06/05/2010 - Saúde: vereadores visitam obra paralisada
Em
visita ao Hospital Municipal na tarde desta quinta-feira, 6, Jesus
Maciel, presidente da Câmara, anunciou que o Legislativo vai atuar com
a força de que dispõe para obter soluções rápidas na retomada das
obras. "Vamos convocar o diretor do Fórum para esclarecer-nos sobre o
trabalho que está sendo realizado pelo perito. Acredito que o Poder
Judiciário pode autorizar a continuidade das obras. Queremos uma
posição clara sobre o que está acontecendo", declarou.
A
iniciativa da visita às obras de ampliação do Hospital partiu da
Comissão de Saúde da Câmara, presidida pelo vereador Raul Cassel.
Também integram a Comissão Ito Luciano e Gerson Peteffi, que não
compareceu por estar em audiência com a governadora Yeda Crusius,
tratando da Avenida dos Municípios.
As obras estão paradas desde
fevereiro de 2009. Há dúvidas quanto ao valor total da mesma, que é de
R$ 4 milhões e 300 mil. Também se questiona se os pagamentos efetuados
correspondem exatamente ao que foi realizado. Em maio de 2008, como
relatou o prefeito Tarcísio Zimmermann durante a visita, esses
problemas foram apontados pelo órgão de controle interno da Prefeitura.
Acordos foram tentados com a construtora, sem sucesso. A empresa
acionou a Prefeitura na Justiça, alegando falta de pagamento de
parcelas. A Prefeitura, então, solicitou uma perícia judicial, buscando
verificar se há conformidade dos pagamentos com os serviços executados
ou não. No momento, a Prefeitura aguardo o relatório do perito. O custo
da peritagem é de R$ 47 mil, sendo que a metade desse valor foi
depositado em janeiro último. Segundo Tarcísio, tão logo o perito se
manifeste, a Prefeitura vai licitar a continuidade das obras, pois o
contrato com a empresa Fagundes não está mais em vigência.
O
prefeito definiu a questão: "Não é problema de orçamento. É problema de
legalidade". E acrescentou: "Enquanto não houver uma decisão judicial,
não podemos fazer nada".
O vereador Antonio Lucas informou que o
perito compareceu uma única vez ao local e que já marcou quatro
visitas, não tendo comparecido a nenhuma delas. Ito Luciano reiterou a
importância da conclusão da nova ala. Lembrou que os pacientes
continuam em macas e que a qualidade no atendimento deve ser
priorizada. Ito declarou que não há qualquer empecilho para a
continuidade das obras e apresentou parecer favorável do Ministério
Público.
"Está claro que o Hospital não vai ficar pronto este
ano", disse Volnei Campagnoni. Ele reclamou da ausência do perito e
disse que os vereadores não podem mais estar sendo cobrados nas ruas,
sem ter uma resposta para dar. "Quem não está cumprindo o acordo é o
Poder Judiciário", concluiu.
Raul Cassel reiterou a declaração
do Ministério Público, que afirma não haver irregularidades. Questionou
a depreciação do material utilizado nas obras e disse que o momento
deve ser de somar esforços para evitar desperdício de dinheiro público.
Sobre o perito, sugeriu: "Eu contrataria um perito para avaliar o
perito".
Paulo Fagundes, sócio-gerente da construtora, disse que
trabalhou janeiro e fevereiro sem receber. Explicou que protocolou
pedidos de informação na Prefeitura e não recebeu resposta. Afirmou que
não foi procurado pela Prefeitura para acordos, ao que Tarcísio
retrucou: "Todos os documentos e tentativas de acordo estão à
disposição." Fagundes informou que não vai abandonar a obra e que lá
está presente, todos os dias.
Carlos Meloto, diretor de
administração da Fundação de Saúde Pública, responsável pelo Hospital,
explicou que a nova ala de internação clínica, com 60 leitos, poderá
atender até 400 pessoas em um mês. A Fundação, em conjunto com a
Prefeitura, aguarda o laudo do perito para posicionar-se e retomar as
obras.
Acompanharam a visita dos vereadores, representando a
Fundação de Saúde Pública, o diretor de finanças, Marco Baldo; o
diretor de gestão ambulatorial, Maicon Cunha e o diretor de gestão
hospitalar, Marcos Lobato.
06/05/2010