Nenhuma criança foi matriculada na terça, 14, no Morro do Paula
"Estou me sentindo usado". Assim foi o desabafo do vereador e integrante da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Câmara Municipal, Paulo Kopschina (PMDB). Ele se referia a todas as reuniões e tratativas para resolver o impasse que se criou, a partir do final do ano passado, entre a Secretaria de Educação e a comunidade do Morro do Paula, com o fechamento do núcleo da escola Conde D’Eu de Quilombo, naquela localidade.<br /><br />Segundo Kopschina, o episódio desencadeou um trabalho intenso da Comissão da Câmara, que intermediou todas as negociações para que nenhuma criança no Morro ficasse sem aula. O último capítulo da história teve data marcada: terça-feira, 14 de março. Na oportunidade, integrantes da Secretaria de Educação se deslocaram até o Morro do Paula para atender os alunos que ainda não haviam sido matriculados. "Não foi matriculada nenhuma criança. O presidente da Comissão de Moradores, Santo Inhaia, dava conta de 81 crianças fora da sala de aula. A Secretaria foi até lá para matricular, com garantia de vaga e transporte, e quantas crianças apareceram? Nenhuma", desabafa. <br /><br />INTERMEDIAÇÃO<br /><br />A Comissão de Educação, segundo, Kopschina, se colocou como "algodão entre os cristais". "A associação se mobilizou, pressionou, questionou, acabou vindo para esta Casa, onde a Comissão de Educação tomou todas as iniciativas que estavam ao seu alcance. Foram feitas reuniões, negociações, intermediações até a decisão da Secretaria de Educação, de garantir vagas e transporte para todos", lembrou o vereador. Ele recordou também que no dia 1º de março, em reunião na Câmara, o presidente da Comissão de Moradores reclamou das condições dos moradores para fazer as matrículas. "Tinha distância de 17 km, tinha a dificuldade financeira para pagar as passagens, então foi pedido que a secretaria marcasse um dia específico para as matrículas e que fosse até o Morro. Isso aconteceu na terça-feira passada, das 9h às 17h, e ninguém apareceu." <br /><br />COMISSÃO DE MORADORES<br /><br />Também integrante da Comissão de Educação, o vereador Soli Silva (PDT) reforçou o depoimento de Paulo Kopschina. Nos sentimos usados sim, porque levamos nosso trabalho a sério. Mas fizemos nossa obrigação, não perdemos tempos, agora temos que remeter isso ao Aldo. É impossível que depois de toda a movimentação feita para matricular as crianças não tenha aparecido nem pai, nem criança." Outro membro da Comissão da Câmara, Ralfe Cardoso disse acreditar que há uma explicação. "Há de ter explicação, porque foi um trabalho que envolveu muito tempo, estou surpreso com o que aconteceu. Nós saímos com desfecho bem resolvido por parte da Secretaria e do Morro do Paula na última semana", revela.<br /><br />