Câmara homenageia o centenário de Mario Quintana
Em homenagem ao poeta gaúcho, Parte do Expediente da Sessão desta quinta-feira, 27, será em comemoração ao centenário de Mario Quintana. A proposta é de autoria da vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT). <br /><br />VIDA E OBRA DO POETA<br /><br />Mario Miranda Quintana é natural de Alegrete - RS, é o poeta das coisas simples. Despreocupado em relação à crítica, faz poesia porque "sente necessidade", segundo suas próprias palavras. Em 1928 ingressou no jornal O Estado do Rio Grande. Após ter participado da Revolução de 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro, retornando em 1936 para a Livraria do Globo, em Porto Alegre, onde trabalhou sob a direção de Érico Veríssimo. Traduziu Charles Morgan, Rosamond Lehman, Lin Yutang, Proust, Voltaire, Virginia Woolf, Papini, Maupassant. Em sua poesia há um constante travo de pessimismo. <br />Obras: A Rua dos Cataventos (1940), Canções (1945), Sapato Florido (1947), poemas em prosa; Espelho Mágico (1948), O Aprendiz de Feiticeiro (1950). Em 1962 reuniram-se suas obras em um único volume, sob o título Poesias. Outras obras: Pé de Pilão (1968), Apontamentos de História Sobrenatural (1976), Nova Antologia Poética (1982), Batalhão das Letras (1984).<br /><br />CITAÇÕES DO PRÓPRIO AUTOR<br /><br />"Nasci do rigor do inverno, temperatura : 1 grau; e ainda por cima prematuramente, o que me deixava meio complexado, pois achava que não estava pronto. Até que um dia descobri que alguém tão completo como Winston Churchill nascera prematuro - o mesmo tendo acontecido a Sir Isaac Newton ! "( Site Casa de Cultura Mario Quintana)<br /><br />"Prefiro citar a opinião dos outros sobre mim. Dizem que sou modesto. Pelo contrário, sou tão orgulhoso que nunca acho que escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso ! sou é caladão, instrospectivo. Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros ?" (Site Casa de Cultura Mario Quintana)<br /><br /><br />AH! OS RELÓGIOS<br /><br />Amigos, não consultem os relógios<br />quando um dia eu me for de vossas vidas<br />em seus fúteis problemas tão perdidas<br />que até parecem mais uns necrológios...<br /><br />Porque o tempo é uma invenção da morte:<br />não o conhece a vida - a verdadeira -<br />em que basta um momento de poesia<br />para nos dar a eternidade inteira.<br /><br />Inteira, sim, porque essa vida eterna<br />somente por si mesma é dividida:<br />não cabe, a cada qual, uma porção.<br /><br />E os Anjos entreolham-se espantados<br />quando alguém - ao voltar a si da vida -<br />acaso lhes indaga que horas são...<br /><br />(Mario Quintana - A Cor do Invisível )<br />