Moção apóia declarações de indignação ao vandalismo na Aracruz Celulose
De autoria do vereador Paulo Kopschina (PMDB), a moção que manifesta apoio às declarações de indignação contra atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de março na empresa Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro, causou intenso debate na Câmara Municipal na sessão desta quinta-feira, 21. Ainda assim, foi aprovada com votos contrários dos vereadores Anita Lucas de Oliveira (PT), Gilberto Koch (PT), Ralfe Cardoso (PSOL).<br />De um lado, Anita, Betinho e Ralfe foram enfáticos ao justificar o voto contrário ao documento. Criticaram ações da empresa Aracruz Celulose que, segundo eles, também usou a tática da violência em benefício de seus interesses e sem a divulgação da mídia. De outro lado, o autor da moção, Paulo Kopschina, junto com Renan Schaurich (PTB), Ito Luciano (PMDB), João Marcos (PTB) e Cleonir Bassani (PSDB) defenderam a tese de que a moção se refere à indignação pelo ato da violência, sem defender a empresa em seus interesses.<br />OPOSIÇÃO<br />Para a vereadora Anita Lucas de Oliveira (PT) o ato foi violento, mas a destruição que a fábrica provoca no meio ambiente e em famílias de outros estados não têm referência. "Manifesto minha posição contrária, e acredito que se permite somente receber notícias de quem tem poder, e não se fala outro lado da história", comenta. "O mercado e a influência financeira estão acima do ser humano. Em 20 de janeiro a Aracruz mobilizou um violento ataque a aldeias indígenas no Espírito Santo. No noticiário não se viu nada", reclama Betinho. Ralfe foi enfático: "estou do lado dos camponeses. Acho discutível se foi o método mais acertado, mas não vou condenar o desespero do povo do campo". <br />FAVORÁVEL<br />Segundo Kopschina, o momento que o país vive é delicado. "Estamos em desobediência civil e daqui a pouco teremos uma guerra civil. Claro <br />que o sistema democrático permite apresentar que tenha opiniões contrárias, o que não é democracia é a violência contra tudo e contra todos", argumenta. <br />Na opinião de Renan Schaurich não se deve justificar o vandalismo com ações patrocinadas pela empresa atingida, "como se com anarquia se justificasse democracia. Democracia é muito mais do que isso. É respeitar o direito do outro", avalia. <br />MEIO AMBIENTE<br />Intensamente citado como grande prejudicado pela Aracruz, o meio ambiente também foi assunto do debate. "Dizem que o eucalipto agride o meio ambiente, mas ele também era prejudicado quando estávamos fazendo muito sapato na região", questionou João Marcos. "Se existe a questão ambiental para isso tem presidência da república com seus ministros, mas esse não é motivo para permitir invasão e destruição", argumenta Cleonir Bassani. Ele sugeriu ainda que a moção manifestasse contrariedade ao ato, e não apoio à manifestações contrárias, como diz o texto.<br /> <br />