Ernesto Frederico Scheffel é o 25º Cidadão de Novo Hamburgo

por admin última modificação 16/10/2020 19h53
14/12/2004 - Autoridades prestigiam entrega do título ao artista plástico

Na última terça-feira, dia 14 de dezembro, foi entregue o Título de Cidadão de Novo Hamburgo ao artista plástico Ernesto Frederico Scheffel. Esta iniciativa é da vereadora Celina Grezzana.

O título foi entregue pelo vice-prefeito, Cleonir Bassani e a vereadora Celina Grezzana. Scheffel agradeceu aos colaboradores da sua Fundação, familiares e ao carinho dos vereadores. Estiveram presentes na solenidade o prefeito José Airton dos Santos, os familiares Rosana e Leandro Scheffel, o curador da Fundação Scheffel Ângelo Reinhemer, e representando o Grupo Sinos, Mário Gusmão.

Os vereadores também prestaram sua homenagem. Celina Grezzana (PT), Raul Cassel (PMDB), Darwin kremer (PSDB) e Renan Schaurich (PTB), em nome de suas bancadas, elogiaram o belíssimo trabalho exposto na entidade.

Scheffel é a 25ª personalidade a receber essa honraria. A indicação dos candidatos ao título contempla pessoas nascidas em outras cidades e que tenham prestado serviços relevantes ao Município. A sugestão do nome é feita através de Projeto de Decreto-Legislativo. A votação é realizada em Sessão Secreta. Aprovado o projeto, o presidente da Câmara promulga o Decreto-Legislativo. A concessão do título é regulada pela Lei Municipal nº43/75, de 31 de outubro de 1975.

Ernesto Frederico Scheffel nasceu no dia 08 de outubro de 1927, na cidade de Campo Bom. É descendente de imigrantes oriundos de Berghausen - Westfalen, Alemanha. Em 1935, aos oito anos de idade, mudou-se com sua família para Hamburgo Velho, onde recebeu da sua tia Irene Jacobus as primeiras noções de pintura à óleo sobre madeira.

Três anos mais tarde, seu professor Ernest Bernhoeft, da Escola Evangélica, pediu que pintasse um quadro a óleo sobre madeira da casa do Dr. Odon Cavalcanti, prefeito de Novo Hamburgo na época.Reconhecendo o valor de Scheffel, em setembro de 1940, Odon Cavalcanti convida especialmente o menino para acompanhar o grupo de -coloninhos- que iriam à Porto Alegre participar das comemorações da semana da pátria, no Programa de Integração Nacional da Secretaria de Educação e Cultura. Nesta ocasião, Ernesto com 12 anos de idade, foi pela primeira vez apresentado publicamente como artista, e posteriormente aos professores João Cândido Canal e Ângelo Guido, que perceberam o talento do menino e incentivaram a ingressar no campo de Belas Artes. No parecer de Ângelo Guido dizia: -Sheffel é uma revelação artística capaz de sobressair na pintura, se educar suas aptidões para as Belas Artes-. No ano seguinte foi matriculado simultaneamente na Escola Técnica de Parobé e no Instituto de Belas Artes, em Porto Alegre.

No primeiro semestre de 1941, iniciou seus estudos na Escola Técnica de Parobé como aluno interno e bolsista. Por timidez não lembrou aos professores que deveria assistir também às aulas no Instituto de Belas Artes, quem lembrou foi o diretor do internato, Dr. Plauto Azambuja, que o fez participar no segundo semestre das aulas. Neste período seus trabalhos escolares eram inspirados no bairro Hamburgo Velho. Suas composições recebiam influencias da mitologia Greco-Romana e da história. Todas essas informações despertaram um mundo de imaginação, transportado para as telas que revelavam um caráter metafísico e seu questionamento acerca do bem e do mal, do destino do homem e da morte.

Em 1948, ainda prestando serviço militar, participou do II Salão Militar de Artes Plásticas, no Clube Militar do Rio de Janeiro, onde expôs 15 trabalhos, entre eles -Combate de Poncho Verde-, -Caçador-, -Natureza Morta- e -Auto-Retrato-.

Em 1949, expôs pela primeira vez em Hamburgo Velho suas obras, nos Salões da Sociedade de Cantores - Frohsinn. Em junho e julho expôs cerca de 46 trabalhos, entre pintura e desenho, na Galeria de Arte da Casa das Molduras em Porto Alegre. Nessa exposição, João Fahrion adquire duas obras de Scheffel, mostrando desta forma seu reconhecimento de professor pelo trabalho do aluno.

No ano seguinte, viaja para o Rio de Janeiro, com bolsa de estudos por seis meses, mas acaba ficando por oito anos. Quando retornou à cidade, teve problemas para importar suas obras, por este motivo a Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo instituiu em 04 de outubro de 1979, através do decreto legislativo 236/79 a Fundação Ernesto Frederico Scheffel, com autonomia jurídica e administrativa.

As obras de Scheffel, que com a criação da Galeria de Arte Municipal seriam doadas definitivamente apenas após a morte do artista, com a instituição da Fundação Ernesto Frederico Scheffel foram doadas por antecipação, para o acervo da entidade.

Partindo muito jovem para percorrer outros lugares e seguindo seu caminho de artista, nunca esqueceu de Hamburgo velho, bairro que ele admira, tanto quanto as belezas arquitetônicas da Europa.É possível que o trabalho de preservação e recuperação do patrimônio histórico seja a forma pela qual Scheffel faz parte da história cultural do município. Tornou-se realidade um sonho que sempre alimentou, que era colocar em exposição permanente suas obras que conservou reunida no Museu de Arte Municipal e na Fundação que carrega seu nome. O acervo é composto de 385 obras. Espaço físico: 2840m². Atualmente o artista reside na Província de Lucca a 118 Km de Florença, na Itália.