Comitiva gaúcha na China

por admin última modificação 16/10/2020 19h54
21/09/2005 - Integrantes da comissão visitaram parques tecnológicos

A missão gaúcha que participa da 22ª Conferência Mundial de Parques Científicos e Tecnológicos em Pequim, capital da República Popular da China chegou àquele país na sexta-feira. O grupo, organizado pelo Centro Universitário Feevale e liderado pelo Secretário da Ciência e Tecnologia, Kalil Sehbe, visitará e trocará experiências em três dos maiores e mais importantes parques tecnológicos do mundo. Xangai e Taiwan também estão no roteiro do grupo formado por lideranças políticas, empresariais e representantes de universidades gaúchas. A ala política hamburguense da missão é formada pelo presidente da Câmara, Cleonir Bassani, o prefeito Jair Foscarini e o secretário de Indústria e Comércio, Francisco Stürmer. A conferência, que teve início no domingo, encerra hoje, reunindo cerca de dois mil representantes de mais de cem países.

TIGRE ASIÁTICO

A China é o terceiro maior país do mundo em área e o mais populoso do planeta, com mais de um bilhão e 300 mil habitantes. O Tigre asiático se auto-intitula um Estado socialista com sistema econômico de socialismo de mercado, o que significa uma economia onde a iniciativa do Estado se sobrepõe à iniciativa privada. Esse sistema, chamado erroneamente de "capitalismo", tem sido uma das principais causas do acelerado crescimento que a economia chinesa conheceu nas últimas décadas. Atualmente, é a sexta mais poderosa do planeta, atrás apenas dos EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido e França, com a incrível taxa de crescimento de 9% ao ano. Agências internacionais de desenvolvimento já projetam que a China será a maior economia mundial em 2040. Antes disso, em 2009, deverá se tornar o terceiro maior PIB.

A China investe maciçamente em tecnologia e já possui um dos maiores e mais poderosos parques industriais do mundo, com uma produção diversificada que vai muito além dos famosos artigos de R$ 1,99 exportados para todo o mundo e, em grande escala, para o Brasil.

CONCLUSÕES

A necessidade de aumentar a integração dos parques tecnológicos e incubadoras com instituições científicas internacionais foi a principal conclusão dos integrantes da missão gaúcha no segundo dia da 22ª Conferência Mundial de Parques Científicos e Tecnológicos, em Pequim na China.

Segundo o pró-reitor de Pesquisa, Tecnologia e Inovação da Feevale, Cleber Prodanov, é preciso implementar ações para ingressar na rede tecnológica internacional. "O Brasil ainda é muito tímido nas ações voltadas para a inovação tecnológica. O Rio Grande do Sul constitui uma rede de Parques Tecnológicos que tem trabalhado para a inserção internacional, atraindo investimentos e conhecimentos necessários para transformar o Estado e o Brasil numa referência internacional em tecnologia", afirmou. Prodanov é presidente do comitê gestor do Valetec - Parque Tecnológico do Vale dos Sinos.

Os Parques Tecnológicos são apontados como instrumentos fundamentais para o meteórico desenvolvimento econômico chinês, verificado a partir dos anos 90. O país possui mais de 50 parques e mais de 300 incubadoras. O investimento público e privado em ciência e tecnologia corresponde a 1,5 % do PIB chinês, que chega U$ 1,2 bilhões.

Bassani destacou a diversidade das tecnologias do país. "Podemos fazer uma análise bastante proveitosa de tudo que foi visto até agora. Com certeza, os benefícios podem ser grandes, considerando o conhecimento das estratégias e tecnologias chinesas", disse.

EM XANGAI

A comitiva visitou na terça-feira, 20, o Zhongguancun Science Park, em Pequim. São dois mil quilômetros quadrados que abrigam 203 instituições de pesquisa, que se integram nas áreas de ciências biológicas e da saúde e tecnologia da informação; mais de 100 mil metros quadrados de incubadoras tecnológicas, que abrigam cerca de 10 mil empresas. Marcas internacionais como IMB, Microsoft, Mitsubishi e Siemens também integram o espaço. Segundo o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Puc/RS, também responsável pelo TecnoPuc, Jorge Aldin, o parque envolve um conjunto de empresas e ações da universidade de Pequim da maior magnitude. "Os parques tecnológicos daqui são instrumento de governo para o desenvolvimento científico, tecnológico, social e econômico da China. Precisamos identificar o que pode ser adaptado por nós, a nossa realidade gaúcha e brasileira", disse.