Movimento negro é destaque na Tribuna Popular

por admin última modificação 16/10/2020 19h53
16/05/2005 - Historiador e artista hip-hop defendem identidade afro

Estudar a história da presença negra em Novo Hamburgo para entender a identidade cultural. Essa é a proposta apresentada na sessão de12/05, durante a Tribuna Popular, pelo historiador hamburguense Mauro José da Silva. Coordenador do Comitê Pró-Ações Afirmativas (Copaa), Silva lembrou que a presença negra no Vale do Sinos é anterior à chegada dos imigrantes alemães. Para aprofundar o debate, Silva divulgou a sexta edição do Seminário de Estudos Sócio-Históricos "História da África e cultura afro-brasileira: reflexões para uma educação pluriétnica", que acontece na Feevale de 16 a 20 de maio. A participação do historiador também marcou a semana do dia 13 de maio de 1888, data oficial do fim da escravidão no Brasil.

Para o historiador, compreender a importância da presença de escravos no Vale do Sinos contribui para uma educação multi-étnica em Novo Hamburgo. "Não podemos deixar de ensinar aos nossos pequenos alunos que no bairro Guarani, aqui em Novo Hamburgo, e na Feitoria, em São Leopoldo, haviam grandes concentrações de escravos", lembrou o historiador na Tribuna da Câmara.

HIP- HOP - Rodrigo Miguel, representante da Associação Hip-Hop do Vale do Sinos, também defendeu a construção de uma identidade da raça negra no Brasil. Referindo-se ao 13 de maio, data da assinatura da Lei Áurea pela Princesa regente Isabel, comentou o impacto da sua promulgação na sociedade. A liberdade, que foi uma conquista, veio sem bases e aos negros restou apenas a exclusão social. Explicou que o Movimento Hip-Hop constrói o presente e o futuro. Busca a conscientização das pessoas, através da divulgação de dados e do resgate da história das comunidades negras, junto com o despertamento do orgulho de cada cidadão. Citou o fato dos negros não terem passado e não saberem sequer de que região do mundo se originam, ao contrário de outras etnias. Solicitou que a Câmara Municipal apresente projetos que contemplem a história dos negros no Brasil e em Novo Hamburgo, para que no próximo ano a data possa ser registrada nas escolas e na comunidade.