Vereadores questionam morosidade da Prefeitura na busca de soluções para atingidos por enchentes

por Daniele Silva última modificação 23/05/2024 23h58
23/05/2024 – Após a sessão desta quarta-feira, 22, os vereadores voltaram a se reunir com representantes do Executivo para buscar esclarecimentos e cobrar soluções para a população atingida pela cheia histórica do Rio dos Sinos. Os principais questionamentos foram em relação ao cadastramento dos beneficiários do Auxílio Reconstrução, anunciado pelo Governo Federal, e a demora na instalação de bombas para sucção das águas que ainda invadem residências no Santo Afonso. O retorno das chuvas ao estado causa ainda mais preocupação aos moradores do bairro, que em parte já haviam retornado e estavam fazendo a limpeza de suas casas.
Vereadores questionam morosidade da Prefeitura na busca de soluções para atingidos por enchentes

Fotos: Daniele Souza e Moris Musskopf/CMNH

O encontro, realizado no Plenarinho Pedro Thön, teve a participação da procuradora-geral do Município, Fernanda Luft, e dos secretários de Desenvolvimento Social, Jurema Pieper, e de Meio Ambiente, Ráfaga Fontoura. Já na segunda-feira, 20, estiveram presentes servidores técnicos da Diretoria de Esgotos Pluviais (DEP), da Secretaria de Obras Públicas, Serviços Urbanos e Viários (Semopsu). Na ocasião, os vereadores fizeram diversos questionamentos sobre a obra realizada pela Prefeitura de São Leopoldo no sistema de diques localizado na divisa entre os dois municípios. Também perguntaram sobre o funcionamento da Casa de Bombas e a inação do Executivo hamburguense quanto à instalação de bombas móveis no local.

O diretor da DEP, engenheiro Ricardo Al-Alam, explicou que o corpo técnico da Prefeitura de Novo Hamburgo foi contrário à obra, pois acredita que esta possa trazer danos futuros ao dique. Segundo a procuradora do Município, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) acompanha o impasse. Notícia publicada no site do MPRS aponta que “o Ministério Público fez, no dia 17 de maio, juntamente com técnicos dos dois municípios envolvidos, uma vistoria nos locais. Ainda, o Gabinete de Assessoramento Técnico (GAT) do MPRS emitiu parecer técnico contendo análise e orientações, que foi encaminhado aos municípios.”

Sobre os equipamentos para sucção, apesar do engenheiro asseverar que eles não fariam tanta diferença neste momento – no qual, segundo ele, as águas ainda baixam mais rapidamente por gravidade –, uma bomba emprestada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) chegou a Novo Hamburgo e deve entrar em operação nos próximos dias.

Apesar da demora na retirada da água e de milhares de cidadãos ainda estarem desabrigados e desalojados, o líder de governo Ricardo Ritter – Ica (MDB) considerou a ação de evacuação da Vila Palmeira exitosa, pois a prioridade, na ocasião, foi salvar vidas.

Auxílio Reconstrução

Em relação ao auxílio da União de R$ 5,1 mil, os parlamentares relataram as enormes filas nos locais de cadastramento abertos pelo Município e sugeriram a possibilidade de preenchimento dos dados online, como algumas cidades da região já disponibilizaram. Na tarde desta quinta, 23, a Prefeitura liberou o link para inscrição via internet. Para aqueles que não têm acesso digital, o atendimento presencial continuará disponível, em programação divulgada nas redes sociais oficiais da Prefeitura. O benefício é destinado a famílias atingidas pelas enchentes. Pessoas que estiverem em abrigos do Município ou que estão registradas no Cadastro Único não precisam fazer o cadastramento. Nesses casos, ele é feito automaticamente.

Limpeza urbana

O secretário Ráfaga Fontoura apresentou o cronograma de limpeza dos bairros afetados. Segundo ele, as localidades terão equipes fixas para a retirada dos entulhos. Os materiais serão levados para o antigo canteiro de obras da Trensurb, no bairro Santo Afonso.

Demais questionamentos

Outros apontamentos dos parlamentares foram sobre a liberação do Saque Calamidade do FGTS para toda a cidade, e não apenas para os CEPs inundados, e também sobre os planos do Município caso seja necessário realocar de maneira definitiva parte da população do Santo Afonso. Conforme Fernanda Luft, a Prefeitura realiza o levantamento de possíveis áreas, mas a procuradora salienta que dificilmente haverá um único espaço que abrigue as cerca de 3 mil casas que seriam necessárias para a destinação das famílias.