Rejeitado projeto que adia para dezembro a Marcha para Jesus em Novo Hamburgo

por Maíra Kiefer última modificação 18/04/2023 14h42
17/04/2023 – Após dois pedidos de vista, a Câmara de Novo Hamburgo deu início nesta segunda-feira, 17, à votação do primeiro projeto de lei protocolado na Casa este ano. Proposta pela vereadora Lourdes Valim (Republicanos), a matéria que altera o Dia Municipal da Marcha para Jesus de abril para dezembro foi rejeitada por sete votos a seis. Parlamentares argumentaram ser contrários devido a pedido de pastores que discordavam da proposta de incluir a celebração junto à programação da Semana da Bíblia.
Rejeitado projeto que adia para dezembro a Marcha para Jesus em Novo Hamburgo

Foto: Daniele Souza/CMNH

Acompanharam o voto da autora, Cristiano Coller (PTB), Enio Brizola (PT), Felipe Kuhn Braun (PP), Gustavo Finck (PP) e Inspetor Luz (MDB). Mostraram-se contrários à proposição Andiara Zanella (MDB), Darlan Oliveira (PDT), Ito Luciano (PTB), Raizer Ferreira (PSDB), Ricardo Ritter – Ica (PSDB), Semilda – Tita (PSDB) e Vladi Lourenço (PSDB). O Projeto de Lei nº 1/2023 ainda passará por nova votação nesta quarta, 19.

Lourdes acredita que a temática da Marcha, de combate ao uso de drogas e valorização da família, justifica a mudança. “Ambas as comemorações apresentam o mesmo objetivo, de contribuir para a gestão de políticas sociais de redução de fatores de risco e buscar a construção de uma sociedade justa e inclusiva, além de agregar igrejas evangélicas e promover a proclamação da palavra de Deus”, explica a autora.

Debate

Lourdes Valim ressaltou que a proposta não vai onerar o Município em nada, pelo contrário, agregará valores. “Dezembro é mês de refletir a palavra de Deus, é o mês de comemorar o nascimento do nosso salvador”, disse a parlamentar.

Raizer Ferreira externou posição apresentada por mais de 60 pastores, em reunião realizada no último sábado, para a qual Lourdes foi convidada, mas não pôde comparecer. Segundo o vereador, eles são contrários à proposição. Raizer explicou que, no entendimento dos religiosos consultados, seria importante manter as duas datas, com leis independentes, para poder contemplar movimentos diferentes. Conforme ele, o grupo deseja mais oportunidades de realização de atividades cristãs em vez da supressão da existente.

Na tribuna, Ito Luciano (PTB), por sua vez, reforçou que o presidente do Conselho de Pastores de Novo Hamburgo (CPNH), Volnei Ferrari, havia pedido a retirada da proposta ou a sua rejeição. Na sequência, Lourdes Valim afirmou ter encaminhado a proposta como parlamentar, não como pastora da Igreja Universal.

Gustavo Finck (PP) parabenizou a iniciativa da colega, por reunir as celebrações na mesma semana, otimizando os recursos públicos. Em seu pronunciamento, ele afirmou que durante o atual governo, nenhuma vez ocorreu a Marcha para Jesus.

Conforme Ricardo Ritter – Ica (PSDB), os pedidos de vista, tinham por objetivo promover o entendimento entre a autora e o Conselho de Pastores. A vereadora Tita informou ter analisado detidamente a proposta e que, após diálogo com o pastor de sua igreja, acatou entendimento da congregação. Assim como Raizer havia mencionado, Darlan Oliveira disse que há demanda por mais datas. A vereadora Lourdes Valim revelou que tem intenção de apresentar mais adiante projeto que inclui no calendário do Município o Dia do Pastor.

A aprovação ou rejeição em primeiro turno

Na Câmara de Novo Hamburgo, os projetos são sempre apreciados em plenário duas vezes. Um dos objetivos é tornar o processo (que se inicia com a leitura da proposta no Expediente, quando começa sua tramitação) ainda mais transparente. O resultado que vale de fato é o da segunda votação, geralmente realizada na sessão seguinte. Assim, um projeto pode ser aprovado em primeiro turno e rejeitado em segundo – ou vice-versa.

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