Novo Hamburgo pode ter espetáculos cancelados
"Se este projeto virar lei, terei que cancelar vários espetáculos que já estão agendados, vou decretar falência e abandonar Novo Hamburgo". A afirmação do produtor cultural Eduardo Holmes foi feita da tribuna na defesa da rejeição do projeto da meia-entrada, durante a sessão da última quinta-feira, 29. Segundo ele, a proposta de Ralfe Cardoso é uma "hipocrisia cultural". " É elevar o ingresso ao dobro do valor para ser praticado um desconto absurdo. Como vamos sustentar os impostos, pagar as salas, os artistas? Quem tem que sustentar a cultura dos estudantes é o Estado e não eu, o empresário", finaliza.<br />"PROJETO É UMA VIOLÊNCIA", DIZ O REPRESENTANTE DO LUZ E CENA<br />Marco Antônio Gomes Pereira, do Teatro Luz e Cena, também utilizou a tribuna durante a sessão para defender a rejeição do projeto. Segundo ele, este projeto invade de forma violenta a iniciativa privada. "Me sinto violentado por uma lei que vai mexer no cálculo de custos do espetáculo", diz ele, que não acredita que o desconto de 50% no ingresso vá trazer estudantes ao teatro. <br />Ele ainda questionou o tempo de discussão do projeto. "Porto Alegre levou um ano e meio discutindo, até aprovar a lei, aqui em dois dias ela será aprovada?". Os produtores culturais, segundo ele, serão prejudicados com a proposta. "Pagamos imposto como qualquer empresa e não temos incentivo, já existe uma lei de 1989 que prevê que espetáculos promovidos pela prefeitura beneficiem os estudantes. Isso não basta?", questiona. <br />Para Marco Antônio, o projeto inviabilizará o que já está bastante frágil. "Vamos nos dar mais espaço para uma discussão verdadeira. Acredito que é muito bom que os estudantes paguem menos, mas não às custas de nós, que ainda estamos tentando montar a nossa estrutura."<br /><br />