Recurso para marcha à Brasília aprovado por oito votos a cinco
A discussão sobre o projeto que dispõe sobre auxilio financeiro e transporte para a marcha a Brasília do setor coureiro-calçadista ocupou boa parte da sessão desta quinta-feira, 20. O projeto assinado pelo Executivo destina R$ 110 mil para pagamento do transporte de "expressivo contingente de pessoas". Na justificativa, o prefeito se refere à marcha como uma viagem de protesto, tratando-a como sendo de "relevante interesse público, comunitário e econômico". A segunda votação do projeto se realiza nesta terça-feira, 25.<br />REQUERIMENTO<br />A discussão teve início com a votação do requerimento da bancada do PMDB para inclusão do projeto na pauta. O requerimento, que permitiu a votação do projeto em primeiro turno, foi aprovado por oito votos a cinco. A votação do requerimento foi idêntica a do projeto. Oito votaram a favor: Paulo Kopschina, Volnei Campagnoni, Ito Luciano (PMDB), Renan Schaurich e João Marcos (PTB), Soli Silva e Antonio Lucas (PDT), Gerson Peteffi (PSDB). Cinco votaram contra: Lorena Mayer (PFL), Ralfe Cardoso (PSOL), Cleonir Bassani (PSDB), Anita Lucas de Oliveira e Gilberto Koch (PT).<br />FALTA CLAREZA<br />O vereador Ralfe Cardoso (PSOL) foi o primeiro a levantar dúvidas sobre a matéria. Uma delas foi em relação à rubrica de origem do dinheiro que, segundo ele, não estava clara. Disse que a Administração Municipal se contradiz porque"lotam os ônibus para ir a Brasília fazer uma manifestação e ao mesmo tempo não apresentam propostas de geração de emprego e renda nas suas cidades". As críticas continuaram com o vereador Gilberto Koch (PT), ao afirmar que uma comissão já havia ido a Brasília em março e voltado com bons resultados. "Ir a Brasília com todos os escândalos, com tanta vergonha, que efeito teria uma manifestação de trabalhadores? Faria mais efeito se fosse feita aqui, na visita do Lula", argumentou Cleonir Bassani (PSDB). <br />A ausência de uma assembléia pública para tratar do assunto foi o questionamento da vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT). "Porque o sindicato das indústrias não banca?".<br />Ao anunciar a aprovação do requerimento, o presidente da Câmara Teo Reichert, que não vota, anunciou que era a favor do projeto, desde que todos os municípios envolvidos encaminhassem para seus legislativos matéria semelhante. "Não é justo só Campo Bom e Novo Hamburgo pagarem a conta", disse o presidente. <br />Anita e Ralfe ainda se posicionaram após a votação do projeto, ressaltando que não são contra movimentos sociais, mas que são contra o projeto. Anita justificou seu posicionamento contrário, lembrando que "não foram feitas assembléias com os verdadeiros interessados para que acontecesse a marcha".<br />A FAVOR<br />Para João Marcos (PTB), qualquer avanço é importante. "Quem está sofrendo agora é a população". Também favorável ao projeto, Soli Silva (PDT) disse que esta marcha é mais uma tentativa de buscar de novos empregos, e deve ser aprovada. "Como nós nunca fomos contrários a nenhuma classe, o projeto deve ser aprovado", opina Ito Luciano (PMDB).<br />Volnei Campagnoni (PMDB) argumentou que esta é a hora de fazer esse movimento, que é, segundo ele, pluripartidário. "Não temos que defender bandeiras partidárias, mas sim a situação do desemprego no Vale".<br />O líder do governo na Câmara, Paulo Kopschina (PMDB), explicou que não apenas Novo Hamburgo e Campo Bom estariam com projetos em andamento para pagar as despesas de transporte da marcha. Dois Irmãos, Igrejinha, Taquara e Três Coroas, segundo ele, também já teriam encaminhado matéria semelhante. Disse também que seria esclarecida a dúvida sobre a rubrica de onde sairia o dinheiro, que depois foi informado ser a Diretoria de Limpeza Urbana, da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos.<br /><br />