Vereadores estudam criação de frente parlamentar pela devolução da sede da UENH

por Luís Francisco Caselani última modificação 25/09/2018 19h51
17/09/2018 – Motivados por pronunciamento de representantes do movimento estudantil durante a sessão desta segunda-feira, 17 de setembro, os vereadores hamburguenses propuseram a criação de uma frente parlamentar para resgatar a sede da União dos Estudantes de Novo Hamburgo (UENH). O imóvel, localizado na rua Gomes Portinho, 294, no Centro, era utilizado pela entidade desde 1994. A Prefeitura, contudo, solicitou a devolução da casa. Segundo os estudantes, o motivo teria sido uma denúncia de má utilização do espaço.
Vereadores estudam criação de frente parlamentar pela devolução da sede da UENH

Crédito: maíra Kiefer/CMNH

Queremos que vocês não permitam que nossa sede seja retirada pela Administração Municipal. A UENH é uma associação importante, construída a partir de uma ideia de mudança da realidade da nossa cidade. Somos uma entidade que sempre trabalhou em prol da nossa comunidade e da nossa juventude. Tentamos recorrer contra a retirada da nossa sede. Solicitamos audiência com a prefeita, mas não obtivemos retorno nenhum. Queremos que a sede continue sendo nossa. Meu pedido é pelo apoio desta Câmara, talvez pela constituição de uma frente parlamentar que apoie nossa reivindicação. Abracem a UENH como ela sempre abraçou a Novo Hamburgo”, pediu a presidente da entidade, Pristine Eugênia da Silva.

A vice-presidente estadual da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Gerusa Pena, lamentou o que considera mais um descaso com o movimento estudantil. “Vivemos um momento em que a educação e os jovens não são levados a sério. Nosso governador fechou mais de 30 escolas em menos de quatro anos. Acredito que o movimento estudantil, de luta por direitos, ajuda a enaltecer a nossa juventude e a termos um futuro melhor”, enfatizou.

O vereador Enio Brizola (PT), proponente do requerimento que concedeu o espaço de fala às estudantes, reforçou o pedido pela formação de uma frente parlamentar. “O movimento estudantil deu, dá e dará uma contribuição muito importante para o fortalecimento da democracia brasileira. As lutas dos estudantes sempre foram significativas, especialmente por um ensino de qualidade. Acho que podemos propor nos próximos dias um agendamento com a prefeita para recebermos a justificativa para o fechamento da Casa dos Estudantes”, endossou.

O presidente da Câmara, Felipe Kuhn Braun (PDT), questionou o motivo elencado pelo Executivo para solicitar a devolução do imóvel. “Recebemos a notícia pelo secretário de Desenvolvimento Social, alegando denúncias de mau uso. Mas quem cuidou do espaço durante 24 anos foram os estudantes. Recebemos a casa caindo aos pedaços. E agora recebemos um prazo de 30 dias para desocuparmos o imóvel. Nunca nos foi aberto espaço para diálogo”, reclamou Pristine.

O presidente da Comissão de Educação, Professor Issur Koch (PP), perguntou se foi oferecido outro espaço pela Prefeitura. “Foi proposto recebermos uma sala na Secretaria de Desenvolvimento Social. Mas aquela é a nossa casa, onde podemos decidir nosso horário de funcionamento. Não é um lugar que teremos que entregar no final da atual gestão. Nós reformamos aquele espaço. Fizemos um projeto grandioso, com aulas, debates culturais. Muita coisa foi feita naquela casa, que nos contempla muito. Ela serve para suprir nossas necessidades e nossas demandas”, reforçou Pristine.

A vereadora Patricia Beck (PPS) prometeu endossar a reivindicação da UENH e pediu maior participação da entidade durante os debates da Câmara. Raul Cassel (MDB) disse não compreender o motivo para a solicitação de desocupação da sede. “A casa é uma conquista dos estudantes ao longo dos anos. Acho que o espaço está relativamente conservado, não está abandonado”, pontuou. Enio Brizola encerrou cobrando um posicionamento da Coordenadoria de Políticas Públicas para a Juventude sobre o assunto.

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