Vencedores do Prêmio Cientista Júnior são homenageados durante sessão
Um dos projetos premiados foi elaborado por quatro alunos do 4º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Boa Saúde, responsáveis pela pesquisa “Cadê a planta que estava aqui? Um resgate da flora nativa do bairro Boa Saúde”. Já a outra pesquisa, que leva o nome “Malefícios do uso prolongado do celular”, foi desenvolvida por duas alunas do 9° ano da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH). O primeiro-secretário da Câmara, Felipe Kuhn Braun (PDT), explicou os motivos que levaram o Legislativo a tomar a iniciativa de criar o prêmio. “Este projeto, recentemente aprovado aqui, permite que auxiliemos a continuidade dos trabalhos desses estudantes, mostrando a capacidade das escolas e dos alunos hamburguenses. Hoje, podemos ver aqui uma escola pública e uma escola privada que prezam pelo ensino e pela pesquisa científica”, ressaltou.
Raul Cassel (PMDB) reforçou que o Prêmio Cientista Júnior foi uma maneira de a Câmara, que recebe reiterados pedidos de financiamento para pesquisas, conceder auxílio de maneira justa e meritória. “Nós, brasileiros, estamos cansados de entregar matéria-prima para que outros países desenvolvam suas tecnologias e estimulem suas economias. Por isso acreditamos no aguçamento da curiosidade de nossos jovens, transmitindo o gosto pela pesquisa e pela ciência”, pontuou.
O presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Câmara (Coedu), Professor Issur Koch (PP), pediu que os alunos nunca deixem de acreditar em sua capacidade. “Este projeto vem aqui para comprovar isso. Os jovens precisam saber que eles têm um mundo de possibilidades. Muitas vezes nossa comunidade se transforma em paredes para nossos sonhos. Vistam essas asas que lhes estão sendo dadas através da educação e da pesquisa científica”, indicou.
Os projetos
Os estudantes da EMEF Boa Saúde Arthur Teixeira, Cassiano Rodrigues, Henrique Eckardt e Mariana Fermino, todos com idade entre 9 e 10 anos, foram responsáveis pela elaboração de um estudo aprofundado sobre a flora nativa no bairro que dá nome à escola. Com desenvoltura e apropriação do tema, o quarteto apresentou suas considerações acerca da pesquisa. Com o intuito de aprofundar os conhecimentos naturais dos alunos e sob a orientação da professora Cristina Reinher, os alunos entrevistaram 61 moradores locais com mais de 30 anos questionando as plantas que costumavam ter contato quando crianças e que já não viam com tanta frequência. A partir dos dados obtidos com a pesquisa, seus integrantes coletaram amostras de plantas, identificaram classificações e projetaram modos de evitar seu desaparecimento. Os resultados foram compartilhados com a comunidade do bairro.
A professora Cristina destacou a importância de iniciativas de pesquisa e do reconhecimento do poder público à dedicação dos alunos. “Este é um aprendizado que estas crianças levarão para toda sua vida”, afirmou. Issur Koch e Sergio Hanich (PMDB) parabenizaram os alunos. “Pude acompanhar a apresentação do projeto durante a Mostratec e acredito que muito da boa avaliação que receberam veio do domínio que eles tinham sobre o assunto”, elogiou Issur.
O vereador Enio Brizola (PT) demonstrou especial felicidade em homenagear a pesquisa apresentada pelos alunos da EMEF Boa Saúde, escola de seu bairro e com a qual possui estreito relacionamento. “Recebemos na Mostratec jovens de diferentes locais e agora nossos alunos também viajarão para outros estados. Nossa cidade estará sendo muito bem representada por nossas escolas. São pesquisas que, inclusive, oferecem ao poder público sugestões de soluções para problemas enfrentados”, apontou.
A outra proposta premiada trata dos malefícios do uso prolongado do celular, projeto desenvolvido pelas estudantes da IENH Fernanda Bergonsi e Sophia Blauth da Silva, ambas com 14 anos de idade, orientadas pela professora Rosália Fenner. Para a realização do trabalho, foi aplicado um questionário para 300 jovens entre 11 e 17 anos, estudantes da IENH, e feitas entrevistas com um psicopedagogo, uma psicóloga e um fisioterapeuta. Conforme o estudo, de 11 para 12 anos há um aumento significativo no tempo de permanência no celular, totalizando mais de quatro horas diárias. A partir de 13 anos, todos possuem telefone. Dos 14 anos em diante, conforme o levantamento, cerca de 20% dos entrevistados permanecem mais de sete horas ao celular. O grupo concluiu que o uso prolongado do aparelho prejudica o desenvolvimento físico e mental dos jovens. Elas apontam ainda que estudos científicos aprofundados devem continuar sendo realizados nessa área.
Como as estudantes não puderam comparecer à sessão, em razão de estarem representando a escola em outra atividade, a professora-orientadora Rosália utilizou a tribuna para agradecer o reconhecimento. “Vocês não têm noção do que significa essa homenagem para nossos estudantes. Fico muito feliz de ter sido convidada a orientar a pesquisa delas. Nossa instituição tem muito orgulho do trabalho e do reconhecimento que elas receberam. Isso motiva muito nossos estudantes. Já tenho alunos me procurando com ideias para poder participar da Mostratec no próximo ano. Que a Câmara continue com esses estímulos, porque eles fazem muita diferença na nossa educação”, incentivou.
Prêmio Cientista Júnior
Instituído pela Resolução n° 12/2017, o Prêmio Cientista Júnior presta reconhecimento aos dois melhores projetos de escolas hamburguenses na Mostratec Júnior, promovida pela Fundação Liberato. Os premiados, limitados a dois alunos e um professor-orientador por projeto, recebem, além de diploma, hospedagem e passagens aéreas para viabilizar sua participação na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada anualmente na Universidade de São Paulo, ou em evento similar em âmbito nacional. A Mostratec Júnior 2017 contou com 252 projetos de estudantes de ensino fundamental, envolvendo estudantes de diferentes partes do Brasil e da América Latina.