Comusa deve investir R$ 27 milhões em saneamento
Foi aprovado em duas votações nas sessões ordinária e extraordinária da última terça-feira, 23, o projeto que autoriza o Executivo a avalizar financiamento de R$ 27.450.000,00, a ser firmado entre Comusa e Banrisul, para implantação do sistema de esgotamento sanitário no município. O projeto teve na primeira e na segunda votação votos contrários dos vereadores Cleonir Bassani (PSDB), Ralfe Cardoso (PSOL), Gilberto Koch (PT) e da vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT). Uma emenda do vereador Téo Reichert (PDT) ainda foi aprovada. Com ela a autorização para a garantia do financiamento pelo Executivo só ocorrerá observado o limite de endividamento do município. A emenda também acrescenta ao projeto a condição antes só contida na justificativa do projeto, ou seja: "o financiamento autorizado, observado prazo de carência de 24 meses, será amortizado pelo tomador, em 240 parcelas iguais e sucessivas".<br /><br />ARGUMENTOS<br /><br />O Executivo argumenta no encaminhamento do projeto que os índices de cobertura da rede de esgotos em Novo Hamburgo são muito baixos (2%) e os custos de ampliação muito altos. Por isso foi encaminhado projeto para o Ministério das Cidades, que liberou o recurso, condicionando sua liberação ao encaminhamento de documentação até esta quarta-feira, 24. Faz parte desta documentação o projeto, devidamente aprovado pela Câmara. E foi a pressa em encaminhar os documentos solicitados para liberação dos recursos, que fez com que o projeto fosse inserido na ordem dia das duas sessões, por requerimento.<br /> <br />INVESTIMENTO<br /><br />O investimento, segundo Wilson Ghignatti, presidente da Comusa, que defendeu a aprovação do projeto na tribuna, será de mais de R$ 30 milhões. Destes, R$ 27 milhões são recursos obtidos através do financiamento e outros R$ 3 milhões serão a título de contrapartida da Companhia. Ghignatti garantiu aos vereadores que a Companhia está em condições de assumir esse compromisso. Ele ainda respondeu questionamentos do vereador Cleonir Bassani (PSDB), que perguntou sobre a operacionalização do pagamento e ainda considerou se não seria melhor investir gradativamente na implementação do esgotamento, sem assumir um compromisso de tão grande proporção. <br /><br />Ghignatti disse ainda ao vereador que há 61 anos se discute esgoto sanitário em Novo Hamburgo e que para a Comusa implementar o projeto é um desafio. Explicou também que 18% de margem do que é arrecadado pela Companhia está programado para investimento e ratificou que a Comusa está em condições de assumir o compromisso.<br />A proposta da Comusa é viabilizar os projetos de saneamento para as bacias dos arroios Luiz Rau, Gauchinho e Pampa, prevendo a execução de interceptores, emissários, coletores, tronco, sistema condominial, estações elevatórias e de tratamento de esgoto.<br /><br />VOTAÇÃO<br /><br />Depois da votação vários vereadores justificaram seus votos. "É impossível aprovar um projeto desses na correria", afirmou a vereadora Anita Lucas do Oliveira. Para Soli Silva (PDT) é a hora de apostar em projetos audaciosos para a melhoria da vida da população. Cleonir Bassani voltou a alertar sobre a importância do compromisso assumido. "Esse empréstimo representa o faturamento bruto da Comusa de um ano inteiro, arriscar, para investir em saneamento com este valor é um ato perigoso". Conforme João Marcos (PTB), para "uma cidade com projeção internacional, é inadmissível ter apenas 2% de esgotamento". Ralfe Cardoso alegou que qualquer investimento em água tratada é bem vindo, mas "não estamos falando do objeto, mas do aval financeiro de uma prefeitura que vem descobrindo aos poucos que está quebrada", lembrou. "Não podemos perder essa oportunidade, mais uma vez votamos com convicção de dar início a um processo necessário", finalizou Ito Luciano (PMDB).<br />