Rejeitado reajuste de gratificação para conselheiros do Ipasem

por Daniele Silva última modificação 20/06/2023 00h23
19/06/2023 – Por 7 votos contrários, os vereadores hamburguenses rejeitaram nesta segunda-feira, 19, em primeiro turno, projeto de lei complementar encaminhado pelo Executivo que reajusta a gratificação de presença mensal paga aos membros dos conselhos deliberativo e fiscal do Ipasem. O valor, congelado em R$ 787,70 desde 2013, é atualizado para R$ 1.422,24 e transformado em URM (Unidade de Referência Municipal), garantindo sua correção inflacionária anual. Diferente dos demais projetos de lei, PLCs necessitam de oito votos para aprovação.
Rejeitado reajuste de gratificação para conselheiros do Ipasem

Foto: Maíra Kiefer/CMNH

Líder de governo, Ricardo Ritter – Ica solicitou aos pares a aprovação da matéria com vistas à equiparação do jeton do conselheiros do Ipasem aos de representantes de outras autarquias municipais. Mesmo assim, a proposta não recebeu votos suficientes. Foram contrários Cristiano Coller (PTB), Enio Brizola (PT), Felipe Kuhn Braun (PP), Fernando Lourenço (PDT), Gustavo Finck (PP), Inspetor Luz (MDB) e Lourdes Valim (Republicanos). Presidente da Casa, Fernandinho pediu mais explicações ao instituto. Na plateia, um grupo de servidores também protestava contra o projeto.

Além dos nove membros do Conselho Deliberativo e dos três integrantes do Conselho Fiscal, a bonificação é estendida agora aos quatro servidores que compõem o Comitê de Investimentos do instituto previdenciário. O funcionário que atuar como secretário do Conselho Deliberativo também fará jus ao adicional, mas reduzido à metade do valor. A gratificação de presença, prevista pela Lei Complementar nº 2.204/2010, é paga apenas nos meses em que os membros comparecem a reuniões de seus respectivos colegiados.

Em ofício encaminhado à Câmara, a diretora-presidente do Ipasem, Maria Cristina Schmitt, e o diretor de Administração, Nicolás Alves, explicam que o Projeto de Lei Complementar nº 12/2022 não impacta os fundos previdenciário e assistencial do instituto. “Os recursos que financiam as despesas para o custeio e funcionamento da Administração do Ipasem diferem dos recursos que financiam os Planos do Regime de Previdência do Município (RPPS) e do Plano de Assistência à Saúde, estando totalmente segmentados legal, contábil e orçamentariamente uns dos outros”, atestam os dirigentes.

O documento aponta ainda que o reajuste dos valores e a extensão das gratificações resultam em um custo mensal de R$ 14,7 mil. “O que representa, aproximadamente, 1,77% do total das despesas com a Administração do Ipasem. Dessa forma, percebe-se que o projeto proposto não afeta significativamente o orçamento do instituto”, prossegue o ofício. “Entendemos que, assim como é importante que a remuneração dos servidores municipais tenha seu valor atualizado pela inflação (reposição salarial), também se faz imprescindível que as gratificações da administração tenham seus valores repostos, de forma a não prejudicar o interesse nos adequados exercício das funções e qualificação necessária ao seu desempenho”, acrescentam os autores.

A aprovação ou rejeição em primeiro turno

Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.