TV Câmara – Vitalidade aborda o Transtorno do Espectro Autista e os caminhos para uma sociedade mais inclusiva
Fotos: Gabriela Panassal/CMNH
Durante a entrevista, a especialista traz esclarecimentos importantes sobre o Transtorno do Espectro Autista, que muitas vezes é compreendido de forma equivocada. “É um transtorno do neurodesenvolvimento, não é uma doença, o que nos faz entender que não é algo que precisa de cura. O TEA é um funcionamento diferente do cérebro, na parte de comunicação e interação social, e na parte de comportamentos restritos, repetitivos e estereotipados”, explica Tatiana.
Ela destaca ainda que o diagnóstico deve ser feito por médicos – como neuropediatras ou psiquiatras infantis – com base em avaliações clínicas realizadas por terapeutas da infância. Esses profissionais ajudam a identificar os sintomas para que o médico especialista designe o nível de suporte necessário, que pode variar entre os níveis 1, 2 e 3, conforme o grau de autonomia e necessidade de acompanhamento.
Tatiana também reforça a importância do diagnóstico precoce. Identificar sinais nos primeiros anos ajuda a oferecer estímulos adequados e suporte individualizado são fundamentais. A psicopedagoga orienta também que educadores conheçam o desenvolvimento típico infantil, para observar possíveis déficits. “Não é papel da escola diagnosticar nem rotular, mas sim pontuar as questões da criança em relação ao seu desenvolvimento”, afirma. A troca entre responsáveis e profissionais da educação é essencial nesse processo.
Além disso, a especialista chama atenção para a saúde mental das mães e cuidadores, ressaltando que é essencial que a rede de apoio olhe não apenas para a criança, mas também para os responsáveis, que muitas vezes enfrentam jornadas desafiadoras e solitárias. “Cuidar de quem cuida também é parte do processo”, afirma.
Ao falar sobre os tipos de tratamento, Tatiana destaca que não existe uma receita pronta. “Cada criança dentro do espectro é uma”, reforça. Por isso, é essencial considerar as necessidades específicas de cada família e evitar a sobrecarga com múltiplas terapias desnecessárias. A especialista alerta que o foco deve estar na qualidade do atendimento, e não na quantidade. “Não é o número de terapias, e sim a qualidade e o atendimento que fazem a diferença”, salienta.
Por fim, Tatiana lembra aos pais que eles não estão sozinhos e reforça a importância de manter uma relação transparente com terapeutas, grupos de apoio e educadores. Essa rede de confiança torna a jornada mais leve para os cuidadores.
Que o Abril Azul nos inspire a ouvir, aprender e promover mais inclusão diariamente.
Vitalidade
O Vitalidade é um programa sobre saúde, bem-estar, comportamento e qualidade de vida que vai ao ar pela TV Câmara, canal 16 da Claro. Ele é apresentado pela jornalista Tatiane Lopes e, em 2025, completa 13 anos no ar. Sugestões de pauta podem ser enviadas para o e-mail jornalistas@camaranh.rs.gov.br.
*Texto de Gabriela Panassal, estagiária de jornalismo na Gerência de Comunicação da Câmara.
Assista ao programa na íntegra