Representantes da saúde municipal falam sobre sindicância na Fundação de Saúde
O assessor especial de Gabinete da prefeita Fátima Daudt, o advogado José Cacio Bortolini, ocupou inicialmente a tribuna para falar sobre o assunto, destacando que foram criadas duas comissões de sindicância, para apurar a morte de um recém-nascido e de um cidadão, atendidos por unidades de saúde do município. “Estamos aqui hoje para dar uma satisfação à comunidade, mas não é possível, nesta fase da sindicância, dar maiores informações sobre os lamentáveis fatos ocorridos. É temerário manifestar-se neste momento sobre um assunto que depende ainda de uma conclusão”, alertou.
Um dos casos que estão sendo averiguados é o de um hamburguense que morreu a caminho de casa vítima de infarto, no dia 30 de maio. O homem foi atendido pela UBS Canudos com dores e tinha orientação de aguardar avaliação do médico, mas por algum motivo não aguardou o atendimento.
“Encontro-me entre o dever de agente público em esclarecer os fatos e da necessidade em esperar a sindicância para tomar as devidas providências e para poder falar melhor sobre o assunto. Entrei na faculdade de medicina em 1984, para amenizar a dor dos pacientes, e sinto-me constrangido por tudo o que aconteceu recentemente na saúde pública do nosso município. Precisamos reconhecer o que deveríamos ter feito e o que deveremos fazer, para que situações como essa não mais ocorram”, disse o vice-prefeito e secretário da Saúde de Novo Hamburgo, Antonio Fagan, em sua manifestação.
A diretora da Fundação de Saúde Pública, Cláudia Schenkel, seguiu na mesma linha dos colegas que antecederam sua fala. “Não podemos falar sobre os fatos, pois é necessário esperar o término da sindicância”
Outro caso que está passando por sindicância é de uma possível demora na realização de um parto, no Hospital Municipal, que pode ter causado complicações e provocado a morte de uma criança. A avó do menino, Madalena Odi, ocupou a tribuna para relatar que, no dia 25 de maio, seu neto morreu e nada do que foi ou vai ser dito vai trazê-lo de volta. “Eu peço a todos que representam o poder público para que sejam tomadas providências para que nunca mais isso aconteça. Algo poderia ter sido feito, mas não foi”, desabafa.
O vereador Enio Brizola (PT) cobrou uma posição dos convocados. “Não dá para se omitir em uma situação como essa. A falta de respostas nos desagrada, mas não vou me calar. Quero que seja feita justiça. Acompanharemos com todo cuidado que merece a situação, mas apuraremos todos os fatos e buscaremos responsabilizar os responsáveis”, afirmou.
Enfermeiro Vilmar (PDT), Gerson Peteffi (PMDB), Inspetor Luz (PMDB), Patricia Beck (PPS), Professor Issur Koch (PP), Sergio Hanich (PMDB) e Vladi Lourenço (PP) manifestaram-se sobre o assunto e irão aguardar o resultado das sindicâncias para um melhor debate.
O prazo das sindicâncias é de 30 dias. Após esse período, os representantes do Executivo comprometeram-se em trazer à Câmara os resultados apurados para uma discussão mais ampla com os vereadores, com as devidas respostas.