Vereadores cobram ações mais efetivas de segurança junto às escolas

por Luís Francisco Caselani última modificação 19/02/2019 01h31
18/02/2019 – A retomada das aulas na rede municipal de ensino motivou o vereador Enio Brizola (PT) a convocar o secretário de Segurança, Roberto Jungthon, para que comparecesse à sessão desta segunda-feira, 18 de fevereiro. Questionado sobre o trabalho da pasta no enfrentamento e prevenção a casos de furtos em escolas, o representante do Executivo destacou que os indicadores de ocorrências têm diminuído nos últimos anos. Ele lamentou, contudo, que isso não represente a extinção desses atos criminosos, que se intensificam especialmente durante o período de férias estudantis.
Vereadores cobram ações mais efetivas de segurança junto às escolas

Foto: Jaime Freitas/CMNH

O centro de gravidade dessa questão diz respeito à impunidade, até porque as forças de segurança que atuam em Novo Hamburgo têm obtido resultados no enfrentamento da criminalidade. Mas os números absolutos incomodam a todos”, ressaltou. O secretário defendeu que a responsabilidade pela segurança física das escolas também é compartilhada pelas pessoas encarregadas pela gestão do patrimônio público, como os servidores responsáveis por abrir e fechar suas portas diariamente. “É necessário que os estabelecimentos tenham seus acessos dificultados quando não estiverem abertos ao público com o uso de cadeados, trancas, chaves e grades”, explicou.

Conforme Jungthon, a Guarda Municipal segue trabalhando a partir de rondas frequentes nos arredores das escolas e alguns postos fixos, em ações ajustadas com a Secretaria de Educação (Smed). A corporação também conta com o apoio de meios tecnológicos para o alerta de eventuais invasões. Enio Brizola disse que muitas escolas iniciarão o ano letivo com prejuízos educacionais, em razão do furto de computadores, materiais de ensino e mesmo utensílios de cozinha. “Temos escolas que ficam em alguns pontos mais populosos, onde os próprios moradores auxiliam na vigilância. Mas temos outras, como a EMEF Irmão Nilo (no bairro Boa Saúde), onde há pouca habitação e muita fragilidade. Precisamos de um plano especial de monitoramento das escolas mais visadas e de uma operacionalização que dê conta de uma vigilância mais permanente nos bairros com muitas escolas próximas”, opinou.

Felipe Kuhn Braun (PDT) lembrou que diversos problemas foram relatados durante a vigência de contrato para monitoramento por alarme. Em razão da existência de um novo certame, o vereador questionou de que forma se dará o acompanhamento do serviço prestado. Jungthon salientou que o processo licitatório cobra níveis tecnológicos superiores. “Esse contrato se esgotou por várias questões, como não atender a esse tipo de demanda. Como não foi suficiente para sanar as ocorrências, elevamos as exigências sobre procedimentos e equipamentos tecnológicos. Isso não impede, mas dificulta a ação dos bandidos”, pontuou.

A vereadora Patricia Beck (PPS) ressaltou que já haveria um grupo de 12 agentes da Guarda Municipal treinados para trabalhar junto às escolas. Ela questionou por que a Prefeitura não pensa a utilização de câmeras de videomonitoramento e qual o tempo do hiato entre o encerramento de um contrato e a assinatura de outro junto a empresa de alarme. “Além do prejuízo material, há o psicológico, do esforço em vão empreendido pelas Associações de Pais e Mestres”, apontou. Jungthon salientou que a questão das câmeras de videomonitoramento precisaria ser previsto dentro do orçamento da Smed, responsável pela manutenção das escolas. Ele ainda afirmou que não houve interrupção dos contratos.

Inspetor Luz (MDB) atribuiu muito da sensação de insegurança à ausência de mudanças legislativas, em especial no Código Penal. Seu colega de partido Gerson Peteffi acrescentou que muitos pais também manifestam preocupação com a chegada de seus filhos à escola. “Peço que a Guarda atue em rondas preventivas mais cedo nas escolas, porque a simples presença pode inibir as diferentes formas de roubo”, sugeriu. “A Guarda Municipal realiza rondas frequentes nos horários de entrada e saída dos alunos, porque essa sensação existe”, garantiu o secretário, que orientou aos cidadãos que seja sempre registrada ocorrência. “Isso permite termos o real controle e organização dos nossos serviços, refletindo na maneira como atuamos em campo”, detalhou.

Para Sergio Hanich (MDB), a GM possui inteiras condições de pôr fim aos furtos, especialmente devido às características dos assaltantes. O presidente Raul Cassel (MDB) sugeriu que a inteligência da corporação identifique os pontos mais vulneráveis em cada escola, para que possam ser efetuadas adequações preventivas. O vereador ainda pediu caminhos para que as denúncias sejam feitas com mais segurança. “A comunidade escolar sabe quem são essas pessoas, mas muitas pessoas têm medo de delatar”, afirmou. Peteffi lembrou que a Guarda Municipal pode ser acionada pelo 153. Além disso, os cidadãos podem fazer uso do Disque-Denúncia, pelo telefone 181, bem como entrar em contato com a 1º Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo pelo WhatsApp, através do número (51) 99694-3694.

Abaixo-assinado

Antes do término da participação do secretário, Enio Brizola questionou se a empresa responsável pelos alarmes tinha responsabilidade em repor os equipamentos roubados. “Entendo que isso poderia ser previsto, até para cobrar metas. Se tivermos um ambiente perturbado pela falta de segurança, teremos uma educação intranquila, com professores preocupados e pais desanimados”, concluiu. “Toda vez que ocorre uma situação dessa forma, a empresa é notificada, cabendo à Administração adotar as medidas cabíveis, podendo culminar no ressarcimento”, informou Jungthon, que recebeu de representantes das Associações de Pais e Mestres de quatro escolas municipais um abaixo-assinado solicitando ações mais efetivas de segurança.

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