Tempo de espera nas UPAs pauta reunião da Comissão de Saúde com o diretor da FSNH
Vargas reconheceu a existência de períodos prolongados de espera, mas informou que o problema não está relacionado à ausência de profissionais. “Infelizmente, essas três horas não são incomuns. E isso vale para serviços privados também. Está relacionado à demanda”, comentou o diretor, que salientou o alto número de cartões SUS registrados em Novo Hamburgo e um aumento recente nos atendimentos. “O próprio hospital não dá um respiro. E, como a roda acaba não girando, alguns pacientes que aguardam transferência ficam represados nas UPAs”, lamentou.
Atualmente, segundo o diretor, as duas unidades de pronto atendimento funcionam 24 horas por dia com escala completa: três médicos e dois pediatras, além de dois rotineiros que se dividem entre Centro e Canudos. Vargas falou sobre a dificuldade de contratar profissionais, mas destacou o esforço em garantir que as vagas estejam sempre ocupadas. “A minha escala não pode furar”, resumiu. Juntas, as UPAs realizam uma média de 13 mil atendimentos mensais.
Mudança de cultura
Durante a reunião, o diretor da Fundação de Saúde explicou que, embora as escalas médicas estejam sempre completas, a instituição mantém um trabalho de análise de processos para evitar falhas, mais evidentes em momentos de sobrecarga. “O ideal é que tenhamos uma dinâmica maior no atendimento. Alguns atrasos são justificáveis, devido à demanda, mas temos que atuar nos que não são. Existe uma cultura que estamos tentando modificar. Já melhorou muito, mas não tenho dúvidas de que ainda existem problemas”, ponderou.
Ao final do encontro, o presidente da comissão, Raizer Ferreira (PSDB), fez um breve balanço da reunião. “Precisávamos entender o que está acontecendo. Temos muitas reclamações de fila de espera para leito, pessoas que precisam internação, além das que aguardam atendimento na porta e demoram muitas horas para serem acolhidas. Ouvimos sobre o aumento contínuo da demanda, mas seguiremos cobrando muito mais atenção na administração, no cuidado e na recepção”, afirmou o parlamentar, que esteve acompanhado da vereadora Tita (PSDB), secretária do colegiado.
Retomada das visitas
Assim como nos últimos dois anos, a Comissão de Saúde será formada pelo trio tucano Raizer Ferreira, Tita e Vladi Lourenço (relator). Presidente do grupo desde 2022, Raizer comentou que a ideia é prosseguir com a rotina de vistorias nas diferentes unidades de saúde do município. “Teremos muito mais agendas. Queremos entender por que algumas coisas funcionam melhor em uma unidade e pior na outra. Qual é o problema? São os profissionais? O volume de atendimento? De que forma algumas unidades conseguem chegar ao final do ano sem reclamações e outras somam inúmeras queixas? O que precisamos é atender a pleno a nossa comunidade. A saúde precisa funcionar na nossa cidade”, ressaltou.
O que são as comissões?
A Câmara conta com oito comissões permanentes, cada uma composta por três vereadores. Essas comissões analisam as proposições que tramitam pelo Legislativo. Também promovem estudos, pesquisas e investigações sobre temas de interesse público. A Lei Orgânica Municipal assegura aos representantes de entidades da sociedade civil o direito de participar das reuniões das comissões da Casa, podendo questionar seus integrantes. A Comissão de Saúde se reúne às segundas-feiras, a partir das 16h, na sala Sandra Hack, no quarto andar do Palácio 5 de Abril.