04/05/2010 - Coordenador de Políticas Públicas defende acessibilidade
A convite de Gilberto Koch
(PT), o coordenador de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência,
Darwin Kremer, falou na tribuna, na sessão desta terça-feira, 4, sobre
as ações desenvolvidas pelo Município.
Kremer divulgou um
folder, feito pela coordenadoria, que traz informações sobre diversos
tipos de deficiências, como visual, auditiva, física, intelectual e
múltipla, paralisia cerebral e autismo. Como tratar essas pessoas e
suas capacidades são o tema central. O objetivo, afirmou Kremer, é
combater o preconceito, principalmente em crianças e adolescente.
Números
O
coordenador salientou que, de acordo com o IBGE, em 2000, cerca de
14,5% da população brasileira tinha algum tipo de deficiência. "Muitos
questionam esse número, pois dizem que, se fosse assim, veríamos mais
deficientes nas ruas. Mas muitos não saem às ruas", salientou. Ele
ainda disse que, de acordo com a ONU, a cada dia mais de 500
brasileiros tornam-se portadores de deficiência por causa da violência,
de doenças ou de acidentes no trânsito.
Mesmo assim, poucas
cidades contam com conselho municipal, diretoria ou coordenadoria
voltados a pessoas com deficiências. "O resultado dessa negligência é
que ainda há muito a se fazer", lamentou. Segundo Kremer, a legislação
é avançada, mas falta conscientização sobre a responsabilidade do
governo e da sociedade em geral.
Avanços e problemas
Mas
nem todas as notícias são ruins. O coordenador salientou que o
Município conta com mais de 15 salas multifuncionais nas escolas,
destinadas a alunos com necessidades especiais. "É um dos maiores
números do País." Além disso, lei federal prevê que, até 2014, toda a
frota de ônibus deverá ser adaptada. "Hoje, Novo Hamburgo tem 38 ônibus
adaptados."
Sobre o mercado de trabalho, Kremer elogiou a lei de
cotas, que obriga empresas com 100 ou mais funcionários a empregar
pessoas com deficiências. "É uma iniciativa boa, mas há problemas.
Muitas empresas querem deficientes específicos, dependendo da função. E
muitas vezes falta qualificação. Há empresas que não têm adaptação
arquitetônica. Além disso, alguns deficientes recebem benefícios. Para
não perder esses recursos, algumas vezes, as famílias preferem
mantê-los em casa."
"A verdade é que é difícil eliminar a imagem
histórica de que deficientes são objetos de pena. A verdade é que a
maioria quer estudar, trabalhar e se divertir, como qualquer pessoa.
Mas é preciso de acessibilidade e inclusão. E as ações são
responsabilidade de todos. Como é o passeio público na frente de sua
casa? Não há alguma floreira atrapalhando o cadeirante?", questiona o
coordenador.
Colocações
Betinho parabenizou Kremer
pelo trabalho, e voltou a defender o transporte adaptado. "Muitas
pessoas ficam em casa e não saem, pois acham que vão ser ainda mais
discriminadas." Raul Cassel (PMDB) desafiou as pessoas a sentar em uma
cadeira de rodas e dar uma volta na quadra onde moram. "Se cada um
cuidasse apenas na frente da sua casa já teríamos uma situação melhor."
Ricardo
Ritter – Ica (PDT) chamou a atenção da Secretaria de Desenvolvimento
Urbano para prédios recentemente contruídos com banheiros no mezanino.
"Para um cadeirante, fica difícil utilizar este ambiente." Kremer
apontou que a coordenadoria tem feito reuniões com comerciantes.
"Estamos tentando convencê-los de que grande parte dos deficientes são
consumidores. Acessibilidade não é um favor, é um investimento."
Sergio
Hanich (PMDB) conta que pessoas reclamam por não conseguir cadeiras de
rodas, muletas e colchões adaptados. "São pessoas carentes. É possível
fazer um projeto para compra desses equipamentos?", questionou. Kremer
disse que a coordenadoria não tem orçamento próprio, e que trabalha
junto com as secretarias. "Talvez seja possível criar um banco de
material protético."
O presidente da Câmara, Jesus Maciel (PTB),
disse acreditar que a população ainda sofre com falta de informações, e
disponibilizou a Casa para esclarecimentos.
04/05/2010