Sistema informatizado coloca Município como referência em tecnologia na gestão em saúde

por Luís Francisco Caselani última modificação 22/05/2018 21h34
21/05/2018 – O secretário de Saúde de Novo Hamburgo, Naasom Luciano, e a diretora de Governo Eletrônico da Prefeitura, Tatiane Souza, participaram da sessão desta segunda-feira, 21 de maio, a pedido da vereadora Patricia Beck (PPS), para falar sobre os avanços propiciados a partir da informatização da rede municipal de saúde. Ele apresentou os resultados obtidos com o novo sistema, que unifica todas as informações do cidadão em um prontuário único, e destacou Novo Hamburgo como referência na área da tecnologia aplicada aos serviços de saúde.

Patricia havia convocado o secretário após sua participação no Fórum Binacional de Cidades Digitais, realizado no último dia 10, em Bagé. Segundo Naasom, o sistema beneficia tanto a gestão, possibilitando a identificação de problemas de fluxo, quanto os profissionais que atuam no atendimento direto ao usuário, proporcionando uma perspectiva mais ampla e resolutiva sobre o paciente e levando a um diagnóstico mais preciso. “A informatização da saúde é um divisor de águas, com expressivos progressos. Não é à toa que recebemos muitos municípios que vêm olhar nossa estrutura e o avanço que tivemos”, contou o secretário, que destacou o trabalho desenvolvido pela equipe técnica responsável pela implantação do sistema.

Tatiane Souza exaltou os servidores envolvidos que, por meio do que caracterizou como um “trabalho de excelência”, trouxeram benefícios aos hamburguenses através da tecnologia. “Fomos convidados para participar do Fórum porque somos, sim, referência em âmbito estadual e até mesmo nacional. É muito gratificante recebermos municípios que levam essa ferramenta como algo prioritário para aprimorar sua estrutura de saúde”, comemorou, lembrando que até mesmo representantes de cidades de outros estados – como Rio Branco, capital do Acre – já acompanharam o sistema implantado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

A diretora reconheceu a dificuldade de instaurar a informatização em razão do desencontro de informações quanto à sua utilidade. “É importante o gestor reconhecer que a tecnologia pode ajudar, sim, e entender não como um gasto, mas um investimento que melhorará o serviço. Todos os dados foram levados ao Conselho Municipal de Saúde, que aceitou os projetos de tecnologia porque entendeu a importância dessa união. Informatizamos a Secretaria de Saúde e os serviços não foram interrompidos”, ressaltou. Ela lamentou, contudo, a repercussão ruim devido à deturpação dos motivos e resultados da implantação do sistema. “A exposição do nosso trabalho nas redes sociais de maneira incompleta, desconexa, leva a população a julgá-lo como desnecessário, sem ajudar o cidadão lá na ponta”, comentou.

Mesmo com alguma falta de entendimento por parte da população, que muitas vezes entende o prontuário eletrônico como um editor de texto no computador de um médico, pensamos que conseguimos ajudar aquele cidadão que mora lá em Lomba Grande, que não precisa mais voltar ao Centro só para retirar o resultado de seu exame de sangue”, complementou Tatiane. O novo prontuário eletrônico inclui informações sobre atendimentos de forma integrada, avaliações antropométricas, prescrições, exames, sinais vitais, carteira de vacinação, alertas e faturamento automático.

A diretora ressaltou que o sistema integrado garante a otimização do serviço público. “Chegamos a ter mais de 20 sistemas, preenchendo repetidas vezes informações sobre um mesmo atendimento”, recordou. Tatiane salientou ainda que a integração traz benefícios também para o Hospital Municipal, melhorando itens como a segurança do paciente, assistência, identificação de leitos vagos e acompanhamento do tempo de espera e permanência.

PACS

A informatização da SMS passou também pela aquisição, no final de 2017, do Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens (PACS, na sigla em inglês), programa que permite o arquivamento, distribuição e gerenciamento de imagens médicas radiológicas. A vereadora Patricia Beck questionou a compra do sistema, que custou R$ 745.550,00. “Nunca vi ninguém criticar a equipe de tecnologia. Por mais que algumas pessoas sejam leigas, todos sabem do trabalho por trás do computador do médico. Algumas críticas que faço são em função das prioridades. O nosso dever é analisar o contexto. Novo Hamburgo é referência nessa área, mas não na saúde como um todo. A fila para atendimento só cresce, e as pessoas não terão tempo de comemorar essa tecnologia”, apontou Patricia.

Naasom Luciano concordou quanto às dificuldades da Saúde do Município, mas reforçou que é necessário comemorar os avanços conquistados. “Compreendemos que o sistema é falho e tem suas imperfeições, mas, quando falamos em referência, é porque somos modelo. Tivemos a oportunidade de comparar os avanços que Novo Hamburgo alcançou com o que outros municípios tiveram. Temos que avançar em outros aspectos, e avançar muito, mas uma coisa não inviabiliza a outra. Não temos como desenvolver todas as ferramentas que precisamos e queremos ao mesmo tempo. Nosso sistema não é o melhor do mundo, mas, em comparação aos outros municípios, nós somos referência. Estamos nos esforçando e tentando otimizar”, argumentou.

O secretário enfatizou ainda a aquisição do PACS. “O programa permitirá, em médio e longo prazo, uma economia que possibilitará avanços em outras áreas”, defendeu. Patricia, contudo, voltou a rebater o momento escolhido para a compra do sistema. “Se fosse tomada a decisão de comprar esse programa por quase R$ 800 mil em uma situação sem fila de espera, seria outra coisa”, complementou.

Enio Brizola (PT) enalteceu o trabalho dos técnicos de informática e analistas de sistemas. “Isso prova que não é necessário terceirizar tudo, que o talento e a mobilização dos servidores possibilita o aprimoramento da gestão pública. E isso valoriza o funcionalismo”, acrescentou. Médico da rede municipal, o vereador Raul Cassel (PMDB) destacou as melhorias que a informatização trouxe para o trabalho dos servidores da saúde e admitiu que precisa de um novo treinamento. “Precisamos ser retreinados porque estamos subutilizando tudo o que o sistema oferece. As pessoas têm que considerar que 30 mil pessoas em Novo Hamburgo caíram no SUS nos últimos seis anos. Entretanto, o crescimento, como um todo, especialmente na área tecnológica, é notório. Algumas coisas nós temos que salientar que avançaram, e isso demanda investimentos”, frisou.

O vereador Sergio Hanich (PMDB) reclamou da falta de divulgação do serviço realizado. “Vocês precisam expor esses grandes trabalhos que têm feito; 90% do que vocês falaram hoje eu não conhecia, e sanaria várias dúvidas que recebemos. E deixo um pedido: façam esse programa integrado em todas as secretarias, especialmente na de Obras”, solicitou. Seu colega de bancada Inspetor Luz e o vice-presidente da Casa, Vladi Lourenço (PP), também comemoraram o aperfeiçoamento da gestão. “A tecnologia é importantíssima e é preciso estar sempre avançando”, finalizou Luz.