UBSs Canudos e Santo Afonso dobram número de atendimentos em seis anos
Em sua manifestação, o parlamentar parabenizou o trabalho realizado nas duas unidades e salientou que o crescimento expressivo no número de atendimentos não é reflexo de eventuais investimentos em estrutura ou pessoal. “Os espaços físicos e a mão de obra são os mesmos”, lamentou o republicano, que ressaltou a importância das UBSs para aliviar o fluxo de pacientes nas unidades de pronto atendimento. “Ainda que com a mesma quantidade de equipe, elas absorveram uma demanda muito maior. E, com elas, damos conta de basicamente todo o serviço de atenção primária do município”, confirmou Natacha.
A médica explicou que uma das novidades implementadas nas UBSs é o serviço de acolhimento, antes inexistente. “O acolhimento é uma forma de evitar que o paciente saia sem uma resposta para sua demanda. Na triagem, sua situação é escutada e resolvida dentro das possibilidades. Caso seja uma demanda que só possa ser resolvida pelo corpo médico e não haja mais agenda disponível, é marcado outro horário ou feita uma interconsulta”, informou a servidora. “Antes as pessoas eram mandadas embora sem um acolhimento e uma avaliação”, comentou a enfermeira Taíse Trevisan, coordenadora da UBS Canudos.
Para ela, o aumento no número e na qualidade dos atendimentos é resultado da dedicação dos funcionários vinculados às unidades. A percepção foi corroborada por Rodrigo Kerber, coordenador da UBS Santo Afonso. “Temos profissionais comprometidos que fazem o possível e o impossível a todo momento. Trabalhadores que se dedicam em prol dos pacientes e de suas comunidades. Um esforço coletivo de profissionais que acreditam no SUS e na importância de oferecer um atendimento humano, ético e resolutivo”, afirmou Kerber, que agradeceu o empenho da Secretaria Municipal de Saúde na tentativa de ampliar o quadro funcional, principalmente com a contratação de ginecologistas e pediatras. “Sabemos que estão trabalhando para isso”, reconheceu.
A ausência de ginecologista na UBS Canudos inclusive foi um dos temas da sessão plenária. “A população nos cobra muito”, relatou a vereadora Daia Hanich (MDB). Segundo Natacha, a dificuldade de preencher o quadro da especialidade deve-se à falta de interesse na adesão aos processos seletivos realizados. “A Fundação de Saúde já fez nove processos simplificados sem a inscrição de ginecologistas. Como não conseguimos ofertar profissionais próprios, tentamos a contratação de serviços terceirizados, onde também não estamos conseguindo a captação de profissionais interessados”, justificou Natacha.
Apesar das dificuldades, a médica informou que a UBS Canudos conta já a partir desta segunda-feira com um ginecologista fixo em seu quadro. “A falta do profissional, no entanto, não inviabilizava o atendimento. Os pré-natais de risco habitual eram absorvidos pelos nossos clínicos, e as queixas ginecológicas que os clínicos não conseguiam resolver eram referenciadas ao nosso serviço de ginecologia”, sublinhou.
Ao final das falas, o vereador Enio Brizola (PT) reconheceu o esforço dos funcionários, criticou a falta de repasses estaduais na área da saúde e enalteceu a importância do fortalecimento do SUS em todo o país. Sua colega de bancada, Professora Luciana Martins, reiterou o compromisso dos profissionais da FSNH com a causa, apesar da precarização de salários e relações trabalhistas. “Ninguém deixa de ser atendido por falta de interesse dos servidores, mas pela falta de pessoal e condições de trabalho. É necessário gestão e responsabilidade”, cobrou a vereadora.