Vereadores aprovam contas de ex-prefeito

por admin última modificação 16/10/2020 19h53
11/07/2005 - Votação foi antecedida de ampla discussão

Repetiu-se o empate na votação do projeto que aprova as contas de 2000 do governo José Airton dos Santos. Conforme dispõe o Regimento Interno, o projeto foi aprovado na última quinta-feira, uma vez que a rejeição exige um mínimo de 10 votos contrários. O projeto aprova o parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado, favorável à aprovação das contas e balanço geral da receita e despesa do exercício de 2000, referente à administração do ex-prefeito José Airton dos Santos.

A VOTAÇÃO

Sete votaram a favor: Antônio Lucas, Gerson Peteffi, João Marcos, Lorena Mayer, Renan Schaurich, Soli Silva e Teo Reichert. Sete votaram contra: Volnei Campagnoni, Ralfe Cardoso, Paulo Kopschina, Ito Luciano, Gilberto Koch, Anita Lucas de Oliveira e Cleonir Bassani.

ITO LUCIANO

O segundo turno da votação reprisou a mesma intensidade de debates na tribuna. Ito Luciano (PMDB), que votou contra, disse que, por muito menos, o prefeito de Rolante foi afastado do cargo, por causa de R$200,00. Negou que tenha problemas pessoais com o ex-prefeito, como aludiu o vereador Renan Schaurich na sessão anterior, salientando que a sua posição contrária se deve às 11 irregularidades apontadas pelo TC. "Fui um dos que mais defendeu o Airton enquanto pensei que ele era idôneo. Quando vi que não era mais, passei para a oposição." Ito repetiu o argumento da última terça: "As contas só foram aprovadas porque os deputados, hoje conselheiros, aprovaram." E completou: "Sou contra porque os apontamentos foram feitos pelos técnicos e não podemos ignorar tal fato e acompanharmos o voto dos conselheiros." Sugeriu que o parecer seja remetido ao Ministério Público.

RENAN SCHAURICH

Renan voltou a enfatizar que, apesar dos apontamentos, nada há nas contas do ano 2000 que não possam ser aprovadas pela Câmara, uma vez que o próprio TC deu parecer favorável. Citou as contas do governo Olívio Dutra, de 2002, "que recebeu um rosário de apontamentos" e as de Germano Rigotto, de 2003, com 31 apontamentos, o que não impediu que o TC se manifestasse favorável e que a Assembléia Legislativa lhes desse o seu aval. Concluiu, dando total crédito ao Tribunal, que definiu como uma instituição secular e respeitável.

RALFE CARDOSO

"Honorabilidade é termo que não cabe ao ex-prefeito José Airton dos Santos", afirmou Ralfe, contrapondo-se ao discurso de Renan Schaurich. E completou: "Se os últimos quatro anos da administração de José Airton tivessem sido acompanhados no seu dia-a-dia pelo TC, estas contas não poderiam ter sido aprovadas." O vereador petista lembrou que estas são as primeiras contas de oito anos de administração que chegam à Casa. Afirmou, finalmente, que se os 11 apontamentos são considerados irregularidades leves por alguns, fica na avaliação de cada um.

GERSON PETEFFI

O vereador tucano deixou claro que não fez parte da administração passada, dela não obtendo qualquer benesse. Chamou a atenção para o fato de que a Casa não estava julgando o governo Airton dos Santos, mas sim votando o parecer sobre a parte técnica de suas contas. Se o TC as tivesse rejeitado, aí sim caberia uma posição diferente. "Não posso dar um não ao parecer do TC que aprova as contas dessa administração. Não tenho base para isto", afirmou. Em aparte, Lorena Mayer (sem partido), lembrou que se os vereadores derrubassem o parecer teriam que pedir o fechamento do TC, que não teria mais razão para existir.

VOLNEI CAMPAGNONI

Discordando de Lorena Mayer, o vereador peemedebista declarou que o TC não é o dono da verdade. Citou o caso dos "folders", no primeiro período da administração Airton, como prova de irregularidade, acrescentando à lista os episódios de desmonte da secretaria municipal de obras públicas, do superfaturamento de obras, da reforma do posto de saúde da área central da cidade, das ações da Comusa e Fenac para pagamento de dívidas previdenciárias, dos ginásios esportivos usados para o mesmo fim, entre outros. "E onde está o TC que não viu isto?", perguntou. E concluiu: "temos que questionar sim porque fomos eleitos para isto".