT), e João Marcos (PTB), a secretária de Meio Ambiente do Município, Margô Guadalupe Antonio usou a Tribuna Popular na sessão da última quinta-feira, 27. Entre os principais assuntos debatidos estavam: o encaminhamento do lixo produzido na cidade para o município de Minas do Leão, a coleta seletiva de lixo, a atuação dos catadores e o projeto para correção do aterro do bairro Roselândia.<br />PROJETO DO ATERRO<br />O vereador Gilberto Koch, presidente da Comissão de Meio Ambiente, questionou sobre os valores pagos pelo transporte do lixo para Minas do Leão, as diferenças de pesagem na saída e chegada do lixo, a construção de nova vala no aterro da Roselândia e a coleta seletiva.<br />A secretária explicou sobre os prejuízos que poderiam ser causados com a continuidade do depósito do lixo na Roselândia e a dificuldade em encontrar novo local na cidade. "Firmamos compromisso ambiental com a Fepam em que foi permitido cumprimento de cronograma de reparos no aterro da Roselândia. Temos pouquíssimos locais onde se pode depositar lixo. Lomba Grande é uma opção, mas estudos de impacto ambiental demoram, e em audiência pública a população tem que aceitar. A própria Fepam apontou Minas do Leão como local licenciado para receber o lixo".<br />CUSTOS<br />O vereador Teo Reichert disse que fontes da empresa que faz o recolhimento de lixo em NH o informaram que com R$ 1,5 milhão poderia ser construída uma nova vala que absorveria o lixo de dois anos, "nesse tempo o município poderia fazer um estudo que permitisse a construção de um aterro com capacidade para atendimento de 20 anos".<br />Margô admitiu que uma vala emergencial poderia ser feita por este custo, mas, segundo ela, atenderia por pouco tempo e ainda precisaria autorização da Fepam. "A Fepam condicionou qualquer construção no aterro à sua reparação. É uma venda casada. Não podemos só construir a vala, eles aprovam todo pacote, não há como desvincular". <br />Quanto aos custos de transporte e depósito, a secretária admitiu que são altos, mas explicou que "outros tipos de procedimentos têm o custo ainda maior. Nossos valores também estão abaixo da média das grandes capitais e cidades da região metropolitana"<br />Gilberto Koch ainda perguntou sobre a diferença no preço da coleta seletiva pago à empresa contratada. Segundo ele, até julho o valor mensal era de R$ 19 mil. De agosto à dezembro, o valor passou a R$ 64 mil. Reajuste de contrato e alterações de quantidade no lixo coletado, segundo Margô, são as explicações das alterações dos valores. <br />DIFERENÇA<br />Segundo Margô, hoje são transportadas e depositadas em Minas do Leão cerca de 46 mil toneladas de lixo por ano, ao preço de R$ 50,00 por tonelada, incluindo transporte e depósito. Há, segundo ela, uma diferença na pesagem de aproximadamente 21 toneladas para menos do que sai de NH em relação ao que chega em Minas do Leão. Isso ocorre, conforme Margô, por causa da perda de líquido desse lixo ao longo do trajeto. <br />EDUCAÇÃO AMBIENTAL<br />Ao responder ao vereador Jorge Luz (PMDB), Margô explicou que existe uma equipe que atua nas escolas realizando trabalho contínuo de educação ambiental. "É um projeto financiado pelo fundo de meio ambiente em conjunto com a Secretaria de Educação. Estamos inclusive estudando a possibilidade de instalação de uma sala de aula lá para que as crianças vejam a dimensão do lixo recolhido diariamente em NH". Ela lembrou ainda que a produção normal por pessoa é de cerca de 400 gramas por dia, e em NH se produz quase um quilo de lixo por habitante/dia. "Precisamos trabalhar na educação ambiental principalmente a diminuição da produção de lixo".<br />COOPERATIVAS<br />Teo também lembrou que nas cooperativas de recicladores há exploração de pessoas. Segundo Margô, estão sendo tomadas providências. "Solicitamos uma série de comprovantes para as duas cooperativas: da Roselândia e da Rondônia. Caso não fosse atendido o pedido em 30 dias, a Prefeitura revogaria termo de previsão de uso. Na Rondônia o presidente saiu, houve nova eleição, e hoje os coopertivados recebem R$170,00 por quinzena, enquanto pessoal da Roselândia recebe entre R$ 70,00 e R$ 80,00. Queremos que estas cooperativas se ajustem à legislação vigente. Se for necessário vamos intervir".<br />CARROCEIROS<br />A secretária também manifestou preocupação com a coleta do lixo seletivo. Questionamentos foram feitos pelos vereadores Cleonir Bassani (PSDB), Gilberto Koch e Anita Lucas de Oliveira. Segundo a secretária, o caminhão passa vazio em certos bairros, pela antecipação dos catadores. Por isso, segundo ela, é complicado anunciar dia e hora de recolhimento do lixo seletivo. "Está sendo feito pela Feevale um diagnóstico sócio-ambiental de cada bairro. No bairro Santo Afonso, por exemplo, 90% das pessoas são catadores de rua. A solução, neste caso, é construir galpões de triagem e organizar esse pessoal". <br />Ralfe Cardoso (PSOL), lembrou que uma legislação municipal obriga supermercados de determinado porte a imprimirem nas sacolas calendário e forma da coleta seletiva. "A lei vigorou por um tempo e agora não se vê mais. Talvez seja uma forma de pessoas se programarem".<br />CHIPS<br />A secretária informou também que não são apenas os galpões de reciclagem que fazem parte do projeto com os carroceiros. "Vamos fazer emplacamento das carroças, e inovar, colocando chip nos cavalos", conta. Segundo ela, um dos grandes problemas dos carroceiros é que alguns maltratam os animais e depois os abandonam. A proposta é cadastrar as carroças e os animais, além de realizar um trabalho conjunto com o Conselho Tutelar, "porque condução de carroça tem que ser feita por adultos".<br />