TV Câmara - Gravidez na adolescência: quando os números refletem vulnerabilidade social e risco à saúde
Em 2023, mais de 13 mil partos foram de meninas entre 10 e 14 anos. A especialista ressalta que qualquer relação sexual antes dos 14 anos é considerada estupro de vulnerável e, além de ser crime, traz riscos significativos à saúde física e psicológica. Segundo ela, o ideal é que uma gestação ocorra, no mínimo, dois anos após a primeira menstruação, quando o corpo está mais preparado para uma gravidez segura. Antes disso, há maior chance de falência hormonal e falta de desenvolvimento adequado. Menstruar regularmente, explica Nadine, é um bom indicador de fertilidade, pois sinaliza que a mulher está produzindo hormônios de forma equilibrada.
Mas a gravidez precoce não é apenas uma questão de saúde pública: ela também afeta diretamente fatores sociais e econômicos. Meninas que engravidam cedo têm mais chances de abandonar a escola, conseguir empregos menos qualificados e viver em situação de vulnerabilidade social. Além disso, podem sofrer preconceito familiar, social e religioso e, muitas vezes, enfrentar abandono ao descobrirem a gestação.
Ao falar sobre prevenção, a ginecologista aborda os métodos contraceptivos disponibilizados pelo SUS, destacando que a eficácia pode variar conforme o organismo de cada pessoa, o que torna essencial conhecer e entender as opções disponíveis. Entre eles, reforçou a importância do uso de preservativo, que protege não apenas contra a gravidez, mas também contra infecções sexualmente transmissíveis — as ISTs. “Quanto mais precoce a relação sexual, maior a exposição a diferentes agentes. Então, o preservativo também é um cuidado necessário.Além disso, o uso deve ser continuado, ou seja, utilizado durante toda a relação, não só em condições de penetração”, aponta.
Por fim, Nadine reforça que “não falar de sexo não impede que o adolescente tenha relações sexuais e, pior, o deixa mais vulnerável a situações de risco, como relações desprotegidas, falta de informação ou de acesso a métodos contraceptivos no momento necessário”. Ela ressalta que a responsabilidade de combater a vulnerabilidade, seja para evitar a violência ou para prevenir gestações precoces, é de toda a sociedade. “Como profissionais de saúde, educadores e cidadãos, nosso dever é levar informação. E, quando não a temos, buscar conhecimentos de especialistas para orientar da melhor forma possível”, completa.
Vitalidade
O vitalidade é um programa sobre saúde, bem-estar, comportamento e qualidade de vida que vai ao ar pela TV Câmara, canal 16 da Claro. Ele é apresentado pela jornalista Tatiane Lopes e, em 2025, completa 13 anos. Sugestões de pauta podem ser enviadas para o e-mail jornalistas@camaranh.rs.gov.br.
*Texto de Gabriela Panassal, estagiária de jornalismo na Gerência de Comunicação da Câmara.
Assista ao programa na íntegra: