Sessão solene destaca a educação inclusiva e celebra os 75 anos da Emeb Samuel Dietschi

por Luís Francisco Caselani última modificação 12/11/2025 01h14
11/11/2025 – Referência em inclusão e acessibilidade cognitiva, a Escola Municipal de Educação Básica (Emeb) Samuel Dietschi, do bairro São Jorge, teve sua longa trajetória de 75 anos homenageada pela Câmara de Novo Hamburgo na noite desta terça-feira, 11. A sessão solene foi uma iniciativa do presidente da Comissão de Educação da Casa, Felipe Kuhn Braun (PSDB). Em sua fala, o vereador enalteceu o dedicado trabalho de professores e corpo diretivo na criação de um ambiente sensível e acolhedor. “Esta instituição é um exemplo vivo de como se pode unir uma tradição de mais sete décadas a uma vanguarda notável em inclusão e acessibilidade”, iniciou o parlamentar.
Sessão solene destaca a educação inclusiva e celebra os 75 anos da Emeb Samuel Dietschi

Foto: Tatiane Lopes/CMNH

Com turmas desde a faixa etária 4 até o 5º ano do ensino fundamental, a escola, batizada em homenagem a um professor de música com mais de meio século de dedicação ao ensino, destaca-se justamente pelo compromisso em construir um ambiente sensível às necessidades de seus alunos. Para isso, foram implantados projetos voltados à eliminação de barreiras sociais e comunicacionais, favorecendo especialmente crianças dentro do espectro autista.

Após 75 anos, a Emeb Samuel Dietschi não apenas manteve sua história, mas a elevou. Em 2023, tornou-se a primeira instituição escolar do Brasil a ser incluída no mapa-múndi de acessibilidade cognitiva. Um reconhecimento que atesta um compromisso inabalável em construir um ambiente escolar sinalizado, compreensível e verdadeiramente inclusivo”, avaliou Felipe.

As ações adotadas na unidade incluem imersões em comunicação aumentativa e alternativa, uso de pictogramas para mapeamento e sinalização dos espaços escolares e elaboração de rotinas para evitar crises de ansiedade provocadas pela falta de previsibilidade. Segundo o educandário, as iniciativas têm resultado em melhor desenvolvimento da linguagem, redução de comportamentos disruptivos, maior participação e envolvimento dos estudantes nas atividades escolares e melhoria na interação entre os colegas.

A busca pela acessibilidade universal se materializa em projetos pedagógicos de ponta desenvolvidos por uma equipe de profissionais dedicados. Com uma história repleta de propostas criativas e inovadoras, a Emeb Samuel Dietschi demonstra que é possível e indispensável transformar realidades locais e garantir a participação plena de todas as pessoas. Que a luz dessa escola continue a brilhar, inspirando o futuro da educação inclusiva”, complementou o proponente.

Diretora do educandário do bairro São Jorge, Ana Maria Vercelino fez questão de mencionar o legado deixado pelas dezenas de profissionais que se sucederam no comando de suas salas de aula. Olhando para sua história, ficam evidentes a competência e a dedicação das pessoas que por ela passaram. Uma escola que prima por uma educação sensível, acolhedora e inclusiva. Uma história honrosa que nos deixa muito orgulhosos e com um grande compromisso de seguirmos avançando cada vez mais, dentro de um projeto político-pedagógico pautado em princípios como respeito, diálogo, acolhimento, solidariedade, equidade e diversidade”, afirmou a educadora.

Este ano está sendo muito especial, pois estamos revivendo essa história, contando às nossas crianças e criando memórias para os próximos anos”, emendou Ana Maria, que agradeceu o apoio de seus colegas e o prestígio tanto dos vereadores presentes quanto do secretário municipal de Educação, André Luís da Silva.Não percam a educação de vista. Os mais de 24 mil estudantes de Novo Hamburgo merecem o melhor”, pediu.

Além de Felipe Kuhn Braun, a relatora da Comissão de Educação, Professora Luciana Martins (PT), foi a única vereadora que acompanhou a cerimônia. Cristiano Coller (PP), Daia Hanich (MDB), Eliton Ávila (Podemos) e Nor Boeno (MDB) justificaram suas ausências. As escolas não são o espaço físico que ocupam. Elas são, antes de tudo, pessoas. Pessoas que se transformam, porque a educação tem esse objetivo. A Samuel Dietschi é uma escola que tem impregnados em sua história o acolhimento e a inclusão. É um exemplo de educação pública. Pessoas que buscam o entendimento de que somos diferentes. E que bom! Assim, todos ganham espaço para a aquisição de conhecimento e aprendizagem, que nem sempre estão nos livros didáticos, mas na vida”, frisou Luciana.

Entre os pronunciamentos da noite, houve tempo ainda para uma apresentação artística, interpretada por alunos da escola. A turma foi convidada ao plenário pelo coordenador pedagógico, Alexandre Lucas. “Os 75 anos são um marco notável e raro, que simboliza a trajetória sólida e comprometida desta instituição. Uma história que permanece em cada estudante que passou pela escola, e que hoje contribui para uma sociedade mais consciente, solidária e justa. Cidadãos formados sobre os valores da convivência respeitosa, da responsabilidade ambiental e da inclusão social. Educar é, sem dúvida, um ato de resistência e esperança. Ser professor é mais do que ensinar; é professar. É declarar com a vida aquilo em que se acredita”, discursou Lucas, que salientou a presença de educadores na plateia e na tribuna de honra. Entre eles, sua mãe, a ex-professora Solange Manica.

Assista na íntegra à sessão solene desta terça-feira:

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