TV Câmara – Espaço Livre traz história de empreendedoras que buscam sustentabilidade na moda

por Daniele Silva última modificação 09/07/2021 21h42
09/07/2021 – Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o Brasil é hoje o quarto maior confeccionista do mundo. Em 2019, foram nove bilhões de peças, incluindo vestuário, acessórios, itens de cama, mesa e banho. A indústria da moda, que abriga a produção têxtil, do couro, química, entre outras matérias-primas, é considerada uma das mais poluentes do mundo. Diversas marcas também já foram denunciadas pela precarização do trabalho e utilização de mão de obra terceirizada, com pessoas em situação análoga à escravidão. Por outro lado, existe um movimento com cada vez mais empreendedores, artesãos e pequenas indústrias investindo em uma moda mais sustentável. O Espaço Livre trouxe um bate-papo com duas hamburguenses que vão na contramão do fast fashion, com uma produção que prioriza o artesanal e a preocupação com o meio ambiente.

Oriunda da cadeia calçadista, a designer Bárbara Flores contou porque trabalhar com uma moda efêmera, que muda a cada estação, parou de fazer sentido para ela. “Comecei a me questionar para onde ia tudo aquilo que consumimos. A partir daí iniciei a pesquisar o que existia de produção sustentável.” Pensando em um estilo de vida desacelerado, criou a Manifesto Orgânico, marca que utiliza tingimento natural e algodão produzido sem agrotóxicos. Para a estilista, quando se cria um novo produto o tecido mais sustentável é aquele em que se pensa todo o processo, desde o solo onde o insumo é plantado até a saúde dos agricultores e das famílias que residem no local.

A costura sempre fez parte da vida da artista visual Morgana da Luz. Há quatro anos, ela que confeccionava produtos de decoração e artesanato, reposicionou a marca e passou a utilizar tecidos de mostruários vindos da indústria do calçado. “Faz pouco tempo que olhei para o meu trabalho e consegui enxergar alguma relação com a moda. Percebi que podia reutilizar aqueles produtos que recebia e ficavam parados, porque o acúmulo não é nada sustentável.”

Na opinião de Morgana, a sustentabilidade é o equilíbrio de três pilares: ambiental, social e econômico. E são essas dimensões que ela segue ao produzir cada acessório no Otília e Cristina Atelier de Criação.  E para quem ficou curioso sobre o nome do espaço, ele reverencia as mulheres que vieram antes daquela menina que costurava desde a infância.

Confira a entrevista na íntegra: