Rua em Canudos se chamará João Valderi dos Santos
Nascido no dia 25 de novembro de 1958, Valderi começou a trabalhar aos 11 anos de idade. Aos 13, mudou-se para Porto Alegre em busca de melhores condições de vida. Após atuar por alguns anos como servente de obras, fixou residência em Novo Hamburgo.
Ligado às causas sociais e políticas desde suas primeiras experiências como líder estudantil, concorreu duas vezes ao cargo de vereador, nas eleições de 1992 e 2000. O insucesso nas urnas não o impediu de integrar diferentes movimentos em prol de melhorias para a cidade. Uma das formas que encontrou para dar voz às reivindicações da população foi por meio da comunicação.
Após alguns anos empreendendo no setor coureiro-calçadista, ingressou na Rádio Progresso, onde ficaria por dois anos. Na década de 1990, fundou o Tribuna Um, hoje conhecido como Tribuna da Cidade. Em 2007, criou o Jornal Canudos, publicação que comandou até seu falecimento, no dia 28 de junho de 2020. Aos 61 anos, Valderi foi uma das vítimas da Covid-19 em Novo Hamburgo.
“Através do Jornal Canudos, buscou levar informação de qualidade para a população, incentivar os pequenos empresários e dar voz a um bairro comumente marginalizado, disponibilizando espaços gratuitos para divulgação de ações em benefício da cidade. João Valderi sempre acreditou que Canudos tem muitas coisas boas que precisam ser mostradas”, recorda Cristiano Coller. “Temos muito o que agradecer por tudo o que ele fez pela nossa cidade”, complementou.
Na presença de familiares, outros vereadores também fizeram suas manifestações. Felipe Kuhn Braun (PP) falou sobre o amor de João Valderi pela cidade que adotou para si e destacou seu lado humano. “Quem conheceu o João lembra essa pessoa que sempre via as coisas de forma positiva. Mesmo com tudo o que passou, racismo, preconceito, dificuldade de empreender, ele nunca desanimou. Há um legado do João trabalhador, mas há um legado ainda maior desse grande ser humano que ele foi”, frisou o progressista.
O vice-presidente da Câmara, Ricardo Ritter – Ica (PSDB), parabenizou a proposta de Coller. “A rua está levando o nome de uma pessoa muito do bem, conhecida por uma boa parcela da população hamburguense. Para mim, foi uma satisfação ter sido seu amigo”, pontuou. “Foi uma liderança reconhecida na nossa cidade”, acrescentou Darlan Oliveira (PDT). “Nem sabemos dizer em quantos lugares ele exerceu sua liderança, sempre valorizando todos a seu redor”, colaborou Tita (PSDB).
Enio Brizola (PT) disse que gostaria de morar em uma rua que levasse o nome de uma pessoa como João Valderi dos Santos. “Eu o conheci ainda jovem, como liderança estudantil e comunitária. Mas aprofundamos a nossa amizade quando fui diretor na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e pudemos executar o programa Canudos Forte, uma grande valorização ao comércio e à indústria do maior bairro da nossa cidade. Esta é uma justa e merecida homenagem”, enfatizou.
“Eternizar o nome do João em uma rua é dizer o quanto ele tem valor para a nossa cidade”, resumiu Raizer Ferreira (PSDB). Lourdes Valim (Republicanos) descreveu Valderi como um exemplo de pessoa, cujo legado segue respeitado por familiares e profissionais que dão continuidade ao seu trabalho. Fernando Lourenço (PDT) e Inspetor Luz (MDB) lamentaram a perda precoce. “Era uma pessoa que realmente ajudava o próximo”, destacou Fernando. “É lamentável que tenhamos perdido um homem de caráter, correto, batalhador, preocupado com sua comunidade. Quis o destino que ele fosse tão novo para esse vírus que matou milhões no mundo inteiro. Mas sua memória ficará para a eternidade como o nome desta rua”, salientou Luz.
A viúva de João Valderi, Rejane da Rosa, agradeceu a homenagem. “Foi uma surpresa quando o Cristiano (Coller) nos ligou e nos passou a ideia de nomear a rua João Valderi. Para nós, foi uma honra. Assim, conseguimos eternizá-lo. Seus netos saberão, no futuro, que seu avô virou nome de rua”, ilustrou.
Leia na íntegra o Projeto de Lei nº 100/2022.
Para o projeto virar lei
Para que um projeto se torne lei depois de aprovado em segunda votação, ele deve ser encaminhado à Prefeitura, onde poderá ser sancionado e promulgado (assinado) pela prefeita. Em seguida, o texto deve ser publicado, para que todos saibam do novo regramento. Se o documento não receber a sanção no prazo legal, que é de 15 dias úteis, ele volta para a Câmara, que fará a promulgação e ordenará sua publicação. Quando isso ocorre, é dito que houve sanção tácita por parte da prefeita.
Há ainda a possibilidade de o projeto ser vetado (ou seja, rejeitado) parcial ou totalmente pela prefeita. Nesse caso, o veto é analisado pelos vereadores, que podem acatá-lo, e então o projeto não se tornará lei, ou derrubá-lo, quando também a proposta será promulgada e publicada pela Câmara.