Vereadores aprovam nome de rua em homenagem ao fundador da Clínica do Rim
Nascido em 1947, Fontoura formou-se em Medicina pela UFRGS e especializou-se em nefrologia. O profissional fixou residência em Novo Hamburgo na década de 1980, onde criou seus três filhos. Médico concursado, atuou em diferentes postos de saúde da região, com destaque no tratamento de doenças como hanseníase, raiva e tuberculose. Em 1988, abriu a Clínica do Rim, segunda unidade de tratamento hemodialítico no interior do estado. Desde cedo ligado a movimentos políticos, presidiu o Sindicato dos Médicos de Novo Hamburgo e o diretório municipal do Partido Progressista. À época de sua morte, ocorrida em 18 de julho de 2008, concorria a uma vaga de vereador no Legislativo hamburguense.
A proponente da homenagem, a vereadora Semilda-Tita, destacou alguns aspectos da história de vida do médico, que agora é nome de rua em Novo Hamburgo. “Ligado aos movimentos políticos de classes sociais, Dr. Gilvan também foi presidente do Sindicato dos Médicos de Novo Hamburgo e presidente do Partido Progressista na época de sua morte, em 18 de julho de 2008. Na vida pessoal, dedicou-se à família, aos amigos, deixando um exemplo de amor à vida, de felicidade, disciplina e trabalho a toda comunidade. A escolha em homenageá-lo ocorreu pelas histórias que ouvimos dele na nossa comunidade. Dr. Gilvan era uma pessoa sempre muito prestativa e procurava se colocar no lugar do paciente. Muitas vezes, atendia os mais carentes em casa, sabendo que não poderiam lhe pagar nada. O seu grande sonho era trazer um Instituto de Nefrologia para a nossa cidade, para aliviar a dor das famílias e pacientes que precisavam buscar atendimento na Capital. Fazia com que a comunidade sonhasse sempre junto com ele. Segundo relatos de uma pessoa atendida por ele, era um homem bom, preocupado com o próximo e de bons valores. Sempre fará falta à nossa comunidade, relatou a vereadora se dirigindo aos filhos do homenageado, Ráfaga e Jéssica.
Leia na íntegra o Projeto de Lei nº 69/2019.
“O que me traz hoje aqui novamente a essa tribuna é falar sobre um projeto de tanto brilho e de tanta densidade. Eu já estive aqui nesse espaço na sessão passada e não quero ser prolixo, mas é importante deixarmos aqui algumas palavras para vocês, à família que aqui se encontra e também aos futuros moradores. Parabenizando desde já a vereadora Tita por essa excelente ideia. Nós, como colegas médicos do Dr. Gilvan, seremos eternamente gratos a ele pelo carinho e por aquela visão humanista que nos deixou. Uma pessoa boníssima, uma pessoa que trazia os seus conhecimentos médicos de uma forma calorosa aos pacientes fazendo com que eles se sentissem bem. Hoje em dia, algumas vezes vemos pessoas queixarem-se da relação médico-paciente, o que o Dr. Gilvan prezava muito. Não importava o tamanho das filas nos postos de saúde, do tempo a mais que ele se dedicava ao labor diário, sempre tinha aquela expressão de carinho. Era uma pessoa de trato fácil, de muito conhecimento e era sempre muito bem-vindo e muito bem quisto nos lugares onde ele estava”, assim descreveu Gerson Peteffi (MDB) sobre seu ex-colega de profissão médica.
O filho do homenageado, o atual diretor-presidente da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), Ráfaga Fontoura, após a votação ocupou a tribuna para falar em nome da família. “É uma honra e um prazer estar aqui hoje. Não venho como presidente da Fundação de Saúde, hoje eu venho como filho, como irmão mais velho, como neto, para essa linda homenagem da vereadora Tita e do parlamento hamburguense. Quero aqui também fazer uma referência aos moradores do novo logradouro que agora tem o nome de Gilvan Roberto Fontoura. Agora vão acabar os problemas com os Correios, com as as compras na internet. Essa bela homenagem, como vereador Peteffi comentou, vai ficar indelével dentro de Novo Hamburgo. Meu pai sempre foi um médico do SUS, de Novo Hamburgo e de Campo Bom, onde trabalhou por muitos anos. Ele amava o que fazia e fazia a medicina por amor. Acordava todo dia de manhã e trabalhava em dois postos de saúde, e depois na clínica. Ele não parava. Era Médico 24 horas. Quero agradecer, do fundo do meu coração, porque para nós significa muito o que aconteceu aqui nesta noite. Tenho certeza que onde ele estiver, lá no céu, vai ficar muito feliz com tudo isso”, falou emocionado Fontoura.
“Votei pela história e pelo convívio institucional que tivemos. Parabéns pela linda trajetória que ele deixou, de solidariedade para com o outro. Isso para mim é muito relevante nos dias de hoje, pois sentimos falta de mais solidariedade, expressa em gestos de médicos que atendem pessoas que não têm recursos, como fez o Dr. Gilvan”, frisou Enio Brizola (PT)
Para o projeto virar lei
Para que um projeto se torne lei depois de aprovado em segunda votação, ele deve ser encaminhado à Prefeitura, onde poderá ser sancionado e promulgado (assinado) pela prefeita. Em seguida, o texto deve ser publicado, para que todos saibam do novo regramento. Se o documento não receber a sanção no prazo legal, que é de 15 dias úteis, ele volta para a Câmara, que fará a promulgação e ordenará sua publicação. Quando isso ocorre, é dito que houve sanção tácita por parte da prefeita.
Há ainda a possibilidade de o projeto ser vetado (ou seja, rejeitado) parcial ou totalmente pela prefeita. Nesse caso, o veto é analisado pelos vereadores, que podem acatá-lo, e então o projeto não se tornará lei, ou derrubá-lo, quando também a proposta será promulgada e publicada pela Câmara.