Câmara realiza Sessão Comunitária no Jardim Alcântara
A quarta Sessão Comunitária do ano reuniu o maior público deste março do corrente. Em 15 anos de vigência, este é o sétimo ano em que a Câmara promove reuniões nos bairros. Criadas por iniciativa do vereador Renan Schaurich, em 1991, acontecem sempre por solicitação da comunidade. O vereador Teo Reichert, atual presidente da Câmara, tem procurado incentivar essas reuniões e já se comprometeu em retornar aos bairros para verificar o que foi atendido pela Prefeitura Municipal.<br />A Sessão Comunitária da última quarta-feira, 12, realizou-se na Escola Municipal Francisco Xavier Kunz, atendendo solicitação da Associação de Moradores do Jardim Alcântara 2 - Morada dos Eucaliptos, no Bairro Canudos.<br />A principal reivindicação da comunidade foi a construção de um posto de saúde, segurança, saneamento básico e calçamento. <br />POSTO DE SAÚDE<br />"Novo Hamburgo é um município tão grande, e com a saúde tão precária". A afirmação fez parte do protesto de João França, reclamando que há muito tempo os moradores vêm pedindo esse serviço. Falou da falta de segurança e pediu o apoio da Guarda Municipal para intermediar o contato com a Brigada Militar. "Quando a Guarda chama, eles atendem logo, quando nós chamamos, eles demoram". Praças para as crianças, iluminação pública, saneamento básico e um centro comunitário também foram reivindicações feitas por João França.<br />VILA SEM NOME<br />A líder comunitária Neli Nunes também falou sobre a necessidade de um posto. "Queremos saúde, aquela que nos prometeram na eleição, e queremos respostas também", disse, afirmando que a prioridade para o bairro é a saúde. "Mas nós não somos ouvidos, sequer um nome definitivo nossa Vila tem", reclamou, referindo-se ao que classificou como apelido, de "Loteamento Marisol", como o lugar é chamado.<br />SEGURANÇA<br />O comerciante Geovane Luiz da Silva reclamou da segurança. "Outro dia fui assaltado, chamei a Brigada e levaram 4 horas para chegar aqui, e para fazer a busca no matagal, tive que tomar a frente", reclamou. Ele disse ainda que a comunidade pensa em fazer manifestações junto à Prefeitura para chamar a atenção do prefeito. "Eu mesmo trabalhei 90 dias para ele com a promessa de ganhar um emprego, mas hoje ele nem recebe a gente".<br />ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL<br />Uma escola de Educação Infantil foi o pedido feito pela diretora da Escola Municipal Francisco Xavier Kunz, Magali Deguer. Ela disse que atenderia a faixa etária que a escola não atende. Ao mesmo tempo em que elogiou o atendimento da administração às necessidades da escola, Magali também elogiou a colaboração da comunidade nos projetos ali desenvolvidos. "Com o esforço da comunidade, nossa festa de São João nos permitiu comprar uma TV e aparelho de DVD para os alunos". O mesmo pedido foi enfatizado por Evangelista da Rosa, que lembrou a necessidade de um extra-classe para atender as crianças fora do período escolar.<br />RESIDENCIAL ALCÂNTARA<br />Representando os moradores do Residencial Alcântara, Ana Maria Zimmer Silveira destacou várias reivindicações. Entre elas: infra-estrutura, posto de saúde, creche, farmácia, transporte coletivo, a construção de uma igreja para a comunidade católica, telefones públicos, asfalto, iluminação e segurança.<br />CTG<br />A construção de uma sede para o CTG Marisol foi a reivindicação feita por Selvino Krutli. Segundo ele, um projeto já foi encaminhado à prefeitura, mas até agora sem retorno. Ele reforçou o pedido de uma área para a construção da Igreja Católica Santa Edwiges.<br />INFRA-ESTRUTURA<br />Luiz Fernando dos Santos pediu aos vereadores que pressionem o Executivo para a melhoria na infra-estrutura do local. "Quando chove é o barro, quando está seco é o pó. Precisamos de asfalto aqui. Há quatro anos temos promessas de projetos, mas nada até agora. Estou desanimado até de votar. Vocês precisam lutar por nós".<br />Maria Pilar, integrante da diretoria da Associação de Moradores ratificou a necessidade de infra-estrutura. "A situação está muito precária, o esgoto corre a céu aberto e o cheiro é ruim, e nós não podemos contar com ninguém. Nós não queremos vocês só nos escutando, queremos vocês caminhando na rua com a gente", pediu.<br />CASA MORTUÁRIA<br />O líder comunitário Pedrinho de Oliveira voltou a reivindicar apoio para a construção de uma casa mortuária no bairro Canudos, reforçando o pedido de conclusão do Galpão de Reciclagem na Vila Getúlio Vargas e de um Centro Ocupacional Comunitário. <br />PAPEL DO VEREADOR<br />A vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT) destacou em seu discurso o papel do vereador. "Vereador não pode, durante a campanha, prometer a execução de obras; isso é competência do prefeito. Candidato que faz isso mente, porque sabe que não vai fazer, porque não é o vereador que executa", disse, informando que o papel do vereador é estar junto com a comunidade, ouvindo suas reivindicações e aprovando verbas.<br />INTERINIDADE<br />Cleonir Bassani (PSDB) destacou ações do período em que foi prefeito, no início de 2005. Entre as ações destacadas estavam, segundo ele, a agilização para estruturação da escola, para que pudesse funcionar, a assinatura de documento que permitiu a transferência de recursos do governo federal para o saneamento do local, "isso só aconteceu porque eu assinei o documento quando ninguém quis assinar; eu garanti isso". Também citou a implantação de uma farmácia comunitária em Canudos, a colocação de um toldo no posto de saúde, a entrega dos apartamentos do Programa de Arrendamento Residencial - PAR, o aterramento para construção do galpão de reciclagem, e o projeto SAMU.<br />REIVINDICAÇÕES COMUNS<br />O vereador Gilberto Koch (PT) destacou que em todos os bairros onde estão sendo feitas as Sessões Comunitárias as reivindicações têm sido comuns. "Estão faltando creches, atendimento médico, transporte coletivo, que tem a passagem cara e faltam horários do ônibus". Lembrou que a iluminação na Avenida dos Municípios também é uma reivindicação antiga. "Todos os vereadores assinaram este ano um pedido para que seja colocada iluminação, porque não precisa mais morrer ninguém para que isso seja feito".<br />ESPERANÇA<br />"Vocês têm o voto na mão, não podemos perder a esperança", disse o vereador Soli Silva (PDT), ao criticar a atitude de candidatos a vereador que prometem obras. "Porque será que em época de campanha é tão fácil. Dificuldades existem, mas também tem muita conversa fiada". Ele destacou ainda a clareza com que as reivindicações foram colocadas pelos moradores. <br />CONSTRANGIMENTO<br />"Se alguém tem que ficar constrangido hoje, esse alguém sou eu, que além de vereador sou líder do governo na Câmara", disse Paulo Kopschina (PMDB), avaliando como contundentes as críticas ao governo. Referindo-se ao discurso do vereador Cleonir Bassani, disse que não bastava a estrutura da escola apenas para que ela funcionasse. "Talvez ele tenha esquecido que faltaram os professores e que os outros vereadores da Câmara aprovaram um projeto com um chamado para 200 professores". Disse que a assinatura que permitiu a verba para o saneamento, qualquer um faria, porque é importante para toda a comunidade. "E terminado o trabalho do esgoto, virá a pavimentação", completando: "O colega Bassani falou que colocou o toldo na frente do posto de Canudos, e eu gostaria de agradecê-lo, porque o requerimento foi meu". Por fim, Kopschina disse de posse da gravação da sessão, terá a oportunidade de lembrar ao prefeito Jair Foscarini que está em débito com a comunidade do bairro.<br />VEREADORES PRESENTES<br />Compareceram na Sessão Comunitária os vereadores Teo Reichert, Cleonir Bassani (PSDB), Gilberto Koch e Anita Lucas de Oliveira (PT), Soli Silva (PDT) e Paulo Kopschina (PMDB). Os vereadores Antonio Lucas (PDT) e Volnei Campagnoni (PMDB) justificaram a ausência.<br /> <br /><br /><br />