04/02/2011 - Programa de rádio gera debate no plenário
Os vereadores usaram a tribuna na sessão desta quinta-feria, dia 3, para rebater as críticas realizadas durante o programa Ponto e Contraponto, da rádio ABC 900 AM, do mesmo dia. Segundo os parlamentares, o colunista do Jornal NH, Aurélio Decker, o ex-vereador, Raulf Cardoso, o deputado estadual, Lucas Redecker, e a presidente da ACI Novo Hamburgo, Fátima Daudt, realizaram apontamentos levianos, que desqualificaram o Poder Legislativo e a atuação de seus vereadores. Antonio Lucas (PDT) deu início à discussão e fez duras críticas à rádio ABC e ao apresentador do programa Rodrigo Giacomet.
Segundo Leonardo Hoff (PP), com esse tipo de declaração, a figura do vereador é arranhada. Ele criticou que uma presidente de uma entidade faça generalizações quando trata do Legislativo. O parlamentar pediu cuidado e disse que será verificada a necessidade de reparação. Sobre as críticas ao projeto que tratava do aumento do ISSQN, Hoff afirmou que não era possível chamar a ACI se o Executivo encaminhou a proposta em regime de urgência, tendo sido a matéria apreciada um dia depois de ter entrado na Casa. Como exemplo, sobre as generalizações incorretas, ele disse que não pode afirmar que todos os empresários são sonegadores. O presidente Hoff afirmou ainda que quer ser cobrado sobre o seu mandato. "Essa cobrança eu quero receber, daí sim, estamos construindo uma cidade melhor. Se a ACI pensa que maior representatividade vai servir para fazer viagens, está errada. Temos de ter parceria para a construção de uma cidade mais justa. O trabalho do vereador traz benefício à comunidade", afirmou.
O vereador Gerson Peteffi (PSDB) complementou dizendo que ele e Ito Luciano (PMDB) possuem cinco mandatos na Câmara, trabalhando em prol da comunidade, e que os comentários o chatearam. "Se as críticas estão relacionadas às nossas viagens, tem de saberem que quando vamos é a trabalho, para aprender e trazer novas e boas ideias para o Município. Não vamos à passeio. Isso, faço por conta própria", argumentou, acrescentando que a ideia do passe livre foi resultado de uma participação em congresso e partiu do Legislativo.
Alex Rönnau (PT) ressaltou que é complicado trabalhar com algumas entidades do Município. "Nos procuram quando a coisa aperta no pé deles. A Fátima fez umas intervenções infelizes durante o dito programa. Me recordo da discussão do horário dos mercados, em momento nenhum essas entidades vieram nos procurar. Nunca vieram até o Legislativo para conversar, nem mesmo compareceram à audiência pública", apontou. Além disso, frisou que muito falam sobre as viagens dos vereadores, destacando aspectos negativos. "Mostrar o lado bom do nosso trabalho é raro. A conquista da viatura de polícia para a cidade, que foi uma ação da Comissão de Segurança, ninguém divulgou nada".
Volnei Campagnoni (PCdoB) ressaltou que, das entidades do Município, apenas o Grupo Pensando Novo Hamburgo veio à Câmara. "Que as outras entidades utilizem a tribuna da Câmara para fazerem suas críticas e considerações", disse, fazendo o convite diretamente a Fátima Daudt. Além disso, ressaltou que os vereadores não deviam criticar o programa de rádio, pois ele possibilita que as pessoas falem de forma democrática.
Gilberto Koch (PT) rebateu às críticas de Aurélio Decker dizendo que, ao contrário dos vereadores, que têm seus gastos e salários exposto na internet, por meio do projeto Transparência, o colunista se quer conseguiu explicar claramente aos vereadores e à população "quanto ele ganhou para quebrar a Folha de Novo Hamburgo". De acordo com Betinho, Decker ficou somente um mês filiado ao PV – mais tarde foi corrigido pelo colega de partido Alex, que considerou que o período foi de apenas quinze dias.
Jesus Maciel (PTB) fez duras críticas ao ex-vereador Ralfe Cardoso, dizendo que o
ele gastou certa vez R$14 mil em telefone. "Não tem moral para nos criticar!", afirmou.
Luiz Carlos Schenlrte (PMDB) frisou a importância de formalizarem uma resposta ao programa e aos participantes. "Os vereadores sempre foram saco de pancada, mas hoje estamos nos defendendo. Não tenho procuração para defender a Fátima Daudt, sei da sua competência, e acredito que qualquer presidente defenderia a sua entidade. Hoje estou aposentado e me dedico integralmente aos serviços da Câmara. Temos de estar unidos pelo bem da nossa cidade".
Raul Cassel (PMDB) disse que a sociedade é composta por vários ângulos e que a Câmara é reflexo disto. "Muitas pessoas não se posicionam em assuntos polêmicos. Temos de analisar porque a população não se interessa, não participa dos debates. Temos que mudar essa mentalidade. Elaborar um projeto de lei não é fácil e poucos são aqueles que nos procuram para trazer sugestões", explicou o peemedebista, defendendo o trabalho dos vereadores.
Ricardo Ritter (PDT) também fez críticas à postura dos quatro participantes do programa. "A democracia não vive só de eleições", ponderou.
Sergio Hanich (PMDB) também marcou seu ponto de vista em relação ao debate. Acredita ser desrespeitosa e fora de propósito as acusações realizadas.
Matias Martins (PT) trouxe outra discussão à tona. Afirmou que após 20 anos um gaúcho é eleito presidente da Câmara de Deputados. "Ele mal assumiu e também já está sendo criticado".