Sessão solene destaca a educação inclusiva e celebra os 75 anos da Emeb Samuel Dietschi
Com turmas desde a faixa etária 4 até o 5º ano do ensino fundamental, a escola, batizada em homenagem a um professor de música com mais de meio século de dedicação ao ensino, destaca-se justamente pelo compromisso em construir um ambiente sensível às necessidades de seus alunos. Para isso, foram implantados projetos voltados à eliminação de barreiras sociais e comunicacionais, favorecendo especialmente crianças dentro do espectro autista.
“Após 75 anos, a Emeb Samuel Dietschi não apenas manteve sua história, mas a elevou. Em 2023, tornou-se a primeira instituição escolar do Brasil a ser incluída no mapa-múndi de acessibilidade cognitiva. Um reconhecimento que atesta um compromisso inabalável em construir um ambiente escolar sinalizado, compreensível e verdadeiramente inclusivo”, avaliou Felipe.
As ações adotadas na unidade incluem imersões em comunicação aumentativa e alternativa, uso de pictogramas para mapeamento e sinalização dos espaços escolares e elaboração de rotinas para evitar crises de ansiedade provocadas pela falta de previsibilidade. Segundo o educandário, as iniciativas têm resultado em melhor desenvolvimento da linguagem, redução de comportamentos disruptivos, maior participação e envolvimento dos estudantes nas atividades escolares e melhoria na interação entre os colegas.
“A busca pela acessibilidade universal se materializa em projetos pedagógicos de ponta desenvolvidos por uma equipe de profissionais dedicados. Com uma história repleta de propostas criativas e inovadoras, a Emeb Samuel Dietschi demonstra que é possível e indispensável transformar realidades locais e garantir a participação plena de todas as pessoas. Que a luz dessa escola continue a brilhar, inspirando o futuro da educação inclusiva”, complementou o proponente.
Diretora do educandário do bairro São Jorge, Ana Maria Vercelino fez questão de mencionar o legado deixado pelas dezenas de profissionais que se sucederam no comando de suas salas de aula. “Olhando para sua história, ficam evidentes a competência e a dedicação das pessoas que por ela passaram. Uma escola que prima por uma educação sensível, acolhedora e inclusiva. Uma história honrosa que nos deixa muito orgulhosos e com um grande compromisso de seguirmos avançando cada vez mais, dentro de um projeto político-pedagógico pautado em princípios como respeito, diálogo, acolhimento, solidariedade, equidade e diversidade”, afirmou a educadora.
“Este ano está sendo muito especial, pois estamos revivendo essa história, contando às nossas crianças e criando memórias para os próximos anos”, emendou Ana Maria, que agradeceu o apoio de seus colegas e o prestígio tanto dos vereadores presentes quanto do secretário municipal de Educação, André Luís da Silva. “Não percam a educação de vista. Os mais de 24 mil estudantes de Novo Hamburgo merecem o melhor”, pediu.
Além de Felipe Kuhn Braun, a relatora da Comissão de Educação, Professora Luciana Martins (PT), foi a única vereadora que acompanhou a cerimônia. Cristiano Coller (PP), Daia Hanich (MDB), Eliton Ávila (Podemos) e Nor Boeno (MDB) justificaram suas ausências. “As escolas não são o espaço físico que ocupam. Elas são, antes de tudo, pessoas. Pessoas que se transformam, porque a educação tem esse objetivo. A Samuel Dietschi é uma escola que tem impregnados em sua história o acolhimento e a inclusão. É um exemplo de educação pública. Pessoas que buscam o entendimento de que somos diferentes. E que bom! Assim, todos ganham espaço para a aquisição de conhecimento e aprendizagem, que nem sempre estão nos livros didáticos, mas na vida”, frisou Luciana.
Entre os pronunciamentos da noite, houve tempo ainda para uma apresentação artística, interpretada por alunos da escola. A turma foi convidada ao plenário pelo coordenador pedagógico, Alexandre Lucas. “Os 75 anos são um marco notável e raro, que simboliza a trajetória sólida e comprometida desta instituição. Uma história que permanece em cada estudante que passou pela escola, e que hoje contribui para uma sociedade mais consciente, solidária e justa. Cidadãos formados sobre os valores da convivência respeitosa, da responsabilidade ambiental e da inclusão social. Educar é, sem dúvida, um ato de resistência e esperança. Ser professor é mais do que ensinar; é professar. É declarar com a vida aquilo em que se acredita”, discursou Lucas, que salientou a presença de educadores na plateia e na tribuna de honra. Entre eles, sua mãe, a ex-professora Solange Manica.

Assista na íntegra à sessão solene desta terça-feira: