Sessão Comunitária discute função do vereador

por admin última modificação 16/10/2020 19h54
Limitações e deveres foram tema das manifestações dos legisladores

Ao se manifestarem após os representantes da Roselândia, os vereadores salientaram a importância das Sessões Comunitárias como uma ferramenta para difundir na comunidade a verdadeira função do legislador. Destacaram as limitações da função e esclareceram que a execução das reivindicações cabe à Prefeitura, mas que o Poder Legislativo tem o dever de agir como fiscalizador e parceiro na busca da solução dos problemas.<br />FISCALIZAÇÃO<br />"Somos amarrados à legislação e às vezes levamos a culpa pelos problemas do município. O vereador não pode ordenar obra nenhuma, ele tem poder é de fiscalizar", relatou Volnei Campagnoni (PMDB), explicando que só quem pode ordenar a execução de obras e apresentar projetos que envolvam gastos é a Prefeitura. Sobre a reclamação de João Furquim, da promessa não cumprida de construção de uma praça pelo secretário de Serviços Urbanos, João Raimundo, Volnei disse que entrará em contato com o Executivo. "As pessoas quando representam o Executivo têm que ter compromisso".<br />Soli Silva (PDT) ressaltou que o vereador pode traçar outros caminhos para ajudar a comunidade. "Eu faço pedidos de providências e insisto para que sejam atendidos. Esta é uma marca minha". <br />ELO DE LIGAÇÃO<br />Para Cleonir Bassani (PSDB) os vereadores são o elo de ligação entre a comunidade e o prefeito. "Porque não executamos, mas temos o poder de fiscalizar, cobrar e encaminhar propostas", disse, ressaltando que todos os vereadores são legisladores de todos os bairros, independente do seu reduto eleitoral. Como ocorreu na reunião em Canudos, Bassani defendeu a realização de um novo encontro para avaliar o atendimento das solicitações encaminhadas.<br />DENTISTA<br />Bassani denunciou que um dentista de uma UBS não atendeu uma criança, com consulta previamente marcada, porque não dispunha de luvas, deplorando o acontecimento. Gerson Peteffi disse não poder acreditar em tal fato, afirmando que num posto não pode faltar o material básico. O presidente Teo Reichert definiu o episódio como sendo falta de ética porque, na sua avaliação, o dentista deveria ter mandado comprar as luvas com o seu próprio dinheiro, ao invés de deixar de atender uma criança. "O Município tem que rever essa situação e o coordenador do posto tem que se responsabilizar", finalizou.<br />AUTOR DO PROJETO<br />Autor do projeto de Resolução que resultou na realização das Sessões Comunitárias, em outubro de 1991, o vereador Renan Schaurich (PTB) comemorou a iniciativa do presidente Teo Reichert de retomar as reuniões nos bairros. "É um encontro onde a comunidade pode se dirigir diretamente aos seus representantes", avaliou, ratificando as manifestações dos vereadores que lhe antecederam sobre o papel do legislador. "É importante que a comunidade, frente às promessas de execução de obras por candidatos a vereador, possa lhe dizer que está mentindo ou não sabe da competência do cargo ao qual está concorrendo", disse, e completou: "Nós viemos aqui para ouvir a comunidade e depois encaminhar ao prefeito o que for de competência do Executivo, ao Estado o que for de competência do Estado, e à União o que for de competência da União".<br />PROBLEMAS COMUNS<br />"Nosso papel não é ficar só lá na Câmara, mas vir também para o bairro. Nós temos limitações, mas não podemos esquecer das reivindicações", disse Gilberto Koch (PT), lembrando que os problemas da Roselândia são os mesmos dos outros bairros. "Seria ideal um plantão em UBSs em alguns bairros nos finais de semana, creche todos bairros precisam, praça, quadra de areia, vocês não podem ficar só nisso, vamos cobrar, pressionar o prefeito, se precisar fazer outra sessão comunitária, nos chamem que faremos. Somos parceiros nessa luta".<br />SAÚDE<br />O vereador Gerson Peteffi (PSDB) norteou seu discurso pela sua área de atuação, a saúde. "Não consigo aceitar que faltem materiais básicos nas UBSs; gostaria que os horários de atendimento dos postos fossem ampliados, devemos insistir com o prefeito para que não faltem remédios básicos na farmácia comunitária. É preciso que aumentem as fichas de atendimento para dentista". Ele ainda destacou a importância da construção de casas mortuárias para que possa haver "mais dignidade num momento de extrema dor".<br />PESQUISA<br />A vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT) salientou que são justas as reivindicações da comunidade da Roselândia. "Estas solicitações são temas que não faltam nas campanhas eleitorais e não faltaram na última. Vocês têm o direito de cobrar isso". Ela destacou, entretanto, que a última pesquisa realizada pela Prefeitura "apontou resultados satisfatórios, segundo o Executivo". Em resposta à reivindicação de uma casa mortuária, Anita lembrou que uma emenda ao Plano Plurianual inserindo a construção de casas mortuárias foi vetada pelo prefeito no ano passado. "Temos que solicitar uma audiência com o prefeito para fazer novamente essa solicitação", completou.<br />NOVA REUNIÃO<br />O presidente Teo Reichert, ao encerrar a reunião, informou que todas as solicitações serão encaminhas ao prefeito Jair Foscarini. "Se eu fosse prefeito, afirmou, mandaria fazer uma licitação para construir 10 ou 15 casas mortuárias em NH, pois o custo é baixíssimo e a manutenção posterior é feita pela própria comunidade". A solicitação de casas mortuárias tem sido uma constante em todos os bairros da cidade. Finalizando, Teo confirmou a sugestão de Bassani, afirmando que daqui a seis ou sete meses a Câmara deverá se reunir novamente com a comunidade, para avaliar a realização dos encaminhamentos.<br /><br /><br /><br />