Câmara formaliza parceria com a Assembléia para doação de orgãos

por admin última modificação 16/10/2020 19h53
01/07/2005 - Termo de Cooperação prevê ações conjuntas até dezembro do próximo ano

O lançamento da Campanha Mutirão de Doação de Órgãos levou dezenas de pessoas ao Plenário da Câmara nesta quinta-feira. A campanha, coordenada pela Assembléia Legislativa, recebeu a adesão formal do Legislativo hamburguense. O presidente da Comissão Externa da Assembléia pela Doação de Órgãos, deputado estadual Adilson Troca (PSDB) fez uma exposição aos vereadores e ao público presente sobre a importância da participação dos legislativos para incentivar a prática da doação de órgãos. Dois ex-prefeitos, médicos, lideranças políticas e comunitárias estiveram no plenário.

Um dos pontos altos da sessão, foi o testemunho de Orlando Freitas Silva, 48 anos, que há cinco anos vive com um rim transplantado. Silva, que por durante 18 meses precisou fazer sessões semanais de hemodiálise antes de receber o órgãos, tornou-se um militante pela conscientização da comunidade para a a doação de órgãos. Hoje, como presidente da Associação dos Pacientes Renais de Novo Hamburgo, percorre diversas cidades mostrando o drama de quem está na fila por um transplante. Ao mesmo tempo, faz campanhas orientando as pessoas sobre a necessidade de se tornarem doadores. "Há muitos mitos que nós, aos poucos, vamos quebrando", disse. "Um deles é que nenhum médico vai tirar órgãos de pacientes vivos que não consintam com a doação".

A assinatura do protocolo de intenções entre a Câmara e a Assembléia foi assinado no dia 27 de junho, em Porto Alegre. Na sessão de ontem, o deputado Troca fez questão de ressaltar a importância da adesão da Câmara de Novo Hamburgo. "É uma atitude que só contribui para que mais pessoas tornem-se doadoras de órgãos", disse. O deputado lembrou que, além das Câmaras e Prefeituras, a Assembléia já firmou protocolos semelhantes com o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Banrisul, clubes de serviço e CEEE.

O deputado ainda chamou a atenção para o baixo número de doadores no Brasil em comparação com outros países. Disse que a doação é um gesto de carinho para com o próximo. "O nosso objetivo principal é atingir a juventude e as escolas".

O presidente da Câmara, Cleonir Bassani (PSDB) lembrou que a assinatura do Protocolo é uma conjugação de esforços entre a Assembléia e as Câmaras. "A finalidade é mobilizar a comunidade para a doação de órgãos para transplantes". O protocolo assinado em Porto Alegre vale até 31 de dezembro do próximo ano.

Representando a classe médica, o nefrologista Gilvan Fontoura lembrou que luta, há mais de quinze anos, para a criação de uma cultura de doação de órgãos em Novo Hamburgo. "Sou do tempo onde a coleta dos órgãos para transplante era extremamente precária", recordou. "Nós tínhamos que buscar gelo em bares e casas noturnas durante a madrugada para poder acondicionar os órgãos".

Com a adesão ao Mutirão, a Câmara se compromete a fazer campanhas de estímulo à doação, desde o fornecimento de informações à comunidade até mesmo a colocação de uma urna onde os cidadãos pode colocar seu nome dizendo-se doador de órgãos.