Audiência Pública discute violência no esporte
A não violência no esporte foi tema da audiência pública realizada no plenário da Câmara Municipal na tarde desta segunda-feira, 6. O evento foi promovido pela Comissão de Representação Externa Paz no Esporte, da Assembléia Legislativa. A coordenação dos trabalhos ficou por conta da deputada Floriza dos Santos, coordenadora da Comissão. Na mesa de discussões, o diretor do Grupo Editorial Sinos, Miguel Schmitz; o presidente do legislativo hamburguense, Teo Reichert; o comandante da Brigada Militar de São Leopoldo, major Antônio Scussel; o delegado Heliomar Franco, do Departamento Estadual de Investigações Criminais; e o presidente do Esporte Clube Novo Hamburgo, Bruno Fehse. A abertura da audiência pública foi feita com a reprise de uma reportagem exibida pelo Fantástico sobre a violência no esporte, com o título "A guerra das torcidas".<br />OS DEPOIMENTOS<br />O primeiro a falar foi o presidente da Câmara, Teo Reichert. "Ficamos preocupados com a liberdade de dizer as coisas à imprensa e permanecer impune", lamentou Teo, referindo-se à reportagem exibida na abertura, onde o jornalista entrevista um integrante de torcida organizada que fala sobre como são realizados os ataques a torcidas rivais. Por outro lado, ele lembra que "nenhuma outra atividade, nem mesmo as artes, tem o poder de unificação que tem o esporte". <br />O diretor do Grupo Editorial Sinos, Miguel Schmitz, relatou sobre a criação da campanha Paz no Esporte. "Buscamos tratar o tema paz no esporte contando com o apoio das agremiações, federações e dirigentes, e também de atletas e da sociedade. Vimos então, que a proposta chegou também às salas de aula, onde grupos de estudantes tiveram oportunidade de desenvolver idéias, conceitos e pensamentos a respeito das propostas lançadas pela campanha". A campanha Paz no Esporte foi lançada pelo presidente do Grupo Editorial Sinos, Mário Gusmão em 13 de maio do ano passado. A criação da Comissão de Representação Externa Paz no Esporte foi criada, segundo Floriza, inspirada na Campanha do Grupo Sinos. <br />SÃO LEOPOLDO QUER PAZ<br />O major Antônio Scussel, comandante da Brigada Militar de São Leopoldo, e o delegado Heliomar Ataídes Franco, do Departamento Estadual de Investigações Criminais falaram das ações da polícia para reprimir a violência das torcidas. Em São Leopoldo, essas ações culminaram na criação do projeto São Leopoldo quer Paz, norteado pela conscientização da sociedade, especialmente dos adolescentes. "Conscientização também é papel da polícia", afirmou Scussel. Para Franco, os pequenos atos das torcidas, logo evoluem para ações maiores. "Convencemos as autoridades municipais e o Ministério Público que ali não havia torcida organizada mas crime organizado. Houve identificação e prisão dos indivíduos, eles foram indiciados e presos porque precisam saber que já não há mais impunidade para estes atos". <br />PELA ORGANIZAÇÃO DAS TORCIDAS ORGANIZADAS<br />O presidente do Esporte Clube Novo Hamburgo, Bruno Fehse defendeu as torcidas organizadas, mas com responsabilidade. "Estimulamos que torcidas organizadas tenham canal direto com a direção dos clubes, que cada uma tenha cadastro de seus membros e assim baderneiros sejam banidos pelos demais integrantes."<br />Também se manifestaram Stela Schmidt, do projeto Viva Vôlei, da On Line; Jorge Hansen, presidente da SERC Chimarrão, de Estância Velha; Juraci Suppi Nichele, representante da Câmara Municipal de Esteio; o vereador hamburguense Soli Silva; Pedrinho de Oliveira; o prefeito de Lindolfo Collor, José Darci Habitzreuter; a coordenadora do Núcleo de Mulheres Gremistas, Ângela Tavares; e os professores de Educação Física Gustavo Roese Sanfelice, representando a Feevale, e Evandro Bier, representando a Unisinos.<br />