Ralfe Cardoso anuncia desligamento do PT
Ralfe concorreu a vereador, pela primeira vez, em 1996, mas foi somente na eleição seguinte, em 2000, que obteve a titularidade no Legislativo. Cumpre o seu segundo mandato, em cuja votação praticamente triplicou o número de votos.
Após 10 de militância no Partido dos Trabalhadores, o vereador deixou o PT no último dia 24, devendo ingressar no P-SOL, Partido Socialismo e Liberdade.
Da tribuna, durante a sessão desta terça-feira, disse que nos seus dez anos de militância abriu mão da sua individualidade pela construção de um projeto, "que não iniciou comigo, porque não pertence a ninguém", como explicou. "Ele é um projeto de liberdade". Afirmou que o PT, cada vez mais, abre mão das suas bases para aceitar, por exemplo, financiamento de empreitamentos. Criticou o processo eleitoral interno do partido, que está despolitizado, na sua avaliação. Disse que não aceita mais traições do PT ou do governo Lula, exemplificando com a reforma da previdência, com os fundos de pensão que, como já foi denunciado, financiam por dentro dos bancos outras operações no governo. A sociedade, completou, espera que os partidos, inclusive os de direita, reavaliem sua conduta e a forma como têm conduzido todo o processo eleitoral. O que se discute hoje, frisou, é o financiamento público das campanhas. As fórmulas atuais não são mais toleradas. Reafirmou o seu respeito para com todos aqueles que permanecem na legenda, declarando saber que Gilberto Koch saberá conduzir bem a representação do PT na Câmara Municipal. Concluiu, afirmando que não perde um milímetro dos seus sonhos e que continua sustentando o socialismo e defendendo a liberdade.
COMPOSIÇÃO DA CÂMARA
Ralfe Cardoso foi o primeiro vereador petista a criticar o governo Lula, da tribuna, durante as sessões da Câmara. A bancada do PT, composta até então por Ralfe, Anita Lucas de Oliveira e Gilberto Koch, passa a ter dois vereadores, com Betinho na liderança da bancada. Agora são três bancadas com dois integrantes: PSDB, PTB e o PT. Com três vereadores ficam as bancadas do PDT e do PMDB.
A definição da vereadora Lorena Mayer, que está sem partido desde 29 de dezembro de 2004, deve alterar novamente a composição da Câmara.